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elevador da bica

Gente em museus - 1

30 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Foto: VM

A mulher que tinha saudades de estar dentro de uma foto do Bresson. Exposição no Art Institute of Chicago, 2008.

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Descubra as diferenças

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Manuela Ferreira Leite, em Novembro de 2008: "[As grandes obras públicas ajudam ao] desemprego de Cabo Verde, desemprego da Ucrânia, isso ajudam. Ao desemprego de Portugal, duvido".

Cavaco Silva, hoje: "Eu entendo que faz sentido reponderar todos aqueles investimentos, públicos ou privados, na área dos bens não transaccionáveis, que tenham uma grande componente importada, isto é, que utilizem pouca produção nacional e que sejam capital intensivo, ou seja, que utilizem pouca mão-de-obra portuguesa".

Cavaco Silva, em Janeiro de 2006, num debate das presidenciais com Francisco Louçã: "[Se a imigração não for controlada] a certo momento os portugueses, aqueles que aqui nasceram, poderiam estar em minoria" face aos estrangeiros

Cavaco Silva, Junho de 2006: "Talvez Portugal tenha que fazer uma análise da política de imigração que lhe interessa. E que talvez possa contribuir - é algo que deve ser estudado - para inverter este ciclo de envelhecimento e de desertificação".

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Banda sonora para os caminhos tortuosos do euro

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

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Até em esperma somos deficitários, pá

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Está tudo estragado – mais uma cavaca (salvo seja) para a fogueira do endividamento externo. Diria que há aqui potencial para o florescimento das indústrias criativas.

De resto, tudo bem

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

1. O Ministro das Finanças, no espaço de uma semana, passa de afirmar que o contágio grego "é temporário" para afirmar que estamos num "momento decisivo".

2. Ontem, perante este "momento decisivo", e questionado sobre que medidas iria o governo tomar além das que estão previstas no PEC, o mesmo ministro respondeu que tomará "todas as medidas que forem necessárias se se vier a revelar que são necessárias".

3. O mesmo ministro abre ainda a porta para a reavaliação dos projectos de obras públicas. Deixa um eventual anúncio para o colega das Obras Públicas.

4. Horas depois o colega das Obras Públicas diz que afinal é tudo para continuar e que o Estado "é uma pessoa de bem que honra os seus compromissos". Esta "pessoa de bem" é a mesma que – apenas para citar dois exemplos – antecipou o compromisso que tinha com a função pública para a penalização das reformas e rompeu em 2005 o compromisso do Estado com os pensionistas.

5. À noite ouço António Costa, do PS, dizer na SIC que a culpa é dos mercados, dos especuladores e da chanceler Merkel, que não se apressa a pagar as contas em atraso dos gregos porque há eleições na Renânia do Norte/Westfália.

6. Continuo a ouvir o PSD a manifestar-se contra as reduções dos benefícios fiscais. E a defender os cortes nos consumos intermédios como contributo essencial para resolver o problema.

Entretanto, mesmo com sinais de suavização, os juros mantêm-se em níveis muito elevados e o olhar da Medusa ainda não se desviou um milímetro.

De resto, tudo bem.

Um recorte mais nítido

29 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Agora começamos a ter um recorte mais nítido (como dizem os espiões) do que se está a passar. O Governo foi rápido a antecipar as decisões que penalizam os mais frágeis entre os que já estão frágeis. E teve a anuência do PSD. Mas 48 horas depois, anuncia que o TGV é para manter, o troço Poceirão-Caia é para manter, o aeroporto é para manter, a terceira ponte é para manter... Vá lá, adia-se uma autoestradazita. Isto é um sinal forte que o País vai ter dificuldade em compreender tendo em conta os sacrifícios que são pedidos às pessoas.

Portugal parece uma família que corta na despesa da mercearia para a alimentação, tira a mesada aos filhos, toda a vizinhança percebeu que está quase falida e nenhuma mercearia do bairro se arrisca a vender-lhe fiado por saber que os seus rendimentos não vão crescer, mas vai comprar o BMW, fazer a viagem às Maldivas e pedir o empréstimo para a nova moradia, porque já se comprometeu com os vendedores e não vai desistir para eles não ficarem com as cauções, mesmo prejudicando o futuro dos filhos, pois vai ficar endividada para o resto da vida.

Em conformidade, o PSD não poderá concordar com a manutenção destas opções e aqui não há margem para blocos centrais mitigados. Com as sondagens a caminhar neste sentido, tudo poderá precipitar-se mais depressa. A Marktest dá o PSD a ultrapassar o PS pela primeira vez. É outro sinal ao qual certamente Sócrates não será insensível, embora Passos não tenha qualquer vantagem em chegar lá em plena crise.

Incompatibilidades ao contrário

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Estamos habituados a olhar para as incompatibilidades na óptica dos políticos que prejudicam o interesse nacional em benefício do interesse próprio. O caso de António Nogueira Leite (conselheiro de Passos Coelho) é exactamente o contrário. Este post no Albergue Espanhol devia pôr Vasco Mello com os cabelos em pé. Nogueira Leite está cheio de razão ao pedir a suspensão da adjudicação provisória da linha de TGV Poceirão-Caia, mas o que lhe dirão os accionistas da Brisa onde é administrador sobre as suas livres opiniões? A questão faz sentido, mas do ponto de vista político esta posição só abona a favor dele. Nem todos podem...

Soares no seu melhor

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

"Soares avisa sindicatos para pensarem duas vezes antes de fazerem mais greves"

Se os sindicalistas pensarem três vezes, talvez se recordem dos tempos em que Mário Soares acenava com o direito à indignação. Convinha-lhe, na sua luta cega contra Cavaco, como agora lhe convém defender Sócrates e o PS e atacar os sindicatos.

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Lido no Elevador

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Helena Matos, no Público (sem link) - escreve um texto interessante sobre o discurso de Aguiar-Branco no 25 de Abril e a apropriação dos símbolos, recordando que Zeca Afonso chegou a escrever para as redacções em 1974 a indignar-se com o "despudor" de o PPD cantar a sua canção Grândola Vila Morena num comício. Aí também lembra Cavaco Silva a cantar o Grândola, exactamente em Grândola, nas presidenciais de 2006. Ora sobre a valorização errada dos símbolos, também a minha mãe me contou uma história o outro dia (nós somos de lá): as pessoas de Grândola, que naqueles anos tinham de viajar para o norte do País, quando passavam o Mondego tiravam das suas carrinhas a plaquinha a dizer Grândola (lembram-se dessas plaquinhas?), porque houve quem tivesse más experiências por andar com um símbolo, de parecer um símbolo, de ser de um lugar simbólico e, no entanto, não ter culpa de nada, muito menos o carro.

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Defender também é dar espectáculo

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Mourinho à chegada a Milão (Reuters)
Quem acha que defender é só estacionar o autocarro à frente da baliza ou plantar seis ou sete bonecos na retaguarda viu com fúria a eliminação do Barça pelo Inter do Mourinho. Quem acha que o Barça é a melhor equipa que Deus já juntou na Terra e que só isso chegava para limpar a segunda final da Champions grita injustiça.

Por mim, defender muito bem é uma arte que dá prazer ver. Isso nada tem a ver com não gostar de futebol bonito ou de ataque – não me venham dizer que são coisas mutuamente exclusivas. Defender é uma arte que requer o nível de inteligência que se viu ontem em Barcelona. O Inter secou o Barça do Messi, do Xavi, do Ibrahimovic, do Piqué & Cª durante a maior parte do jogo. Mourinho conhece a equipa que tem – que é pior que a do adversário – e jogou o melhor possível dentro desses limites.

O homem teve engenho e ajuda do árbitro na primeira mão. Teve só engenho na segunda. Em Campo Nou foi, uma vez mais, o mestre fora de campo. O resto – o estilo, as provocações, o mau perder do Barça – é só conversa.

O que desce também sobe

28 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Para além da declaração de boas intenções de José Sócrates e de Pedro Passos Coelho demonstrando que conseguem cumprir os mínimos de trocarem umas palavras sobre o assunto - o que já é uma (r)evolução política - não consigo perceber em que é que a antecipação das medidas do PEC anunciadas pelo primeiro-ministro contribui para acalmar os mercados.

Se pensarmos friamente, é preciso ter o bom-senso de compreender que não é depois de um encontro de hora e meia que, de repente, se decidem grandes reformas estruturais para salvar o País ou que se tomam decisões de maior gravidade. Aquilo soube a nada, mas em 24 horas não havia muito a fazer. Deu foi a sensação que o mais fácil é atirar sobre o mexilhão desempregado que já está lixado à partida. Temos de esperar pelos próximos dias para avaliar se o Governo tem vontade e condições para mostrar que os problemas estruturais são mesmo para resolver e conhecer as propostas do PSD que vão para além da redução dos consumos intermédios do Estado. Não podemos exigir que o Governo e a oposição resolvam numa hora o que ninguém fez nos últimos anos. Mas devemos esperar que o PEC seja revisto, que haja um OE rectificativo e que se perceba onde está o rumo para resolver os problemas que estão para lá da mera conjuntura.

Tiros ao lado

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

A solução, nunca será demais reafirmá-lo, não está em atacar quem desce o "rating" mas em atacar os problemas que justificam a descida da notação de crédito. Com uma taxa de poupança baixa, endividamento alto e perspectivas de crescimento praticamente nulo, o que estavam à espera que sucedesse?

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Perguntar não ofende

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O ministro Silva Pereira mantém a proposta de relançar a regionalização que fez ontem? Ou hoje há assim coisas mais urgentes, embora já existissem mas era melhor não fazer caso?

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Não é mau

:: Guarda-freio: FSC

A rapidez com que reagiu e telefonou a Sócrates, a ida a São Bento para a "cimeira da crise" (segundo lhe chamou uma tv) e as declarações ao lado do primeiro-ministro deram a Pedro Passos Coelho ar de estadista. Não é mau para quem ainda há pouco tempo era "o rapaz do Ângelo".

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O fim das ilusões

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Do governo Há uma semana, o ministro das Finanças afirmava que o contágio da crise grega a Portugal se sentia, mas esperava que fosse “uma situação temporária”, com “desfecho positivo”. Não é. A estratégia de contrariar as comparações com a Grécia e assobiar para o lado à espera que os mercados não dessem por nós estava condenada à partida. Ontem, com a casa a arder, Teixeira dos Santos – que tem aparecido sempre sozinho a falar da crise (onde anda o primeiro-ministro?) – disse o óbvio: as comparações com a Grécia são injustas, os mercados especulam, mas essa é a realidade. A retórica de um réu pouco vale. No curto prazo são precisos factos: antecipar as medidas do Programa de Estabilidade e Crescimento (passar mais esforço para 2010) e apertar ainda mais o cinto da despesa corrente.

Do PSD Pedro Passos Coelho já avisou várias vezes que com ele à frente do PSD a redução dos benefícios fiscais para a classe média (que gera uma poupança orçamental de 2,2 mil milhões de euros) não passa no Parlamento. O PSD apresentou medidas alternativas de corte na despesa. Não chegam. Estas medidas não devem ser substitutos do corte dos benefícios, mas elementares acrescentos à dieta do PEC. Os mercados roubam a autonomia a Portugal a cada dia que passa – e roubam a margem ao PSD, que terá que recuar.

Dos portugueses Orwell escreveu em “O Caminho para Wigan Pier” que numa recessão profunda é possível ter uma grande fatia da população a viver melhor. Foi o que aconteceu em 2009, com juros baixos, preços a cair e salários a subir. Este conforto, combinado com a táctica política de esconder a verdadeira situação financeira do país, faz com que os portugueses não sintam a urgência do momento. Não mais. O governo vai ter de cortar despesa e, eventualmente, subir impostos. A alternativa, humilhante, é precisar que o FMI venha cá fazer isso por nós. Tenho dúvidas sobre se ainda iremos a tempo.

Da série: de resto tudo bem...

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Portugal cai no rating mas sobe no ranking. No da FIFA, para ser mais preciso. Para terceiro lugar. Do mundo!!! Somos grandes! Só temos o Brasil e a Espanha à nossa frente, e os alemães estão em sexto lugar. O Cavaco quer apostar na economia do Mar, esqueceu-se do economato da bola. De resto, tudo bem...

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Depois admirem-se

:: Guarda-freio: FSC

No dia em que Portugal se precipita para o abismo, a Assembleia da República, órgão legislativo do País, está fechada porque os funcionários estão em greve. Ele há coincidências...

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Procura-se PM desaparecido enquanto no mundo...

27 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos


José Sócrates desapareceu do mapa no momento em que devia ter sido ele a mostrar capacidade de liderança e a fazer prova da sua famosa "determinação".

No seu lugar, apareceu o ministro das Finanças a falar de Luanda a dizer que é preciso responder ao ataque dos mercados. Ora o primeiro-ministro, até esta hora, ainda não respondeu ao ataque dos mercados.

No seu lugar, apareceu o líder da oposição a oferecer-se para ajudar a salvar o barco do naufrágio, quando devia ter sido Sócrates a mostrar iniciativa e leadership. Pontos para Passos Coelho. Amanhã é um novo dia, vamos ver o que o PM dirá.

Enquanto o primeiro ministro andou desaparecido, o mundo pulou e avançou uns pontos negativos.

New York Times: The downgrading of Greek and Portuguese debt deepened fears that a debt crisis in Europe could spiral out of control.

Washington Post: Wall St. tumbles on Greek, Portugal downgrades.

Wall Street Journal: S&P cut Greece's ratings to junk status, saying its policy options are narrowing as it tries to cut its large budget deficit. The news, combined with an S&P downgrade of Portugal, pushed down the euro to $1.3269, hit U.S. stocks and sent Treasurys higher.

Reuters: U.S. stocks tumbled on Tuesday as downgrades of Greece and Portugal fueled fear about euro-zone economic stability, and a grilling of Goldman Sachs on Capitol Hill heightened the possibility of financial reform.

El País: Wall Street acusa la inquietud sobre Grecia y Portugal.

Le Monde: Le Portugal dans le sillage de la crise grecque.


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Tirar Portugal da frase

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Sete palavrinhas ajudam a cavar o nosso buraco mais fundo. Há frases tramadas, como este título da Reuters: Wall St tumbles on Greek, Portugal downgrades.

Todo o mundo vai ler que o mais importante mercado de capitais está em perda porque o rating da Grécia baixou e o de Portugal também. Estamos na mesma frase estamos no mesmo barco, estamos a ser puxados para o fundo pelo barco que já afundou e não há como cortar as amarras. Não chega continuara gritar aos quatro ventos que Portugal não é a Grécia. Se os mercados acham que Portugal vai ver-se grego, então gregos seremos.

A outra frase já no miolo do texto da Reuters coloca Portugal em segundo lugar na cadeia do dominó: "Just like in 2008, when you had one big company fall after another, you're now seeing this spread from Greece to Portugal." Não creio que a partir de agora seja possível tirar Portugal da frase.

Com tanta asneira seguida ao longo dos anos, colocámo-nos demasiado perto do buraco negro e agora o buraco negro está a sugar-nos.

ADENDA: O Governo acabou de reagir. Voltar a dizer que Portugal nada tem a ver com a Grécia não adianta muito, porque os mercados não são racionais. Colocar a pressão no PSD também não faz sentido, porque os mercados só vão reagir quando cheirarem que as medidas são draconianas o suficiente para desviarem a predação para outra presa. Se as medidas forem muito draconianas nesta fase, a economia será arrastada. Não há volta a dar. Estamos tramados.

Isto fará de mim a pior pessoa do mundo?

:: Guarda-freio: Adriano Nobre

Dizem que é um deus do toureio.
Na tradução para o meu limitado entendimento sobre esse espectáculo(?) a que chamam tourada, significa isso que o espanhol José Tomás é uma espécie de Maradona na arte de maltratar bichos. São opções de vida: Dele, que faz disso profissão e faz questão de ser o melhor de todos; Dos outros, que apreciam a coisa e vibram com as suas façanhas. Tirando aquele pormenor com cornos que anda pela arena a animar as hostes, nada contra. Cada um faz o que quer da sua carreira e/ou do seu tempo livre.

Dito isto, há apenas uma coisa que realmente mexe comigo nesta história das touradas: Irrita-me a indiferença que me invade sempre que há notícia de um senhor toureiro que está à beira da morte na sequência de uma "colhida grave". Não sinto qualquer espécie de alegria nem alinho na claque do "é bem feito!". Mas gostava de sentir alguma compaixão, preocupação, inquietação... e nada!, não consigo.
E isso aborrece-me.

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A ressurreição da regionalização

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O facto de Pedro Silva Pereira vir agora falar de regionalização (na conferência da TSF sobre poder local) mostra que o ministro está meio desfocado. Tendo em conta os problemas graves que o País tem, e que lhe caem na secretária todos os dias, não acredito que esteja minimamente preocupado com a regionalização. Se ele estiver, então somos nós que devemos estar preocupados.

A tendência é histórica e vem desde fundação do reino. Houve sempre uma tensão permanente entre as tentativas centralizadoras da Coroa - o terrível Poder Central do Terreiro do Paço -, a grande nobreza, a Igreja e as ordens religiosas. Muitas guerras e conspirações houve por causa disto. A terceira força a fazer pressão, embora num sentido diferente foram os municípios. Enquanto a Coroa queria consolidar o seu poder no território nacional, a aristocracia e o poder eclesiástico forçavam sempre em sentido contrário. Durou séculos.

Esta tensão mantém-se. Num País tão pequeno, num Estado-nação puro, com as contas arruinadas e com uma classe política frágil e sem qualidade, não se percebe a tentação regionalizadora para dar poder à classe política intermédia, que tem ainda menos qualidade. Na guerra contra o Terreiro do Paço agora são as aristocracias partidárias a reclamar poder sobre a sua região, para refundarem um certo sistema feudal que no fundo já existe no interior dos partidos: o senhor da freguesia presta vassalagem ao senhor do concelho que presta vassalagem ao senhor da região que presta vassalagem ao senhor da capital. Quem conhece algumas autarquias por dentro, tem o dever de se horrorizar com qualquer tentativa de regionalização política. Organismos de planeamento regional fazem mais sentido do que multiplicar o Alberto João por cinco: novas regiões, novos órgãos políticos, novos serviços de apoio, mais eleições, mais financiamento, mais caciques, mais gabinetes, mais um patamar de decisão, mais burocracia, mais dinheiro gasto, mais dívida descontrolada, mais inconvenientes que vantagens. Já pagamos que chegue.

Powerpoint Wars

:: Guarda-freio: Pedro Esteves


Este é o esquema da situação que os EUA - e os aliados - enfrentam no Afeganistão. Está num powerpoint que, segundo o NYTimes, tem dominado as últimas reuniões entre os militares e a Administração Obama.

"Quando compreendermos este slide, ganhamos a guerra". Foi assim que o gen. Stanley A. McChrystal, o homem que lidera a ofensiva no terreno, tentou quebrar o gelo durante o encontro que serviu para definir uma estratégia para o território. Ou seja, para apresentar este powerpoint. Se dúvidas houvesse quanto à improbabilidade de um sucesso no terreno, nunca a tarefa de simplificação visual do powerpoint funcionou tão bem: olhando para o quadro, é evidentemente simples que o Afeganistão será sempre uma guerra perdida, que só consome vidas, tempo, geopolíticas e dinheiro.

Mas, mesmo que numa inversão cósmica imprevisível, o Afeganistão pudesse ser conquistado militar, social e politicamente, não será seguramente com os generais enfiados nos gabinetes à volta do Microsoft Office que se ganham guerras. Isso até um pacifista sabe.

Retratos de Moçambique (3)

26 abril 2010 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Mercado Municipal de Maputo. Grande parte do comércio pertence a famílias indianas – as mulheres são a cara das lojas, quem gere e arruma a casa.
Foto: SLD (Canon G11)

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Índice de citacionismo

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

"Lenine escreveu um dia: 'Uma organização morre quando os debaixo não querem e os de cima não podem'. Senhor Presidente da República, nós, os de cima, estamos quase a não poder!"

José Pedro Aguiar-Branco, deputado do PSD, no discurso parlamentar do 25 de Abril. 17 valores nos índices de cinismo e de 'dissolva-nos se é homem'.

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Grândola

25 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Nasci no último dia 28 de Maio da constituição de 1933, numa pequena vila dita morena, que o Público hoje retrata evocando a canção. No 28 de Maio, em que completei o primeiro aniversário, o jardim em frente ao qual nasci já se chamava 1º de Maio e o dia 28 já não se festejava. Pelo meio, o 25 de Abril. É claro que o olhar frio do repórter do Público nunca podia ser o meu. O Nuno Sá Lourenço chama-lhe "Grândola Vila Moderna". Sim, para o melhor e para o pior, mas há muita coisa em que está pior e nem tudo o que é moderno é bom.

Carla Bley e Charlie Haden jazzificam Grândola Vila Morena

Olhar para Grândola é como olhar para Portugal. As fábricas fecharam e já não cheira a cortiça cozida nas ruas. A indústria nacional também mirrou. As casas mais antigas do centro da vila estão abandonadas e a cair, enquanto a vila se parece cada vez mais com um subúrbio sem graça, como o resto do País. Não esqueço um velho amigo dos meus pais a dizer-me que era o "desenvolvimento", quando lhe falei dos atentados urbanísticos. Mas também há condições óptimas para fazer desporto, como em quase todos os concelhos, e já lá vai o tempo em que eu jogava hóquei em patins ou basquete num ringue ao ar livre, ao sol e à chuva. A biblioteca é óptima, como se tornou felizmente comum por esses municípios fora. A massa crítica é que desapareceu e nem 10% dos melhores alunos da minha escola regressaram depois da faculdade, como aliás sucede em toda a província. A agricultura continua a ser proveitosa para os donos cortiça, como antes do 25A, mas pouco interessante para todos os outros, porque a agricultura está a definhar em todo o lado. As praias do Carvalhal, da Aberta Nova, de Melides e da Comporta continuam a parecer selvagens mas foram civilizadas com cuidado, o que é uma diferença positiva para o resto da costa portuguesa. Grândola está a envelhecer, como o resto da população. É uma terra que vive de serviços, consome muito e pouco produz, como Portugal inteiro. Faz parte do retrato de um País que se desenvolveu como nunca desde 1974, mas que hoje está num beco de onde não se vê saída. Os projectos turísticos, os célebres PIN, que vão ser construídos na costa são bons e maus: vão dinamizar a economia da região, mas pecam pelo excesso de criarem uma população flutuante superior ao total da população do concelho e isso dificilmente se pode qualificar como desenvolvimento sustentável. Como aliás aconteceu noutras zonas e não se aprendeu a lição. Grândola não é mais terra de fraternidade que as outras, muito menos é lá que o povo mais ordena, nas esquinas há menos amigos e de morena está a ficar grisalha. A canção é uma bela canção. Já o resto...

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Cravos 2.0

:: Guarda-freio: Adriano Nobre

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Da série: Elevador de Corno

24 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Quando mudei da Zon para o Meo, passei quase o mesmo tormento que o João Cândido descreve no post abaixo deste. A nova empresa já tinha instalado o seu serviço e eu já entregara o equipamento na loja, quando as senhoras da Zon começaram a atormentar-me com delícias se regressasse ao seu regaço. Como a um filho pródigo, davam preços especiais e condições nunca vistas, se acabasse o contrato que tinha iniciado aquele mês com a concorrência. Acontece que nunca me ofereceram nada enquanto fui um fiel e cumpridor cliente. Só prestaram maus serviços. Estas empresas que competem ao sabor deste estranho marketing de dor de corno não trabalham para fidelizar os clientes e têm o que merecem.

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As paixões da PT

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

A 9 de Fevereiro passado dei o "grito do Ipiranga", quando decidi deixar de ser cliente da PT. De uma assentada, pedi o cancelamento do serviço de telefone fixo e de Internet. Recolhi o papelinho que provava a entrega do meu pedido e fiquei tranquilo, acreditando que o divórcio seria pacífico. Enganei-me.

Com alguma surpresa, uma relação que se tinha limitado à prestação de um serviço pelo qual eu pagava atempadamente as respectivas facturas, era muito mais do isto. Recebi quatro telefonemas da operadora - acho que foram quatro mas não tenho a certeza se não terão sido cinco - a perguntar por que razão tinha eu decidido cancelar aqueles serviços.

Nas primeiras duas chamadas, e depois de já ter respondido à mesmíssima questão na loja em que fiz o pedido de cancelamento, voltei a explicar os motivos, mas fiquei com a incómoda sensação de que não tinha conseguido convencer as simpáticas senhoras que estavam do outro lado da linha. Voltaram à carga e cheguei a ter que ouvir um apelo pungente para reconsiderar a minha decisão, consubstanciado na seguinte exclamação: "A PT não o quer perder!"

A tirada comoveu-me mas não me demoveu. Talvez para que eu não me esquecesse de que a PT não consegue aguentar a dor da separação, descobri hoje que o cancelamento dos serviços não foi efectuado. É verdade que deixaram de me enviar as facturas da rede fixa mas, quanto à Internet, continuam a querer cobrar aquilo a que consideram ter direito, talvez a título de pensão de alimentos, embora eu não me recorde de ter deixado descendência na empresa.

E foi assim que, quase dois meses e meio depois de ter efectuado o primeiro pedido, me desloquei novamente à loja onde o tinha entregue com o objectivo de esclarecer a questão. Depois de uma breve troca de piropos, porque se preparavam para erguer dificuldades, lá me entregaram um novo papelinho, desta vez em forma de reclamação pelo facto de os serviços se manterem activos contra a minha vontade.

Vamos ver se é desta ou se eu e a PT vamos continuar a fazer o jogo da "Atracção Fatal". Só espero que a paixão da operadora por mim não seja perigosamente obsessiva. Caso contrário, isto ainda vai acabar mal.

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O alvo devia ser outro

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

João Rendeiro, antigo presidente do Banco Privado Português, recebeu três milhões de euros em remunerações no ano em que a instituição financeira começou a escorregar para o alçapão da falência. É por causa de notícias como a que o "Expresso" publica na edição de hoje, que não se percebe por que motivo os investidores que fizeram aplicações junto do banco não organizam protestos e manifestações à porta de casa do ex-líder do banco.

Até agora, têm preferido azucrinar, de forma exclusiva, a cabeça do ministro das Finanças. Não se entende o alvo escolhido, ainda para mais quando Fernando Teixeira dos Santos tem muito mais com que se preocupar do que com a liquidação do BPP, quando é já o próprio país que está à beira da bancarrota.

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Sobre o esclarecimento do cidadão contribuinte

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

O caro Miguel Abrantes anda distraído - os jornais (incluindo o i) não se limitaram a transcrever a Lusa sobre essa pequena maravilha que foi a execução orçamental no primeiro trimestre.
Não sei se Medeiros Ferreira leu a peça na edição em papel do i ou na edição online (essa sim, mais imediata e tirada da Lusa). Mas esclareço uma coisa importante, que talvez Medeiros Ferreira não saiba: os boletins mensais de execução orçamental são sempre enviados para as redacções bem depois das 19h, ou seja, já perto do fecho da edição, quando o mais provável é que o jornalista que faz a área esteja com outra peça. Tudo parte da gestão oficial da informação diária, supõe-se.
Claro que, como diz o Abrantes, os atraentes boletins ficam disponíveis no site da DGO - mas para o cidadão contribuinte não é bem a mesma coisa, pois não?

O jornalismo é uma chatice, pá!

23 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

O jornalismo é uma chatice. Juan Herrero, administrador da Media Capital, admitiu hoje à comissão de inquérito que as queixas de José Sócrates contribuíram para o fim do Jornal Nacional de Sexta na TVI. O estilo da pivôt não era o meu estilo. Também não gosto da Fox News nem aprecio a MSNBC. E nunca comprei tablóides. Mas o estilo não incomodava ninguém se não fossem as notícias. E o que incomodava o primeiro-ministro eram as notícias, o jornalismo e a investigação, o jornalismo praticante que não larga o osso enquanto há notícia. O estilo pé-de-microfone é mais do agrado de José Sócrates (e, sejamos justos, de todos os políticos). Mas o jornalismo devia ser o business da Prisa. Parece que não é. A verdadeira chatice nos tempos que correm é o jornalismo também ser uma chatice para as próprias empresas de jornalismo.

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Retratos de Moçambique (2)

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Praia de Vilankulo, manhã de 1 de Janeiro de 2010. Em frente, lá ao fundo, está parte do arquipélago do Bazaruto. Lá em baixo, na praia, o sol só é suportável antes das 10h ou ao final do dia. Óptimo para desenjoar da crise portuguesa.
Foto: BFL, Canon G11

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É tudo uma questão de retrospectividade

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Teixeira dos Santos apresentava a proposta para uma nova taxa de 20% sobre as mais-valias bolsistas, explicando que vai englobar operações feitas desde o início do ano – ou seja, antes da entrada em vigor da nova lei. "E isso não levanta um problema de retroactividade da lei, logo arriscando inconstitucionalidade?", perguntou uma jornalista. O ministro respondeu que não, falou vagamente de "jurisprudência do Tribunal Constitucional" e disse que isto é o que "os juristas chamam uma situação de retrospectividade da lei, não retroactividade". Olhares incrédulos na plateia. Em segundos, o ministro rematou para golo: "Terá ficado tão confusa como eu com esta explicação, mas é este o termo jurídico". Risos. Ao lado estava o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Humor e impostos só ligam quando não vêm da boca de um responsável político que está precisamente a anunciar (e, supostamente, a explicar aos cidadãos) uma nova taxa de imposto –nova taxa que, garantem os fiscalistas, é mesmo inconstitucional.

Do horror ao silêncio

22 abril 2010 :: Guarda-freio: Adriano Nobre

Rui Pedro Soares não falou. Aliás: falou, mas não respondeu às dezenas de perguntas que os deputados tinham para colocar-lhe sobre o negócio entre a PT e a TVI.
Foi o espanto e a indignação nas imediações da sala 7. "Não falou! Não falou!" Está a ser o espanto e a indignação em todos os espaços de comentário nas rádios e televisões. "Não Falou! Não falou!"

A essência de todo este clamor é óbvia: o silêncio pode significar mais do que mil palavras quando nos colam as vestes de diabo ao corpo. E piora quando esse silêncio pode ter como retorno o estrondo de um crime de desobediência qualificada.
Percebo tudo isto.

Mas há minutos dei por mim a pensar numa razão alternativa para o frenesim mediático do dia: Rui Pedro Soares foi à Assembleia da República e não falou. E ir à Assembleia para poupar nas palavras é, de facto, notícia. Ou não se chamasse a investigação dos deputados ao negócio PT/TVI, e passo a citar, "Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar à relação do Estado com a Comunicação Social e, nomeadamente, à actuação do Governo na compra da TVI".
Isso mesmo, leram bem, é uma comissão que até consegue acolher advérbios no título.

Também há dias, noutra comissão, a de Ética, o ministro Jorge Lacão foi questionado sobre a eventual legislação do governo em matéria de transparência na propriedade de meios de comunicação. E respondeu assim: "Na medida em que está num estado avançado uma revisão das leis da televisão e da rádio, o Governo poderá encarar algumas soluções jurídicas que possam ajudar a suprir aspectos de omissão na nossa ordem jurídica, exigindo uma definição mais clara, mais rigorosa quanto à exigência de identificação da estrutura de propriedade dos meios de comunicação social".

Perante estes exemplos... como não estranhar a poupança de verbo?

Mistérios da vida moderna

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Na Avenida 5 de Outubro, no quarteirão anterior ao da loja Altamira, para quem sobre a via, há uma praça de táxis. Excelente. O mistério está no facto de os profissionais do volante gostarem de estacionar em segunda fila quando o espaço que lhes está reservado tem lotação esgotada e, pior, na circunstância de apreciarem ficar na conversa a ocupar a faixa da direita da Avenida ou, até, com as portas dos seus táxis escancaradas, o que dificulta o trânsito.

Por que motivo não fecham as portas e vão conversar para o passeio, já agora num tom mais baixo para não incomodarem a vizinhança? Pela minha parte, faço questão de passar sempre a fazer razia para os forçar a encolherem-se e na esperança, vã até agora, de que percebam a mensagem e mudem de hábitos.

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Hoje é um grande dia

:: Guarda-freio: Pedro Esteves

O ar em Portugal fica logo mais respirável quando estes senhores por cá andam. Faltam cinco horas...

Nem vendo para crer...

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Neste preciso momento, o Parlamento debate o pacote anti-corrupção (transmitido na SIC).

Neste preciso momento, sabemos que o Tribunal da Relação absolveu Domingos Névoa da tentativa de corrupção de Sá Fernandes, documentada por uma gravação da PJ (está a passar em rodapé na SIC).

Neste preciso momento, passamos de agnósticos a ateus. Não acreditamos mesmo em nada.

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O nosso novo guarda-freio

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O sétimo guarda-freio deste ascensor é a grande contratação que tínhamos anunciado para o Inverno, mas que só agora foi concretizada - ontem à noite, regada a Douro (isto dava um bom Elevador do Baco) - portanto, será um reforço de Primavera, apesar do clima invernoso que se prolongou para além do prazo. Mas chega de treta.

É o Filipe Santos Costa, de quem esperamos uma grande actividade ascensorista a subir e a descer, para onde lhe der mais jeito, conforme as conveniências do momento. Madeirense, jornalista do Expresso, tuíteiro, lampião, melómano, comentador de política, foi ele que promoveu a campanha Fãs da Madeira, que ainda está no ar, para ajudar a Ilha a recuperar da catástrofe. O elevadorismo não vai parar.

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O nosso jardim

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O jardim Constantino, que estava fechado desde (uns dias antes) das eleições autárquicas reabriu na segunda-feira. Não cremos que fosse por pressão deste blogue. Também não se percebe que obras significativas foram ali feitas que justificassem seis meses de encerramento. Mas o quiosque novo abriu e o café é óptimo. Os velhos já jogam cartas nas mesas. E os vagabundos que por ali viviam parece que por ali continuam a viver. Resta saber que tipo de manutenção vai ser feita e que acompanhamento social vão ter os sem-abrigo, para que o jardim não volte a ser um nojo infrequentável.

Adenda: afinal havia um blogue dedicado ao Jardim Constantino. Uma boa iniciativa.

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Eles falaram, falaram, falaram...

21 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

José Sócrates e Passos Coelho passaram três horas ontem fechados numa sala. Mesmo sem sabermos o conteúdo da conversa, sabemos que eles falaram. Se falam, podem não se entender, mas podem concordar em discordar. Sinal pelo lado do PS: normalização da vida democrática, que era o spin que andavam a fazer sobre a nova liderança de Passos. Sinal do lado do PSD: tinham imeeeensas coisas para dizer ao primeiro-ministro e ele ouviu-as. Sinais para os próximos tempos: não haverá Bloco Central, a não ser que aconteça a catástrofe que os analistas financeiros, especuladores internacionais e economistas estrangeiros prevêem para Portugal, como em 1983.

Mistérios da vida moderna

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Ashes to ashes... Parece que o espaço aéreo europeu vai abrir. Adoro esta ideia contraditória de um espaço aéreo fechado, mas a vida moderna que construímos desde a Revolução Industrial tem destas coisas. Somos muitos evoluídos: locomotivas a vapor, aviões, iPad. O planeta não: terramotos, maremotos e vulcões. Por mais modernos que sejamos, a Terra ainda é muito primitiva.

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Os "detalhes" nos jogos de alta competição

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Costumam dizer os treinadores como Mourinho que os detalhes são o que decide as eliminatórias a partir de um certo nível. Aceitemos então que uma meias-finais contra a melhor equipa do mundo, o Barça, se qualificam para esse "certo nível". E aceitemos também que um golo fora de jogo e um penálti não assinalado se qualificam para a categoria de "detalhes".

A pergunta é sempre a mesma: num desporto que envolve milhões (de adeptos e de euros), como é possível que o desfecho dos jogos possa assentar apenas no juízo de quatro gajos, quando existem meios técnicos que podem ajudar a corrigir erros graves? Se o recurso a esses meios é uma realidade no râguebi, por que raio não se aplica no futebol, eliminando boa parte da suspeição que paira sobre as arbitragens? Os mesmo gajos que se lembraram de penalizar com amarelo os jogadores que despem a camisola ao comemorar golos com os adeptos, não podem usar a cabecinha pidesca para outros fins?

Quanto ao Inter vs. Barça é pena que os erros do nosso Benquerença tenham marcado o resultado – o Mourinho montou bem a equipa, um onze forte e elegante. Veremos se sobrevive ao assalto na Catalunha. E veremos se a imprensa (portuguesa e não só) sobrevive ao efeito Mourinho e chama os bois pelos nomes – o Inter jogou bem, sim, mas o Barça foi escandalosamente roubado.

De resto, tudo bem

20 abril 2010 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

"O Estado demora, em tempo mediano, 540 dias entre a receção de um pedido para financiar um novo medicamento para ser introduzido nos hospitais e a decisão sobre o valor", noticia hoje a agência Lusa.

Este e outros números lamentáveis fazem parte de um estudo encomendado pela associação da indústria farmacêutica, a Apifarma. Cita a Lusa: "Apesar de não ter sido atingida a mediana do tempo nos medicamentos oncológicos até financiamento público, estima-se (através de um modelo paramétrico) que a demora seja de 868 dias".

A indústria terá em tempos abusado do rótulo "inovador" e aldrabado os governos, introduzindo novos medicamentos (caros e comparticipados) sem grandes ganhos terapêuticos. Mas isso não serve de desculpa para os atrasos em Portugal. Primeiro porque há de facto medicamentos inovadores que não entram nos hospitais (cancro, por exemplo). Depois porque os obstáculos a estas entradas têm a ver com a falta de pessoal do Infarmed e com poupanças na saúde (a saúde, esse bem universal e tendencialmente gratuito, certo?).

Mais curioso ainda é que a ministra Ana Jorge opte por esmagar as margens da indústria, trave a entrada de medicamentos inovadores e ao mesmo tempo reponha as margens das farmácias em 20% (!).

De resto, tudo bem.

Retratos de Moçambique (1)

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Vilankulos, Janeiro de 2010
Ao fundo está o Hotel D. Ana, construído nos anos 60 por Joaquim Alves, que dedicava os seus empreendimentos à mulher amada, uma moçambicana chamada Ana. Degradado, o hotel está a ser reabilitado (por sul-africanos, segundo soube).
Foto: BFL (Canon G11)

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A treta do dia

19 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Na Comissão de Inquérito ao negócio PT-TVI, Pacheco Pereira pediu há minutos a Mário Lino para confirmar uma reunião no ministério com Rui Pedro Soares, no dia 22 de Junho (início da semana em que se soube do negócio, véspera da partida do administrador da PT para Madrid a fim de negociar com a Prisa). Lino disse que não se lembrava. Mas às vezes Rui Pedro Soares passava no ministério para falarem de futebol ou dos problemas da mulher depois do parto (confesso que é tão abstruso que duvido ter ouvido bem). Da PT é que eles não falavam. Sempre que Rui Pedro Soares ia para falar da PT, Mário Lino havia de dizer: "Alto lá! Disso só falo com o Granadeiro! Mas é uma pena que o FCP tenha empatado e estimo as melhoras da sua senhora!" É daquelas coisas: está na cara que é treta, mas é impossível de provar.

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Sobre o enxovalho checo a Portugal

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Quando li sobre o enxovalho a que Cavaco Silva foi sujeito pelo seu anfitrião checo lembrei-me do conceito de face dos chineses. A face não equivale à honra ocidental – a face é isso mesmo, a cara, a aparência perante os outros, que misturada com o cumprimento dos ritos serve para harmonizar a sociedade. Para os chineses, no enxovalho de Praga o presidente checo foi o que mais face perdeu – porque fez, em público, um convidado seu, presidente de outro país, perder face.

Serve isto para dizer que o presidente checo – que até tem veia humorística e razão nos comentários – desrespeitou o presidente de Portugal. Fê-lo mais do que uma vez. Cavaco teve a reacção típica – encolheu-se e deixou passar ao lado. Poderia e deveria ter feito mais. (Lembrar o bom historial português em matérias de falências soberanas seria uma hipótese) Não por razões de patriotismo barato, nem pelo teor dos comentários, mas pelo simples facto de ter sido desrespeitado – o que significa que o país a que preside foi desrespeitado. Como português senti que havia ali espaço para ser melhor representado.
Adenda: Li agora que o Presidente terá ripostado, apontando o facto de a meta do PEC para 2013 implicar um défice mais baixo que o da República "In Your Face" Checa. Mas o desconforto não passa – provavelmente tem mais a ver com o estado das coisas do que com a diplomacia de Belém...

O Ministério das Teletransportações

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Percebi agora por que razão estão agregadas estas pastas dos Transportes e das Telecomunicações (fica por apurar o que fazem as Obras Públicas na mistura). António Mendonça participa hoje num conselho de ministros europeus dos Transportes onde os ditos cujos vão definir o que fazer quanto à abertura do espaço aéreo. Como não pode voar, como nenhum dos ditos ministros pode voar, a reunião será realizada por videoconferência à hora do almoço. Se não te transportas, teletransportas-te. A união das pastas no mesmo ministério só pode ter este objectivo: o de um dia se fundirem os Transportes e as Telecomunicações. Beam me up Scotty! Ainda havemos de lá chegar.

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Retratos da América - 20 (fim)

17 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Foto: VM

The city never sleeps. NY. 2008

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Rogaram-nos uma em Praga

16 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Sem patrioteirismos, o que o presidente checo Vacklav Klaus fez ontem a Cavaco Silva não se faz. É o mesmo que convidar uma pessoa importante para a nossa casa e chamar os amigos para um beberete em sua honra. E depois, na hora do brinde, dizer assim: "Pois temos nós aqui um chefe de família, patriarca de uma casa cheia de dívidas em que se gasta muito mais do que se ganha, o que é uma coisa inadmissível. Qualquer dia não têm dinheiro para pagar o que devem. Se eu fosse filho ou neto deste homem não deixava que se gastasse tanto dinheiro e ainda por cima nem parecem nervosos com o assunto. Saúde!"

Cavaco reagiu com a diplomacia que o Presidente checo não teve. Esta história mostra duas coisas: primeiro, a credibilidade externa do País é ainda mais baixa do que suspeitamos; segundo, o presidente checo é um sacana que não merece o lugar que ocupa.

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De resto, tudo bem

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

A União Europeia espera que com anúncios de ajudas consiga travar os ataques à dívida da Grécia e, em menor grau, às dos restantes países do sul da Europa (incluindo o nosso belo canto). Ao anunciar o dinheirinho, espera não ter de chegar a gastá-lo.

Os mercados não acreditam e confrontam o bluff - atacam sem quartel a dívida grega e de outros países periféricos (incluindo o nosso belo canto), como agora a gíria lhes chama. Exigem à UE que mostre as cartas.

A UE não quer mostrar as cartas todas porque receia passar um cheque em branco à incúria criminosa dos gregos, desincentivando os outros infractores (incluindo o nosso belo canto) de tomarem medidas duras e inevitáveis. A UE, onde a Alemanha paga boa parte das contas, tem que primeiro pedir autorização aos tribunais e ao povo alemão, e por isso tem de contemporizar com a retórica e as demoras de Angela Merkel.

Mas os mercados, assustados com a monumental carga de pancada que levaram em 2007 e 2008, em boa parte devido aos ganhos infundados que engoliram em anos anteriores, andam em stress. Os investidores não gostam de risco. Os especuladores gostam do que se passa. E todos pressionam ainda mais o poder político a mostrar as cartas, tornando mais caro pedir emprestado.

No domingo passado, a UE mostra algumas cartas e dá mais detalhes sobre as ajudas à Grécia: mostra de onde vem o dinheirinho.

Mas os mercados só ficam convencidos durante um dia: logo nascem novas dúvidas sobre como será activado esse dinheirinho, para cobrir a falência causada pela má gestão grega e pelos ataques dos próprios mercados. Batem então mais nos gregos e, de caminho, ainda aviam umas bordoadas na outra dívida periférica (incluindo a do nosso belo canto).

De gatas, a Grécia, cujo governo anterior subiu a factura dos salários no Estado em 100% e aldrabou as contas, abre a porta às ajudas: FMI, BCE, UE, todos vão a Atenas na segunda-feira.

Nos mercados já se percebe que a Grécia está coberta. Agora, os olhos de todos - investidores, especuladores, economistas, analistas, estrategistas, jornalistas como este escriba - começam a fixar-se nos próximos elos mais fracos. Nos media de referência todos falam de Portugal, que tem passado relativamente sob o radar, mas que se calhar vai deixar de ter essa sorte, agora que a Grécia já foi temporariamente arrumada. Todos querem que Portugal seja esse "próximo problema global" - mesmo que, no fundo, o problema maior seja de histeria colectiva.

Em Lisboa há indignação e pouca vontade de apertar mais o cinto. Há um governo cansado. Há liberais do outro lado, provavelmente os mesmos que acham que liberalismo é dar os monopólios mal geridos pelo Estado aos privados, para estes pelo menos tornarem o monopólio ainda mais lucrativo, à custa de quem exporta e enfrenta concorrência.

E, no meio de tudo isto, o INE deixou de caracterizar em 2002 o grau de qualificações de quem emigra - grande medida para salvaguardar o moral das tropas, supõe-se.

De resto, tudo bem.

O pessimismo é uma profecia que se cumpre, já dizia o outro

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

É verdade que o governo português pode fazer mais para corrigir o défice orçamental? Sim, é.

Esta estranha-fé-que-tudo-passe-e-nós-passemos-sob-o-radar-dos-mercados-financeiros é perigosa? Claro que é.

Mas isso explica que um economista escreva que "Portugal é o próximo problema global", esquecendo o efeito da crise mundial nas contas de um país já fragilizado e esquecendo ainda os efeitos que as suas doutas palavras podem ter na percepção já histérica dos mercados (cumprindo assim a profecia das duas doutas palavras)? Fuck no, Simon!

Vá de férias à Madeira

15 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos


O Filipe Santos Costa deu aqui um grande exemplo de cidadania: quando temos vontade, podemos fazer coisas boas e baratas a favor de muita gente. Ele é madeirense, jornalista, e a tragédia das chuvas na Madeira obrigou-o a ter de fazer alguma coisa. Então, pensou numa campanha de apelo às férias na ilha, como maneira de ajudar a economia local a recuperar da catástrofe. Mobilizou celebridades (que dão a cara), uma agência de publicidade (que fez o anúncio pro-bono) e meios de comunicação social (que oferecem o espaço para os anúncios). A campanha publicitária está aí, sem gastar um cêntimo.

A culpa deve ser dos consumidores

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

...em relação ao preços dos combustíveis. Também serve de título alternativo ao post imediatamente aqui por baixo, do Bruno Faria Lopes. A malta continua a pôr gasolina, não hão-de os preços aumentar?... Se é caro e há quem compre, a culpa é de quem compra e mai-nada.

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E, de repente, os preços dos combustíveis

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Diz o ministro da Economia que "é difícil compreender" por que razão o preço dos combustíveis é tão elevado. Esse é o comentário que eu e o senhor do café lá em baixo poderíamos fazer – pensava que os assessores e os consultores e as autoridades da concorrência e o professor Augusto Mateus serviam precisamente para o ministro da Economia perceber o que se passa. Eu diria que tem a ver com a subida do preço do petróleo e a fiscalidade brutal (ISP e IVA sobre ISP) sobre cada litro de combustível. Mas o ministro tem dúvidas e ventila– o que até cai bem junto de alguns profissionais do volante.

Bora ser bué da malucos e impactar a malta?! Bora?!

14 abril 2010 :: Guarda-freio: Adriano Nobre



Uma caixa cheia de palha. Resume-se tudo a isto: uma caixa cheia de palha.

É uma acção de marketing. E do bom, deduzo. Daquele que deve levar semanas a preparar. Com análises de mercado, profundas avaliações ao perfil dos consumidores ou, no caso, dos jornalistas. Do "público-alvo", em suma. Uma iniciativa com um histórico de reuniões, decisões, planeamento e brainstorming, claro!, muitos, bué, para esgalhar a ideia final. Criar impacto. Agitar. Mexer com a cena. Ser giro. No fundo, "criar buzz". É assim que se diz, não é?!
Vai daí... uma caixa de palha.
Gostava de ter estado na reunião final. "Ah, e se comunicássemos isto através do envio de uma caixa com palha lá dentro, com a alusão a 'procurar no palheiro'? Hã?! Que tal?! Palha... palheiro...".
Ui... euforia, êxtase, loucura. Quase arrisco "gritos" no lounge do brainstorming. "Isso é que era!". "Muita bom!". "Ganda maluco!". "Granda cena!". Ou um mais singelo "Nem imagino a cara dos gajos quando receberem isto". E por aí fora.
Parida a genialidade, decidem-se as minudências: o dia e hora de entrega na redacção, o tamanho e o formato da caixa, o volume de palha a enviar, onde colar o autocolante com a referência "encontra no palheiro". Lá dentro, minúsculo, o objectivo da busca. Cá fora, minúsculo, o nome do cliente. Lá dentro, ainda, e numa prova final de genialidade e inovação absoluta, o inefável CD - esse conceito pós-moderno do marketing relacional - com o press release e a restante informação. Aquela que não se envia por mail porque "não é giro". Não cria "buzz". Não "impacta".
Diz que tem a ver com a Vobis e o Facebook.
Diz que é feito pela M Public Relations.
Diz que é uma caixa com palha.
Digo-vos: não há pachorra para estas demonstrações saloias de originalidade com que volta e meia um gajo tem de levar pelas redacções deste país.

Mistérios da vida moderna

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Ontem à noite, enquanto chovia e o Benfica jogava com o Sporting, não havia taxistas em Lisboa.

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Aqui, a culpa também deve ser dos consumidores

13 abril 2010 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Os únicos quadros competentes existentes no país e, por isso, supõe-se, os únicos merecedores da "confiança" do secretário de Estado das Obras Públicas, eram os que trabalhavam no gabinete de Paulo Campos.

Ao actual Governo, não há lugar que escape. Muito menos na Fundação para as Comunicações Móveis, braço muito útil para montar as encenações em que Sócrates oferecia computadores às criancinhas. Como diria Castro Guerra, a culpa deve ser dos consumidores.

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A culpa deve ser dos consumidores

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Depois de ter sugerido o nome de Mário Lino e de ter fracassado, o Governo lá conseguiu colocar Castro Guerra, antigo secretário de Estado-adjunto da Economia, na presidência da Cimpor. Não há "job" para o qual o Governo não tenha um "boy" guardado na manga.

É impressionante como o país tem tanta falta de quadros, ao ponto de ser necessário ir buscar gente fiel ao Partido Socialista para preencher os lugares disponíveis. Como diria Castro Guerra, a culpa deve ser dos consumidores.

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Sobre os Pulitzer 2010

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Pro Publica, um jornal online, ganhou hoje um Pulitzer na categoria de jornalismo de investigação – o trabalho conta como os médicos exaustos nas urgências caóticas depois do furacão Katrina tomaram decisões de vida ou de morte. É a primeira vez que um jornal online ganha um Pulitzer, num claro sinal dos tempos.

Da lista de trabalhos premiados li este, publicado pelo Washington Post, sobre os pais que se esquecem dos filhos dentro dos carros, com um desfecho trágico. O artigo (traduzido pelo Público em 2009 depois de um caso semelhante ter acontecido em Portugal) é muito bom – e devastador.

Uma nota final: a maioria dos premiados tem mais de 15 a 20 anos de experiência – e mais de 40 anos de idade. As peças maiores têm mais de 10 mil palavras – e não devem ter sido feitas em um ou dois dias.

Retratos da América - 19

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Foto: VM

Natureza morta. Waco, Texas, 2008.

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Corações calcificados

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Haifa Zangana, uma romancista iraquiana que foi resistente e prisioneira política durante o regime de Saddam Hussein escreve este impressionante e elucidativo texto no Guardian sobre o ataque norte-americano a civis num bairro de Bagdade, que matou dois repórteres da Reuters em 2007, e cujo vídeo se pode ver aqui. Para além da revolta que sente, ela sublinha o divertimento que os soldados estavam a sentir durante o massacre e a distância a que a tecnologia os coloca dos iraquianos: os militares tornam-se semi-deuses que sentem os civis como não-humanos ou não pessoas.

Um congresso frustrante

12 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Num congresso do PS esperamos que eles digam coisas de esquerda.

Num congresso do PCP esperamos que eles digam coisas revolucionárias.

Num congresso do CDS esperamos que eles digam Paulo Portas.

Num congresso do PSD esperamos que eles digam mal uns dos outros.
Desta vez pensaram mas não disseram.

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Isto só bídeo

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O Congresso do PSD visto pela Patrícia Alves.

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O que eu queria mesmo, mesmo...

10 abril 2010 :: Guarda-freio: Adriano Nobre

... era estar a ver o Barça-Real.

Mas pronto.

(Actualização: Faltou o link para contextualizar a coisa. Aqui.)

Retratos da América - 18

09 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Foto: VM

Too hopeful for my shirt. Chicago, 2008

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Cavaco e o pé-de-meia de Mexia

08 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

O Presidente da República já disse o que pensa, fez escândalo nessa altura, e foi criticado talvez por algumas das vozes hoje indignadas com os prémios e vencimentos de alguns gestores público-privados. Na mensagem de Ano Novo de 2007, Cavaco Silva disse isto:

“Sem pôr em causa o princípio da valorização do mérito e a necessidade de captar os melhores talentos, interrogo-me sobre se os rendimentos auferidos por altos dirigentes de empresas não serão, muitas vezes, injustificados e desproporcionados, face aos salários médios dos seus trabalhadores”

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Coisinhas caras que nós pagamos

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Os submarinos são caros. É verdade. Muito boa gente acha-os supérfluos. Mas há outras coisinhas supérfluas e caras que nós contribuintes andamos a pagar como se fossemos ricos. Às vezes é preciso pôr as coisas em perspectiva. Este numerozinhos são eloquentes:

€833 milhões - Submarinos, duas unidades.

€2.000 milhões - RTP, desde 2003.

€1.300 milhões - SCUT, custos em cada par de anos.

€850 milhões - Magalhães, custos do computador nos primeiros dois anos.

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Mistérios da vida moderna

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

De facto, há coisas inadiáveis na nossa vida sobre as quais legislar. Por exemplo, aspectos tão insólitos como nos conta hoje o i: o PS quer legislar quanto à mudança de identidade de quem muda de sexo. Na verdade, seria estranho que fosse mais fácil mudar de sexo do que alterar o género no BI ou no Passaporte. Faz-me lembrar a história de um transexual que foi meu colega num jornal. Apesar de ainda não ter mudado de sexo, era homem mas vestia-se como fêmea, falava no feminino, usava nome de mulher, ia ao wc das senhoras, mas debaixo da maquilhagem crescia-lhe a barba ao fim da tarde. Sofria dessa esquizofrenia que fazia dele(a) um(a) personagem únic(o)a, mais ou menos discriminado(a), tratado(a) com condescendência, mas era um ser corajoso. Uma vez, por ocasião da guerra no Iraque, teve de enviar um mail para a Arábia Saudita e depois confessou ao editor que, de facto, era difícil obter uma resposta porque os sauditas não responderiam a uma mulher. Errado, porque ele(a) padecia desse problema que o PS quer resolver: numa brincadeira de mau gosto, apesar dos pedidos, os informáticos nunca alteraram o email para o nome feminino. Ela continuava a ser: josecarlos@........pt

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Para além do mal

07 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos


Um jornalista da New Yorker explica aqui o que está para além desta crua crueldade: as razões da ilegalidade desta acção incompreensível e criminosa de forças norte-americanas no Iraque.

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Soberania e demagogia

:: Guarda-freio: Vìtor Matos


Os de Valença são portugueses de uma vila historicamente muralhada contra os espanhóis, pagam impostos em Portugal mas agora parece que vão receber cuidados de saúde a Espanha. Por mais razão que a ministra da Saúde tenha (não sei de tem) em fechar aquele SAP de noite, a demagogia de expor as bandeirinhas espanholas tem um efeito populista eficaz. Até eu fico indignado. Mas os do litoral ou do interior não têm armas tão poderosas. Os de Grândola bem podiam acenar com as bandeiras de Santiago do Cacém, que ninguém ligava. Os espanhóis, não se importam, suponho, de pagar impostos para tratarem dos portugueses. Deixem chegar o Verão, com o Mundial de Futebol e vamos ver se a malta não muda de bandeirinhas. Será que muda?

Retratos da América - 17

06 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Foto: VM

Nova Iorque, 2008.

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Um PEC para o PSD

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Não deixa de ser irónico que o PSD tão preocupado com o endividamento seja o partido com maior endividamento, nada menos do que 10 milhões de euros, uma pipa de massa, tanto quanto os outros partidos todos juntos. Fazer aqueles congressos todos custa dinheiro, o que é que pensam?

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As casinhas parte II

05 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Os políticos gostam muito de teflon, mas a este tudo se pega. As casinhas eram feias, os projectos eram mais do que "residuais" e tudo parece muito estranho em volta daqueles processos todos. O Público imprimiu hoje mais uma história sobre o grandioso passado de José Sócrates como engenheiro técnico. Só teve acesso à informação e aos arquivos da Câmara Municipal da Guarda depois de recurso após recurso a decisão ter chegado ao Tribunal Constitucional, o que é eloquente: alguém queria esconder aquilo que é público por natureza.

Sócrates não respondeu ao jornal, mas fez hoje uma nota às redacções em que questiona a "interessantíssima agenda" do Público e refere que manchetes como a de hoje confirmam "a opção do Público por uma linha editorial que desistiu da ambição de um jornalismo de referência".

Com todas a polémicas sobre o controlo da comunicação social, o primeiro-ministro não aprendeu a lição: não desmente o que o jornal escreveu, mas quer definir jornalismo de referência. Sócrates acha que um jornal não deve escrutinar se um primeiro-ministro foi um profissional idóneo, ou se cumpriu as suas obrigações como deputado em exclusividade. Ora essa é uma obrigação de um jornal de referência independente.

Last but not the least, é penoso para Sócrates ser Abílio Curto a defendê-lo. Ou irónico.

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O grego diz que nos veremos gregos

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Theodoros Pangalos, vice-primeiro-ministro grego, socialistado PASOK, disse isto ao Jornal de Negócios.

Sobre o sector público: "Demasiadas pessoas, produtividade muito baixa. Há um sistema clientelar muito grande que estamos a tentar abolir e que vamos abolir".
O diagnóstico sobre a Grécia assenta como uma luva a Portugal que neste caso é irmão gémeo. Nenhum político português tem coragem para dizer isto.

Sobre o socialismo: "Somos socialistas marxistas ocidentais, o Estado é o nosso inimigo. Nós queremos encolher o papel do Estado na sociedade e isso tem de ser feito".
José Sócrates disse exactamente o contrário nas últimas eleições, acusando o PSD de querer destruir o Estado, colocando o Estado no altar do salvador da economia. Tirando a parte dos "socialistas marxistas", esta frase podia ser dita por Passos Coelho, sendo que Sócrates usaria contra ele o mesmo argumento que usou contra Ferreira Leite.

Sobre Portugal: "Vocês são as próximas vítimas".
Esperemos que não.

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Títulos que dizem tudo

:: Guarda-freio: Adriano Nobre

O novo álbum dos UHF vai chamar-se "Porquê?".
Parece-me bem. Sugiro que o próximo, a existir, tenha o título "Desculpem lá...".

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Retratos da América -16

04 abril 2010 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Foto: VM

Bush de papelão lá ao fundo. Crawford, Texas, 2008.

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Lido no Elevador

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O Meu Postigo - É bom , é reconfortante, é alentejano e é do meu irmão.

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Armas, manteiga e soberania

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Tudo começou com a necessidade de a opinião pública aceitar os investimentos militares. Em vez do tradicional jogo de soma nula - mais canhões menos manteiga - alguém inventou para os países pobres a fórmula mais canhões e mais manteiga. Quem comprasse canhões (equipamento militar) havia de receber em manteiga (as tais contrapartidas: investimento estrangeiro, encomendas à indústria nacional, etc.) tanto quanto gastasse em canhões.

Esta grande ideia permitiu aos políticos justificarem a compra de equipamento militar não por razões de soberania, mas com a lógica dos saldos: paga um leva dois. Os gastos militares considerados supérfluos pela opinião pública passavam assim a ter uma justificação, a de que esses gastos supérfluos representavam um ganho colectivo por via do investimento, as famosas contrapartidas ou "offsets".

O problema é que as empresas de armamento querem vender armas e estão-se nas tintas para as contrapartidas e para andarem a brincar às agências e investimento. Há casos no mercado internacional em que as empresas preferiram pagar as penalizações por incumprimento das contrapartidas (ex. África do Sul) do que executá-las. Quando isto aconteceu, os portugueses decidiram (ainda no Governo do PS) colocar as penalidades ao nível de 100% do custo do material. Isto gerou contestação nos fabricantes. Ora, qual é a outra maneira de os fabricantes se livrarem das contrapartidas, uma promessa futura cuja qualidade e credibilidade é difícil de analisar nos concursos sem dose de subjectividade? O suborno, para deixar andar. Segundo um académico inglês que entrevistei há anos, especialista na matéria, os fabricantes têm uma verba de 10% em cada concurso para subornar. E aqui todos os estados estão vulneráveis.

A questão de fundo, é esta: a soberania tem custos, os países podem decidir se querem ou não ser soberanos, os cidadãos devem decidir se querem ou não que o seu País mantenha uma certa dose de soberania, ora a soberania tem custos. Não são as contrapartidas que nos pagam a nossa soberania. Devemos ser nós a pagá-la.

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Retratos da América -15

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Foto:VM

Chicago Bulls, 2008.

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Dúvidas existenciais

01 abril 2010 :: Guarda-freio: Adriano Nobre

Os senhores que justificaram o fim do Jornal Nacional de sexta-feira com o facto de esse programa não estar em linha com o registo informativo dos meios do grupo Prisa, são os mesmos senhores que permitem que a TVI emita merdas como esta?

É legítimo deduzir, portanto, que este formato abjecto que o canal agora estreou está em linha com o que o grupo Prisa entende serem conteúdos de excelência?

Ninguém na TVI (a apresentadora, os produtores, a administração, os operadores de câmara...), ninguém, dizia, tem vergonha disto? Será que toda a gente no canal acha natural que se exponham desta forma os dramas familiares de seres humanos que não têm o discernimento necessário para perceberem que estão a ser usados?

Já agora, por curiosidade... nos arquivos de Queluz de Baixo, como se catalogam os programas que constam de pessoas a chorar, em directo, por estarem a falar com familiares mortos, através de uma medium britânica? Entretenimento? Isto? Ora porra!

(Adenda: segundo a Marktest, a estreia do programa foi acompanhada por 1,3 milhões de telespectadores. Enfim...)

Contrapartidas do submarino alemão foram sempre fracas

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Nunca foi escondido que a credibilidade das contrapartidas dos submarinos alemães era fraca. Ganharam o concurso na mesma. Escrevi este lead há a 18 de Dezembro de 2003, no Diário Económico:

«As "perspectivas de concretização" e a "credibilidade" das contrapartidas no valor de 1,2 mil milhões de euros apresentadas pelo German Submarine Consortium (GSC), vencedor do concurso dos submarinos, foram consideradas "fracas" na resolução aprovado pelo Conselho de Ministros e publicada no Diário da República no dia 25 de Novembro. A "qualidade" das contrapartidas apresentadas pelo consórcio alemão também foi classificada com um "médio", enquanto a dos concorrentes-derrotados, os franceses da DCN-I, recebeu um "bom"».

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Um nojo tão grande sr. vereador

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

No dia 7 de Setembro escrevi este post indignado porque a câmara de Lisboa tinha finalmente decidido tratar do nojento Jardim Constantino, mas a coisa metia mais nojo que o estado do próprio jardim, porque anos depois de os moradores andarem a fazer pressão para o jardim ser tratado, a iniciativa foi tomada na semana das eleições autárquicas.

Hoje, o jardim continua fechado. Passaram sete meses. Não há sinais de obras.

Meteram lá um quiosque. Não funciona, como é óbvio. Hoje uns homens limpavam folhas secas.

O jardim que metia nojo mete tanto nojo hoje quanto metia; a manipulação das expectativas políticas para enganar a populaça mete nojo: a manutenção do espaço fechado mete nojo; a passividade de nós, moradores, também mete nojo. Há países onde isto seria impossível.

Onde pára o sr. vereador Sá Fernandes que tão diligentemente defendia a cidade quando era advogado? O Zé não faz falta nenhuma.

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1 de Abril

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Hoje era um bom dia para ouvir Sócrates na comissão de inquérito.

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Primeiros Dias de Privavera

:: Guarda-freio: Luís Miguel Afonso



Fotografias feitas no Parque Natural da Serra da Estrela entre 22 e 27 de Março 2010.

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Para lá do Covilhão...

:: Guarda-freio: Luís Miguel Afonso

Portugal deve ser o único país do mundo em que quando neva a sua única estância de ski encerra… Deve ser por isso que a maior parte dos portugueses desconhece a sua existência…
A semana passada resolvi fazer uma pausa espiritual na zona da Serra da Estrela. Não sou praticante de desportos de Inverno, mas a minha paixão pela fotografia faz-me percorrer caminhos semelhantes com talvez maior esforço físico. O despertador tocou na manhã de quinta às 5:30 tal como tinha tocado nas manhãs anteriores na esperança de um nascer do sol limpo onde a luz quente dos primeiros raios de sol faz incandescer o topo dos cântaros da serra. Mas naquela manhã, para além do teimoso denso nevoeiro que me acompanhou nas manhãs anteriores havia uma novidade: havia neve por todo o lado acima dos 800 m. A aldeia das Penhas da Saúde parecia ter-se mudado para a Suiça tal era o branco que cobria o casario. Quando cheguei ao centro de limpeza de neve, ali na grande rotunda que permite o acesso à Torre e ao Vale Glaciar do Zêzere até Manteigas, redondos sinais brancos com rebordo vermelho indicavam trânsito cortado. Voltei à tarde, para o por do sol e o nevoeiro mantinha-se. As estradas cortadas também… Na manhã seguinte, despertador matutino, e já à saída da Covilhã se indicavam as mesmas estradas cortadas. E assim ficaram o resto de sexta-feira.
No sábado previa-se um dia solarengo e quente. E também se previa uma enchente de pessoas a querer brincar na neve que caíra nos dias anteriores. Quando o sol raiou, o céu estava limpo, a luz maravilhosa e as estradas… cortadas. Quando deixei o carro no parque perto do centro de limpeza de neve era o único por ali. Quando voltei da minha sessão fotográfica havia autocarros, auto-caravanas, dezenas de famílias esperando. Perto da cancela, sorrindo, galhofando, tagarelando, dizendo que quem manda aqui sou eu, encontravam-se os senhores da GêEneErre. Ninguém passa! A estrada era toda para um único limpa-neves que subia e descia vagarosamente os parcos kms que separam o centro de limpeza - e a cancela - da Torre. Iriam ter de esperar… Como é óbvio, a estrada que mais me interessava a mim e que me levaria até ao Vale Glaciar, essa teria de esperar que o sol a limpasse… Só no dia seguinte.
Nos outros países, logo após os nevões, quando a neve é boa para esquiar, brincar, snowboardar, as estâncias estão no seu pico. Em Portugal manda-se cortar as estradas e está feito. É mais barato, mais simples, mais revelador da pequenez e do sentido do quero posso e mando dos Portugueses. Nos outros países – testemunhei isso no Canadá – começa-se a limpar mal caía o primeiro floco de neve. Em Portugal, espera-se que passe e esteja bom tempo para se começar. Nos outros países espalha-se sal e andam em movimento vários limpa-neves; na Serra vi um único limpa-neves e um caterpillar, não os vi a lançar sal, apenas a lançar fagulhas na frente quando a poderosa pá de metal beijava a estrada. De certo, técnicas muito mais modernas…
Só não percebo é como os responsáveis pela Estância Vodafone permitem isto. Ou serão amigos dos senhores das Estradas de Portugal e costumam ir para os Alpes juntos no Carnaval beber schnapps e apanhar bronzes enquanto os pobres dos tugas esperam junto à cancela?
Enfim, para lá do Covilhão, mandam certamente os que lá estão!

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apresentação

Tudo o que sobe também desce

Conheça a história do ascensor aqui.
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