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elevador da bica

Grândola

Nasci no último dia 28 de Maio da constituição de 1933, numa pequena vila dita morena, que o Público hoje retrata evocando a canção. No 28 de Maio, em que completei o primeiro aniversário, o jardim em frente ao qual nasci já se chamava 1º de Maio e o dia 28 já não se festejava. Pelo meio, o 25 de Abril. É claro que o olhar frio do repórter do Público nunca podia ser o meu. O Nuno Sá Lourenço chama-lhe "Grândola Vila Moderna". Sim, para o melhor e para o pior, mas há muita coisa em que está pior e nem tudo o que é moderno é bom.

Carla Bley e Charlie Haden jazzificam Grândola Vila Morena

Olhar para Grândola é como olhar para Portugal. As fábricas fecharam e já não cheira a cortiça cozida nas ruas. A indústria nacional também mirrou. As casas mais antigas do centro da vila estão abandonadas e a cair, enquanto a vila se parece cada vez mais com um subúrbio sem graça, como o resto do País. Não esqueço um velho amigo dos meus pais a dizer-me que era o "desenvolvimento", quando lhe falei dos atentados urbanísticos. Mas também há condições óptimas para fazer desporto, como em quase todos os concelhos, e já lá vai o tempo em que eu jogava hóquei em patins ou basquete num ringue ao ar livre, ao sol e à chuva. A biblioteca é óptima, como se tornou felizmente comum por esses municípios fora. A massa crítica é que desapareceu e nem 10% dos melhores alunos da minha escola regressaram depois da faculdade, como aliás sucede em toda a província. A agricultura continua a ser proveitosa para os donos cortiça, como antes do 25A, mas pouco interessante para todos os outros, porque a agricultura está a definhar em todo o lado. As praias do Carvalhal, da Aberta Nova, de Melides e da Comporta continuam a parecer selvagens mas foram civilizadas com cuidado, o que é uma diferença positiva para o resto da costa portuguesa. Grândola está a envelhecer, como o resto da população. É uma terra que vive de serviços, consome muito e pouco produz, como Portugal inteiro. Faz parte do retrato de um País que se desenvolveu como nunca desde 1974, mas que hoje está num beco de onde não se vê saída. Os projectos turísticos, os célebres PIN, que vão ser construídos na costa são bons e maus: vão dinamizar a economia da região, mas pecam pelo excesso de criarem uma população flutuante superior ao total da população do concelho e isso dificilmente se pode qualificar como desenvolvimento sustentável. Como aliás aconteceu noutras zonas e não se aprendeu a lição. Grândola não é mais terra de fraternidade que as outras, muito menos é lá que o povo mais ordena, nas esquinas há menos amigos e de morena está a ficar grisalha. A canção é uma bela canção. Já o resto...

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“Grândola”