As paixões da PT
A 9 de Fevereiro passado dei o "grito do Ipiranga", quando decidi deixar de ser cliente da PT. De uma assentada, pedi o cancelamento do serviço de telefone fixo e de Internet. Recolhi o papelinho que provava a entrega do meu pedido e fiquei tranquilo, acreditando que o divórcio seria pacífico. Enganei-me.
Com alguma surpresa, uma relação que se tinha limitado à prestação de um serviço pelo qual eu pagava atempadamente as respectivas facturas, era muito mais do isto. Recebi quatro telefonemas da operadora - acho que foram quatro mas não tenho a certeza se não terão sido cinco - a perguntar por que razão tinha eu decidido cancelar aqueles serviços.
Nas primeiras duas chamadas, e depois de já ter respondido à mesmíssima questão na loja em que fiz o pedido de cancelamento, voltei a explicar os motivos, mas fiquei com a incómoda sensação de que não tinha conseguido convencer as simpáticas senhoras que estavam do outro lado da linha. Voltaram à carga e cheguei a ter que ouvir um apelo pungente para reconsiderar a minha decisão, consubstanciado na seguinte exclamação: "A PT não o quer perder!"
A tirada comoveu-me mas não me demoveu. Talvez para que eu não me esquecesse de que a PT não consegue aguentar a dor da separação, descobri hoje que o cancelamento dos serviços não foi efectuado. É verdade que deixaram de me enviar as facturas da rede fixa mas, quanto à Internet, continuam a querer cobrar aquilo a que consideram ter direito, talvez a título de pensão de alimentos, embora eu não me recorde de ter deixado descendência na empresa.
E foi assim que, quase dois meses e meio depois de ter efectuado o primeiro pedido, me desloquei novamente à loja onde o tinha entregue com o objectivo de esclarecer a questão. Depois de uma breve troca de piropos, porque se preparavam para erguer dificuldades, lá me entregaram um novo papelinho, desta vez em forma de reclamação pelo facto de os serviços se manterem activos contra a minha vontade.
Vamos ver se é desta ou se eu e a PT vamos continuar a fazer o jogo da "Atracção Fatal". Só espero que a paixão da operadora por mim não seja perigosamente obsessiva. Caso contrário, isto ainda vai acabar mal.
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