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Armas, manteiga e soberania

Tudo começou com a necessidade de a opinião pública aceitar os investimentos militares. Em vez do tradicional jogo de soma nula - mais canhões menos manteiga - alguém inventou para os países pobres a fórmula mais canhões e mais manteiga. Quem comprasse canhões (equipamento militar) havia de receber em manteiga (as tais contrapartidas: investimento estrangeiro, encomendas à indústria nacional, etc.) tanto quanto gastasse em canhões.

Esta grande ideia permitiu aos políticos justificarem a compra de equipamento militar não por razões de soberania, mas com a lógica dos saldos: paga um leva dois. Os gastos militares considerados supérfluos pela opinião pública passavam assim a ter uma justificação, a de que esses gastos supérfluos representavam um ganho colectivo por via do investimento, as famosas contrapartidas ou "offsets".

O problema é que as empresas de armamento querem vender armas e estão-se nas tintas para as contrapartidas e para andarem a brincar às agências e investimento. Há casos no mercado internacional em que as empresas preferiram pagar as penalizações por incumprimento das contrapartidas (ex. África do Sul) do que executá-las. Quando isto aconteceu, os portugueses decidiram (ainda no Governo do PS) colocar as penalidades ao nível de 100% do custo do material. Isto gerou contestação nos fabricantes. Ora, qual é a outra maneira de os fabricantes se livrarem das contrapartidas, uma promessa futura cuja qualidade e credibilidade é difícil de analisar nos concursos sem dose de subjectividade? O suborno, para deixar andar. Segundo um académico inglês que entrevistei há anos, especialista na matéria, os fabricantes têm uma verba de 10% em cada concurso para subornar. E aqui todos os estados estão vulneráveis.

A questão de fundo, é esta: a soberania tem custos, os países podem decidir se querem ou não ser soberanos, os cidadãos devem decidir se querem ou não que o seu País mantenha uma certa dose de soberania, ora a soberania tem custos. Não são as contrapartidas que nos pagam a nossa soberania. Devemos ser nós a pagá-la.

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