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elevador da bica

Aldeia da Roupa suja

30 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

começou. Vai piorar. Vamos ficar a saber como estes senhores andaram a brincar com coisas sérias.

Meu caro amigo Vlad

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Sócrates, ao lado de Putin, disse esta coisa perigosa nos dias que correm: "Para não contaminar irresponsavelmente uma relação, é importante que ninguém comece por dar lições seja a quem for". Portanto, Portugal, que é pequenino e vai ter a presidência da UE, não dá lições à Rússia. Felizmente, ao que parece, também não as recebe. Caso contrário, o sr. Berardo estaria preso, eu, jornalista, talvez morto a tiro pelas costas, o Público e o Expresso estariam fechados, o DN era nacionalizado, a SIC seria amordaçada e o Corte Ingles encerrado para pressionar os espanhóis, etc...

Sócrates aceitou que fechassem a Praça Vermelha para ele fazer o seu habitual número de jogging. Sendo que há reprocidade nas relações diplomáticas, veria com muito maus olhos que se fechasse a Praça do Comércio para o sr. Putin dar uma corridinha.

Abertos até de madrugada

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O Elevador da Bica não está em greve.

Os juízes devem estar loucos

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Quando o Supremo Tribunal de Justiça faz um acórdão como este, é caso para perguntarmos: quem nos protege dos tribunais? O abuso sexual de uma criança de 13 anos é grave. O abuso de uma criança de 6 anos é grave. A graduação que os juízes aqui fazem do mal é inaceitável e abjecto. António Cluny tem razão, quando diz: “Começa a ser preocupante a inserção [nos acórdãos] de opiniões de natureza pessoal, quase ideológicas ou morais, que podem pôr em causa a validade jurídica da decisão, principalmente em matérias tão sensíveis”.

Çerve exte texto apenax para apherir as capassidades de leitura

29 maio 2007 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Acha que o Ministério da Educação perdeu, de vez, a cabeça nas provas de aferição de Língua Portuguesa do 4º e 6º anos?

1 - "Sim, o Ministério da Educação perdeu, de vez, a cabeça."

2 - "Não, a cabessa de vez Educassão do Ministériu nunca existiu."

3 - "Não çabe, não rexponde, porque frecuentou o ençino brilhãte proporciunado pelo Estado purtuguês."

O silêncio da gaveta

28 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

"O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista" - António Barreto (Público de domingo, 27)

É o normal. Quando os socialistas chegam ao poder, ou vai o socialismo para a gaveta, ou a esquerda leva um empurrão para a modernidade. Num dos seus últimos discursos de rentrée, Guterres chegou a dizer, cito de cor: "Nem direita, nem esquerda: em frente!" Só assim é que um Partido Socialista pode governar de facto. O socialismo serve depois para os tempos de oposição, contra as perigosas derivas de direita dos que não têm punhos erguidos no símbolo da lapela.

Ora isto é pragmatismo puro. As ideias de partida são nenhumas ou poucas. Sócrates comprometeu-se com quase nada durante a campanha eleitoral Isto tem algumas vantagens, é certo. Mas também conduz ao deserto, onde todos são iguais - ou seja, sem ideias - sobrando assim a fulanização generalizada das lideranças. Com a saída de António Costa do Governo, como diz Barreto na sua crónica, Sócrates está, "Enfim, Só!" E os ministros são cada vez mais como directores-gerais.

Ou como escreve Vasco Pulido Valente na mesma edição do Público: "Sócrates manda. O Governo faz tranquilamente o que a direita no lugar dele faria."

Um disco para um sábado à tarde

26 maio 2007 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Tem quase 80 anos e, no entanto, é ainda um grande saxofonista. "From The River to the Ocean" é mais recente parceria de Fred Anderson com o baterista e percussionista Hamid Drake. Neste disco, juntam-se-lhes três outros músicos, para ajudarem a fazer uma ponte entre América e África. Soberbo.

Um exemplo de humildade

25 maio 2007 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Eis alguém cujo exemplo de humildade podia ser seguido pelo ministro das Obras Públicas.

À vontadinha no poder

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Este episódio do ministro Mário Lino é revelador de um sintoma mais preocupante: parece que esta maioria absoluta se sente demasiado confortável no poder. Dá a ideia de que o poder não lhe pesa o suficiente para haver cuidado com os exageros nas palavras. É certo que a oposição ajuda. Se isto se passasse no Governo do dr. Lopes, já não havia pedra sobre pedra no Convento do Carmo. Como se diz na tropa, à vontade não é à vontadinha...

Rigor?

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Aqui está um exemplo de rigor na gestão dos dinheiros públicos e uma prova de que o Estado é uma pessoa de bem. Também serve de explicação para quem considere que a indústria farmacêutica tem demasiado poder em Portugal. Não admira, quando se percebe, pelo andar das contas, que é um sector fundamental para ajudar a manter de pé o Serviço Nacional de Saúde.

O melhor de Portugal

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Vamos ter Ota e TGV, mas nenhum destes projectos consegue superar este não-projecto.

A tropa não anda a brincar

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Para quem nunca se lembra de que Portugal está em guerra e que há soldados portugueses em risco em teatros de operações complicados, eis um comunicado do EMGFA de há minutos:

PATRULHA PORTUGUESA EMBOSCADA NO AFEGANISTÃO
Hoje, às 04H48, hora de Portugal (01H18 horas em Kandahar), a Oeste de Kandahar no Afeganistão, militares da Força Nacional Destacada foram alvo de uma emboscada .
Este incidente teve lugar durante uma patrulha apeada, no quadro das operações da ISAF em curso.
Do sucedido resultou um ferido ligeiro, o 1º SARG. CARLOS ALBERTO DA SILVA BARRY, que de imediato foi evacuado por meios aéreos para o Hospital de Campanha em Kandahar, onde se encontra em observação.
A família do militar já foi informada pelo Exército.

Os métodos de Adolfo José Mendes

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Na São Caetano prepara-se a noite das facas longas, suspeito que lá para o final do dia 15 de Junho... Depois disto, parece que tropas de vários exércitos estão em movimento:

«Pedro Santana Lopes acusou ontem o seu sucessor à frente do PSD de ter métodos "nazis" e "estalinistas" no que diz respeito ao afastamento de autarcas que foram constituídos. Numa rara entrevista à Lusa TV, Santana Lopes atirou: "Um partido impor, como se fosse um Estado totalitário, a uma pessoa, que está a fazer esclarecimentos em processos judiciais, nessa fase é o que se trata ainda, uma punição como se já tivesse sido julgada, isso é estalinista, é nazi, não é próprio de um partido democrático".»

ADENDA: Santana mandou retirar os qualificativos "nazi" e "estalinista"ao que disse. Bateu primeiro e pensou depois, o que não é muito inteligente em política. Assim se vê como a raiva e a vingança cegam quem devia usar a razão. Isto só vai piorar.

Curiosa coincidência

24 maio 2007 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

O Governo gosta de afirmar que a sua estratégia de redução do défice público não se faz à custa de medidas extraordinárias, mas se esta decisão não é de carácter extraordinário, não se percebe bem o que possa ser. Prolongando o congelamento das progressões na carreira, o Executivo consegue poupanças de 400 milhões de euros nos gastos correntes.

Como não se trata de uma medida de natureza estrutural, mas destinada a vigorar temporariamente enquanto não entra em vigor o novo regime de carreiras, vínculos e remunerações da Função Pública, é necessário ter em conta aquele impacto ao analisar-se a forma como está a ser concretizada a consolidação das contas públicas. Isto é, as despesas correntes baixam mas com a ajuda de medidas insustentáveis, a prazo.

Também deve registar-se o facto de o Governo prever que volte a haver progressões na carreira dos funcionários a partir de 2009. Será um ano de eleições, o que não deixa de ser uma curiosa coincidência.

O deserto

:: Guarda-freio: Vìtor Matos



Eis um habitante da margem Sul, segundo a descrição convicta de Mário Lino. Compreendem-se, assim, os receios de Almeida Santos quanto à ameaça que representa a possível dinamitação das pontes sobre o Tejo. Todas as cautelas são poucas.

Flip-flop!

23 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

1. Carmona Rodrigues andou vai não vai e agora vai mesmo apesar de ter dito que não ia. É uma espécie de: eu decidi não concorrer, mas isso foi antes de ter decidido que concorria. Se a campanha tiver um rumo tão claro como o anúncio de candidatura, teme-se o pior.

2. Para não comentar a herança do PSD na gestão autárquica, Fernando Negrão respondeu ontem aos jornalistas que nem conhecia Carmona. Vamos ver se terá de levar com os ex-vereadores dele na lista (os afectos à distrital do PSD, claro), e aí não poderá dizer que os desconhece. Vai ser bonito o que eles vão dizer uns dos outros (os de Carmona e os de Paula Teixeira da Cruz).

Fazer figura

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Fernando Negrão almoçou ontem com Manuela Ferreira Leite. À mesma hora, António Costa almoçava com Jorge Sampaio, João Soares e Aquilino Ribeiro Machado - ex-presidentes da CML socialistas. Tudo para jornalista ver. Houve, porém uma grande coincidência: ambos os almoços estavam marcados para o restaurante Faz Figura, à mesma hora. O PSD acabou por recuar para o Chapitô. A intenção, porém, não deixou de ser essa: fazer figura.

O Fagundes da Pide

:: Guarda-freio: Vìtor Matos


"Quando os políticos são achincalhados na rua é preciso fazer alguma coisa" - disse Fagundes Duarte (na foto), coordenador do PS na Comissão de Educação (citado no DN), justificando, assim, a suspensão do funcionário da DREN que insultou o primeiro-ministro.

Exmo. senhor doutor Fagundes: e se Vexa. também fosse achincalhado noutro sítio qualquer, que é, aliás, o que o senhor merece, será também preciso fazer alguma coisa? O Aljube ainda tem grades nas janelas e acabavam-se logo com os achincalhanços das pessoas respeitáveis que só querem o nosso bem, como o Bem Amado presidente do Conselho que tem o muito bem escolhido nome de filósofo, pois os sábios é que devem governar e os demais obedecer.

Aliás, até proponho aqui um movimento para achincalhar a vetusta figura do senhor Fagundes para ver o que acontece. Afinal, não. Podia ser que ele assim deixasse de não existir.

O diário de Reagan

:: Guarda-freio: Vìtor Matos



The Reagan Diaries acabaram de ser publicados nos EUA. O livro, que reproduz as entradas que o presidente escreveu ao longo de oito anos na Casa Branca, mostra os comentários de si para si do então homem mais poderoso do Ocidente. Tem passagens fabulosas como estas:

30 de Março de 1981: "Getting shot hurts."

1 de Maio de 1981: "Highlight was noon visit by Prince Charles. He's a most likeable person. The ushers brought him tea - horror of horrors they served it our way with a tea bag in the cup. it finally dawned on me that he was just holding the cup & then put it down on a table. I didn't know what to do."

7 de Junho de 1981: "Got word of israeli bombing of Iraq - nuclear reactor. I swear I believe Amageddon is near."

18 de Novembro de 1981: "Today was the big day - the speech to the world at the Nat. press club. (...) Funny - I was talking peace but wearing a bullet proof vest. It seems Qaddafi put a contract on me & someone named Jack was going to try for me at the spreech. Security was very tight."

Pura arrogância

22 maio 2007 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Aqui está uma manifestação de pura arrogância e autismo. A directora de um departamento do Ministério da Educação desencadeia um processo disciplinar contra um funcionário por este ter dito uma piada sobre a licenciatura do primeiro-ministro. No entanto, da ministra aos secretários de Estado, todos acham que não têm de dar quaisquer explicações e que o assunto nada tem a ver com o Governo.

Na equipa que dirige o Ministério da Educação há algumas coisas essenciais que andam esquecidas. Primeiro, que foram eleitos para ocupar altos cargos num Estado de Direito democrático e que, por isso, não podem esquivar-se a assumir posição e responsabilidades em matérias como esta. Depois, cumpre-lhes ajudar a apurar a verdade dos factos e, caso se confirme que houve uma actuação excessiva e injustificada, informar os cidadãos sobre que medidas estão dispostos a tomar para que na Função Pública não seja tolerado quem se ache no direito de denunicar e perseguir.

Os responsáveis do Ministério da Educação preferem acobardar-se e assobiar para o lado. Ficamos a saber que não sentem qualquer vergonha em fazer o papel de cúmplices.

Uma evidência custosa

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Esta visão de que só vale a pena convocar referendos se houver perspectivas de vitória por parte de quem sujeita uma opção política a consulta directa, é demasiado calculista. Trata-se de fugir ao risco do debate democrático, de proteger as convicções de um julgamento alheio eventualmente desfavorável e, sobretudo, de desvalorizar e menorizar um meio de expressão da vontade dos eleitores em favor de meros acertos partidários.

O mais curioso, é que este ponto de vista a propósito da reintrodução do tema da regionalização na vida política vem de um primeiro-ministro que prega o gosto pelo risco, mas que, pelo que se pode ver, não está disposto a subscrevê-lo.

De qualquer forma, se, em matéria de regionalização, o país incorre em "inconstitucionalidade por omissão", como defende Diogo Freitas do Amaral, mas se os cidadãos já se pronunciaram, com uma larga maioria, contra o processo, fica claro que o problema está no texto constitucional e não nos eleitores. Custa muito perceber esta evidência?

Livros, políticos e ideias

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

De facto, é uma grande coincidência abordarmos ao mesmo tempo um tema que não está na agenda. Paulo Gorjão escreveu no Bloguítica (post "Panorama Confrangedor") sobre o facto de os políticos não escreverem livros com as suas ideias, um dia depois do Elevador da Bica o ter feito.

Concordo com as excepções que apresenta: Mário Soares (sempre a produzir) e Francisco Louçã. Que me lembre, em 2001, Paulo Teixeira Pinto foi o último político que deu à estampa alguma coisa de vagamente parecido com uma ideia para o país. Publicou "Um dever chamado futuro", mas tal não era mais do que a tradução para livro da sua moção ao congresso de Viseu do PSD.

É conhecido algum pensamento estruturante que esteja na base das posições de Marques Mendes em relação a questões estratégicas como a defesa, a diplomacia, ou que justifiquem as suas posições sobre impostos, televisão pública ou grandes investimentos? Não. Tudo voga na espuma dos dias e na marcação da agenda, daquilo que está a dar.

Conhecem-se as reflexões de José Sócrates sobre o mundo, os partidos, o aquecimento global, o papel do Estado?... Não. Só aquilo que decorre da sua acção governamental, e que é justificado pelas circunstâncias.

Paulo Portas, que agora quer refrescar a direita, pensa muito, fala de mais, farta-se de escrever, mas tem mais heterónimos que o Fernando Pessoa e não se percebe quem é o homónimo. Que pensa ele? Pensa tudo, conforme a configuração do terreno. É gelatina política.

O panorama é confrangedor, de facto.

O cantinho do Mulligan - 2

:: Guarda-freio: Vìtor Matos


Vale a pena ouvir, e ouvir com mais atenção, este A Long Story, álbum de estreia de Anat Fort, pianista israelita de jazz, com formação clássica.

A Village Voice escreveu isto sobre Anat, que vive em Nova Iorque: "Gentility is part of the pianist's vernacular, but she has some novel strategies for dodging the benign. Conflating Bach and Bill Evans is one tack; using a soft touch while getting rambunctious in the upper register is another."

O segredo é o negócio (a alma não existe)

21 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Quantos políticos portugueses no activo publicaram, nos últimos anos, um livro com as suas ideias para o país? Quantos líderes partidários espalharam aos quatro ventos as suas brilhantes ideias num livro capaz de causar impacto e de credibilizar o autor? Nenhum, claro. É porque não pensam? Talvez. Ou porque precisam de acautelar as ideias de hoje em relação a circunstâncias futuras? Possivelmente. Medo do ridículo? Sim, pois as ideias são traiçoeiras e rebatíveis. Se têm um pensamento estruturado, estranhamente, os líderes políticos não querem que se saiba. O segredo deste jogo, afinal, é manter o jogo em segredo. As democracias merecem mais.

Quatro a um

20 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

O meu vizinho de cima é o asno do prédio, opinião unânime, quase sempre manifestada com raiva ou desdém nas reuniões do condomínio. Hoje, pobre homem, obrigou-me a esse terrível sentimento de ter pena, sentir uma peninha, tanta peninha, que me senti mal comigo próprio. Eu ia deitar o lixo. Ele vinha a entrar. Trazia o cachecol do Benfica...

Curioso número: o FCP vence o campeonato com 69 pontos.

Esperar para ver

19 maio 2007 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Aguarda-se, com ansiedade, que esta zelosa funcionária pública, guardiã do temor reverencial, desencadeie o merecido processo disciplinar contra este humorista insultuoso.

O cantinho do Mulligan

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Obrigado, Francisco. É uma honra. Em troca, pega lá um disco. Pode vir a dar-te jeito. Para festejar ou para recuperar enquanto utilizas a minha reserva.

A voz do dono, II

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

O Tribunal Constitucional decidiu anular a marcação da data de 1 de Julho para as eleições intercalares em Lisboa, que havia sido decidida pela governadora civil do distrito.

Aqui está mais um caso de uma "porteira de discoteca" que não só queria ter a última palavra sobre quando se realizaria a festa, como também se achou no direito de condicionar de que forma dançariam os candidatos.

A voz do dono

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

As pressões sobre os jornalistas e o cerco ao órgãos de comunicação social, matéria em que não há Governo que possa considerar-se inocente, são uma brincadeira de crianças quando comparados com os acontecimentos muito elucidativos e preocupantes descritos nesta notícia. Aqui, está em causa o país real, onde os "porteiros da discoteca" dedidem quem pode e quem não pode entrar na festa.

A história envolve um professor suspenso por dizer uma piada sobre o primeiro-ministro, matéria que, caso se justificasse pelo eventual mau gosto da tirada, poderia ser resolvida com uma reprimenda. Mas, para desgraça do irreverente docente, o elenco deste episódio inclui um delator e uma directora especialmente zelosa.

Por qualquer razão, ambos devem ter achado que são pagos para exercer vigilância, denunciar e punir atitudes que considerem contrárias aos seus critérios de avaliação do sentido de humor alheio. O que pretende esta gente? Onde terá formatado a sua mentalidade mesquinha? O que farão a seguir, usando arbitrariamente o poderzinho que lhes entregaram?

A reencarnação de Portas

18 maio 2007 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Leio no Público que António Pires de Lima vai liderar, no interior do CDS, uma tendência liberal. E que esta o será não apenas nas matérias económicas, mas também noutras áreas. É uma óptima ideia, num país em que seria bem-vindo um sopro de liberdade capaz de abanar o peso do Estado sobre os cidadãos e o paternalismo consentido e desejado dos poderes públicos sobre a sociedade.

Resta saber que acolhimento dará Paulo Portas às eventuais propostas deste grupo bem intencionado. Isto é, ainda não se percebeu bem que fato vai vestir o novo líder do partido. O de democrata-cristão? O de eurocéptico? O de conservador e arauto dos valores tradicionais que se encerram na palavra "lavoura"? Nesta nova encarnação, de que cor política será a gravata de Paulo Portas, peça de roupa que chegou a garantir jamais tencionar usar?

Grevistas ou vigaristas?

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Fernando Teixeira dos Santos decidiu ordenar aos serviços da Administração Pública a contagem do número de trabalhadores que adere a greves. Assim, o ministro das Finanças pode acabar com as habituais discrepâncias nas percentagens de adesão a esta forma de protesto e tornar a contabilidade mais rigorosa e transparente.

Muito mais importante se tornaria esta medida se, com base na informação em causa, o ministro aproveitasse para combater uma situação considerada perfeitamente ética e normal pelos sindicatos, pelos trabalhadores e médicos envolvidos, mas que não passa de uma vigarice praticada sobre os bolsos dos contribuintes.

Refiro-me ao vasto número de funcionários que, pretendendo aderir a uma greve mas não querendo perder o direito ao salário, têm por costume pedir a um médico simpático e compreensivo que lhes passe um atestado. Desta forma, no dia da greve estão de baixa o que, sob o ponto de vista financeiro, não lhes traz qualquer prejuízo.

Aqui há uns tempos, um artigo sobre esta matéria, publicado no DN, garantia, tanto quanto me recordo, que metade dos funcionários-grevistas têm o hábito de recorrer a este expediente fraudulento. Se a verdadeira intenção de Teixeira dos Santos for a de combater os vigaristas, então que não lhe doam as mãos.

Águas profundas

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

O Diário Económico noticiou hoje que Morais Sarmento, putativo futuro líder do PSD, vai fazer um hotel e um centro de mergulho em Moçambique. Será que, tal como Mário Soares afirmou uma vez sobre Jaime Gama, o político-empresário também é um peixe de águas profundas?

Amigalhaços II

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Ontem, na tomada de posse de Rui Pereira, antes do deboche:

- Viva, senhor Presidente e professor, excelência, como vai, é muito agradável trabalhar consigo e um prazer revê-lo em todas as ocasiões!...
- Olha, ele já se foi embora! Bute lá! Iuupii! Olé, olá!...

Amigalhaços

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Euforias no Palácio de Belém, ontem, depois da tomada de posse de Rui Pereira:

- E quem não salta, é do Negrão! E quem não salta... não apaga os fogos!
- Ó António anda cá! Chamó António! Chamó António!
- Eh pá, ó Rui, vá lá, não sejas chato, anda cá também ao mosh, tens de te habituar ao ambiente lá no MAI, pá!
- Olé! Olá!, A PSP é o melhor que há!
- Allez!... GNR allez!... GNR allez, GNR allez, GNR allez!...
- Vá Rui, curte lá, isto é todas as manhãs, uma alegria, havias de ver quando mete os bombeiros e a bófia!... Alllez!...
- Eh, pá, ó Zé Magalhães, 'tás-me a picar com a pêra, larga lá agora...
- Ei, sou o Osvaldo, também quero, também quero...
- Ó menino, tira lá mão, é todos os dias a mesma coisa!...
- Vá todos: Éeeeféeerreá!...

O triângulo

17 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Adenda a este post do JPH no Glória Fácil:

Fernando Negrão foi despedido de director da Judiciária pelo ministro socialista da Justiça, Vera Jardim, por causa de fugas de informações acerca do caso Moderna, em Março de 1999. Na mesma semana, Rui Pereira - que hoje substituiu António Costa no MAI -, pôs o seu cargo de director do SIS à disposição de Jorge Coelho (MAI nessa época) por causa da divulgação de um alegado relatório do SIS na Visão, sobre o caso Moderna. O caso Moderna, esse que havia de chamuscar Portas, futuro colega de Governo de Negrão.

O SIS e a PJ têm relações, boas e más, conforme - mas normalmente têm relações mais más do que boas -, e, assim, sendo contemporâneos, Rui Pereira e Fernando Negrão relacionaram-se institucionalmente enquanto foram directores de ambas as instituições.

António Costa, substituiu Vera Jardim na Justiça, e tutelou a Judiciária de onde Negrão tinha acabado de ser corrido.

Em Novembro de 2006, com Costa no MAI, quando uma investigação da PJ contra skins foi destruída por um acção desarticulada da PSP, houve críticas por parte do director da PJ, Alípio Ribeiro. António Costa reagiu dizendo: "Não comento declarações de subalternos de colegas meus". Ou seja, de subalternos de Alberto Costa. Fernando Negrão teve este comentário sobre Costa no DN: "A magistratura não pode sujeitar-se a situações destas". Não é giro? Portugal é mesmo pequeno.

O meu primeiro erro

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O disparate de António Costa ao levar Manuel Salgado na lista. O Filipe Santos Costa explica por quê neste blogue do Expresso. Mas toda a gente em política tem tentações suicidárias?

Como sonhar é bonito

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Sonhar é bonito e não se deve censurar o direito de ninguém aos sonhos. Os sportinguistas e os benfiquistas devem sonhar muito, muito, porque assim a derrota será mais saborosa. Ou porque os dias que a antecedem serão mais leves e alegres. Sonhai, e vereis os vossos sonhos confrontados com a realidade quando o FCP voltar a mostrar que o dragão é um animal de sonho.

A jornada ideal (para um benfiquista)

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Inspirado no e-jetamos e no Insurgente, aqui deixo a minha visão (prognósticos só no fim dos jogos), sobre a jornada ideal da Liga de futebol do próximo fim-de-semana:

Porto - Aves: 0-1
Aos 88 minutos de jogo, o recém entrado Artur Futre (emprestado pelo SLB) mete, involuntariamente, um golo com a mão, salvando o Aves da despromoção.

Sporting - Belenenses: 0-1
Golo madrugador de Garcês aos 3 minutos. Aos 92 minutos, Ricardo falha a marcação de uma grande penalidade, após entrada assassina (a 17ª) de Alvim sobre Liedson.

Benfica - Académica: 4-0
Micoli faz um "hat-trick", com golos aos 21, 34 e 88 minutos. Ao minuto 92, num canto marcado por Rui Costa, a bola descreve um arco largo, bate nas costas de Mantorras e vai anichar-se no fundo das malhas. É o delírio na Luz! E um sinal de "clara recuperação".

Cautela e caldos de galinha

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Como seria de esperar, a reacção de José Sócrates às estimativas de crescimento da economia portuguesa durante o primeiro trimestre deste ano foram de regozijo. Aliás, se o INE diz que a actividade acelerou para 2,1 por cento, trata-se de uma boa razão para que qualquer português celebre, e não apenas o primeiro-ministro, que tenderá a garantir que, se a economia está a melhorar, isso é obra sua e do Governo que lidera.

Estas estimativas necessitam, no entanto, de uma leitura mais detalhada antes de se fazer a festa e ir apanhar as canas. Os números dão conta de uma evolução muito positiva das exportações, mas não se consegue perceber como está o comportamento de um agregado tão decisivo como o investimento.

Não deverá andar muito bem porque o desemprego, nos primeiros três meses de 2007, aumentou. Assim, em vez de considerar as estimativas para o crescimento económico no primeiro trimestre como um sinal de "clara recuperação", o primeiro-ministro devia ter sido um pouco mais cauteloso.

Quem vai dar credibilidade às suas análises se, dois dias depois, a "clara recuperação" se transforma numa subida da taxa de desemprego para 8,4 por cento, um nível que já não era conhecido em Portugal desde 1998?

O albergue espanhol

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Pelo que se lê no Público de hoje, José Sá Fernandes quer formar uma lista candidata à liderança da Câmara Municipal de Lisboa, que englobe os cabeças de lista de "todos os partidos" (supõe-se que de todos os partidos de esquerda). E pretende, também, que este lindo albergue espanhol seja comandado pelo socialista António Costa.

Sá Fernandes, que vem vem fazendo um notável percurso da direita para a esquerda, sempre orientado por uma irresistível vontade de dar nas vistas não importa a propósito de quê, acaba de subir mais um degrau rumo ao frentismo de esquerda.

Os negócios que gosta de denunciar têm raízes no bloco central, com ou sem os apêndices PP ou PCP. Mas quando se trata de fazer um belo ramalhete de esquerda, com hipóteses de dominar o município, as responsabilidades do PS na actual situação da edilidade são convenientemente ignoradas.

Pelo moralismo serôdio que sustenta os seus julgamentos políticos, não há dúvidas que Sá Fernandes está cada vez mais bem ajustado aos tiques do Bloco.

Insustentável leveza política

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Em apenas 24 horas, Fernando Negrão teve de fazer um discurso de apresentação da sua candidatura. Não se podia esperar de quem há dois dias nunca tinha pensado ser presidente da câmara de Lisboa, que trouxesse ideias para melhorar a cidade. Mas se a solução é oferecer a resolução dos problemas (financeiros) - com diagnóstico, medidas, e calendário - a uma empresa externa, não valia a pena concorrer às eleições. Adjudicava-se a coisa e pronto. A ausência de projecto põe a nu, mais uma vez, a pobreza em que a política vai. O PSD teve dificuldade em encontrar um voluntário, e, além disso, não tem uma única ideia para a capital do país. No PS, António Costa também só deve começar a pensar nisso agora. Vamos esperar que todos os projectos eleitorais sejam bem sustentados e justificados, ou teremos mais casinos, parques Mayer e Túneis do Marquês. Mas não acredito, porque o tempo não o permite.

Oportunidades de carreira

16 maio 2007 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Tendo em consideração a polémica em redor do currículo académico do primeiro-ministro, esta notícia não deixa de ter a sua graça. Só fica a dúvida, perante a campanha de promoção do programa Novas Oportunidades, sobre o que, no fim de contas, é mais importante para o Governo: a experiência ou a formação?

O futuro é Negrão

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Como Luis Marques Mendes teve a boa ideia de retirar o apoio do PSD a Carmona Rodrigues, mas a péssima ideia de o fazer sem ter qualquer candidato, forte e credível, na manga, teve de sujeitar-se a uma escolha de recurso.

Não sugiro que o líder do PSD devia ter sido calculista ao ponto de prolongar a agonia da Câmara Municipal de Lisboa enquanto ganhava tempo para encontrar um candidato que, com fortes probabilidades de perder, fosse suficientemente mobilizador para, no mínimo, vender cara a derrota.

Fernando Seara, Joaquim Ferreira do Amaral e Fernando Negrão são figuras frouxas para uma batalha complicada. Claro que seria mais fácil encontrar candidatos a candidato se as perspectivas fossem de vitória. Mas o que a situação em Lisboa está a revelar sobre o PSD, é a imagem de um líder com escassos apoios, que parece correr sozinho nas horas difíceis.

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Correcção: Matos Correia já desmentiu que foi à reunião dos menezistas, portanto, esta notícia não passou de intoxicação. Sobra o pormenor delicioso de Martins da Cruz lá ter ido, por ter sido encontrado por Henrique de Freitas a passear o cão.

Tic-tac, tic-tac...

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

A reunião improvável entre barrosistas e menezistas, na casa de Henrique de Freitas, que o Adelino Cunha descreve hoje na Focus é mais uma nota de mau prenúncio para Mendes. The clock is ticking...

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O Quadro de Mobilidade Especial dos socialistas no 31 da Armada é daquelas coisas que merecem ser vistas.

Mendes no seu labirinto

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Em si mesmo, Fernando Negrão é um bom candidato. Mas é um mau candidato para o PSD perante as circunstâncias. Que são estas: o presidente da câmara anterior foi escolha do líder do PSD; também foram os critérios do líder a fazê-lo cair; e António Costa, o adversário, é muito forte. Depois de perder Lisboa, Marques Mendes terá a vida muito mais dificultada. Aí, começará a perder o partido, que, de facto, nunca teve. De cada vez que toma uma decisão, mesmo um boa decisão, Mendes amplia o labirinto que para si próprio criou e cuja saída está cada vez mais longe, afastada por emaranhados caminhos.

Hoje este salário é todo meu

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

"Hoje é o dia em que os portugueses deixam de trabalhar para pagar os impostos e começam a trabalhar para si próprios" (ver DE). Hoje é o nosso Tax Freedom Day. Vou beber uma cerveja à conta disso, ao almoço, para celebrar. Trabalhei cinco meses e meio para alimentar este Estado. É um esforço grande de mais, num país onde as energias deviam ser todas muito bem aproveitadas e toda a gente sabe como se desperdiça com facilidade o dinheiro dos outros. Quanto deste dinheiro será bem gasto? Quanto deste esforço será bem canalizado? Para o ano, gostava de tomar a cerveja da celebração do Tax Freedom Day uns dias mais cedo, 'tá a ouvir, senhor engenheiro?

Uma dúvida

15 maio 2007 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Não sei se hei-de ir assistir a isto. Sempre que uma banda histórica inicia uma nova digressão, fico com dúvidas sobre se valerá a pena pagar bilhete para ver gente já nos "sessentas" tentar comportar-se como se tivesse a frescura dos "vinte". Talvez seja melhor ficar por casa e, se me der uma vontade irresistível de os escutar, recorrer a este CD.

Bom senso?

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Pela hora de almoço de hoje, mensagens sms andaram a circular por diversos telemóveis. Davam conta de que Joaquim Ferreira do Amaral seria o candidato do PSD à presidência da Câmara Municipal de Lisboa. Por esta hora, já há quem assevere que o antigo ministro das Obras Públicas foi convidado, mas decidiu rejeitar o desafio. Se assim é, há que registar que no partido laranja ainda há quem tenha bom senso.

Quem nunca viu Lisboa, não viu coisa boa

11 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Se António Costa vier a ser o candidato do PS, Marques Mendes tem mais um problema, que se agudiza com a mais do que provável candidatura de Carmona.
O PSD precisa de convencer um candidato muito forte para se bater com Costa. Quem? Os antigos Manuela Ferreira Leite, Joaquim Ferreira do Amaral, a moderna Paula Teixeira da Cruz, ou Nuno Morais Sarmento?... As escassas opções de qualidade de Mendes mostram ao que o seu partido chegou.
Se o PS perder, é mau: Sócrates perde autárquicas, presidenciais, regionais e Lisboa (fica só com a vitória no referendo). Mas detém o poder. Não será mais do que beliscado.
Se o PSD perder, é péssimo: Mendes é reponsável pela escolha de Carmona e pela bela equipa que ele levou; é responsável pelo critério de tirar a confiança a arguidos, que agora será obrigado a seguir; é responsável pela queda do executivo camarário; e por perder a câmara. Daqui a seis meses, quando faltarem dois anos para as legislativas, é um bom momento para os interessados na meta 2009 começarem a tirar as cabecitas de fora, e um Mendes que perdeu Lisboa será uma presa mais fácil.
No CDS, Portas tem de conseguir eleger um vereador, mas com a profusão de independentes será difíci. E pode averbar um primeiro resultado pior que o de Castro.
O Bloco será prejudicado por um candidato forte do PS e por Helena Roseta.
O PCP também, mas em menor medida.
Com a Assembleia Municipal afecta ao PSD, tudo se complica.
O caos nunca deixa de rondar a política portuguesa, que se passeia sempre à beira do abismo.

O senhor sempre em pé - 2

10 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Da declaração de Carmona, há minutos, percebem-se duas coisas: vai candidatar-se, como é óbvio; e vai ter de concretizar todas as graves insinuações que fez. Ambas podem contribuir para um desastre no PSD.

O respeitinho

:: Guarda-freio: Vìtor Matos


O republicano conservadoríssimo Newt Gingrich, lançou esta opinião (que abaixo se reproduz) no último programa do Face the Nation, da CBS. Ele espanta-se sobre como os candidatos presidenciais da maior potência do mundo se deixam desrespeitar pelas estrelas de televisão - podem ser jornalistas ou entertainers. Por acaso, não deixa de ter alguma razão. John McCain, por exemplo, anunciou a sua corrida às primárias num talk-show. Não tenho ideias definitivas sobre o assunto, mas se a tendência é os políticos serem cilindrados pelas estrelas mediáticas é porque os cedem demasiado à tentação de crescer à conta delas. Quanto ao alegado desrespeito, há uma diferença entre respeitinho e o contraditório natural dos jornalistas. Em Portugal, isto ainda não é uma tendência, apesar de tudo.


Eis que Gingrich disse:

"In the debate the other night, the Republicans averaged seven minutes and 20 seconds apiece, split up into 25- to 30-second answers," he said. "The television celebrities dominate these things. They cut people off. They treat them with disrespect. "The potential president of the United States, the most powerful governing office in the world, shrinks with each appearance in these shows, and we don't have a national discussion." (Tudo aqui)

No largo do Pelourinho

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Helena Roseta vai? Aposto que agora Carmona não deixa de ir. Com as eleições em Julho e meia Lisboa a banhos, pode haver resultados esquisitos nas votações. Vamos dar largas à imaginação: se agora era a confusão total, pensemos como será um executivo camarádio, do PS ou do PSD, não importa, possivelmente minoritário, onde se sentam Roseta, Carmona e Sá Fernandes. Isto vai ser lindo!...

Cinderela

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

... E à meia-noite a Câmara de Lisboa transformou-se numa abóbora... Resta agora saber quem calça o sapatinho.

Slam dunk - 2

09 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

No domingo, George Tenet, o ex-director da CIA que estava no activo antes do 11 de Setembro e no início da guerra no Iraque, que acabou de lançar um livro corrosivo para a administração Bush, deu uma entrevista muito reveladora a Tim Russert no Meet the Press da NBC. Aqui

Eis um curto excerto:
And when I read all of this, the implication was you said slam dunk, and we're going to war." And he said it's just--the officer said, "That's just not the way it happened." So there was no pantomime here. And as I say in the book, Tim, you always owe the president your best discipline.

Geração espontânea

04 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Carmona teve hoje uma manifestação espontânea dos trabalhadores da autarquia, no Campo Grande. Já estou a ver os assessores de imprensa a ligar para as televisões e a dizer: venham daí, que às 16h00 vai haver uma grande manifestação espontânea de homenagem ao comandante da borda fora, que ele, claro, de lágrimas nos olhos não pôde recusar. Quem dizia que ele era diferente de Santana...

Mas não ligue às bocas, ó professsor. Vá em frente, homem, nada o impede de se candidatar em listas independentes e arrasar todos e quaisquer partidos na cidade, esses malandros que querem é tacho. Aliás, os candidatos arguidos têm muito mais probabilidades de reeleição do que quaisquer outros, que isto está provado e ninguém pode contestar, nem vale a pena encomendar sondagens. Ainda por cima, é engenheiro mesmo. E professor como o Presidente. Não lhe falta nada.

O verdadeiro engenheiro

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

- Eh pá, eu sou engenheiro, mas é que sou mesmo, até andei no doutoramento, portanto, vou fazer esta piadinha, porque o povo gosta e passa sempre melhor nos noticiários - pensou Mário Lino antes de soltar esta gracinha sobre uma coisa que começava a ficar esquecida e fora da agenda. Sócrates deve ter adorado o facto de o seu ministro ter recolocado o problema da licenciatura, ou lá o que é, na agenda mediática. Se não foi uma graçola, foi de uma grande falta de cuidado.

Citando Mário Lino:
«Digo isto [defender a Ota] com consciência profissional evocando a minha condição de engenheiro civil, inscrito na Ordem dos Engenheiros. Um projecto como o do aeroporto de Lisboa não é apenas um projecto de engenharia civil, é um projecto com muitas outras coordenadas que devem ser aprovadas por quem decide»

Piadas destas no tempo do Cavaco tinham só um fim: rua!

O senhor sempre em pé

:: Guarda-freio: Vìtor Matos


Ele parece que cai, parece que está sempre a cair, mas afinal está sempre em pé. Por mais sopros e ventanias, por mais que como tordos caiam amigos à sua volta, por mais que Mendes o chegue para lá, ele não cai. Está habituado a equilibrar-se em motos velhas. Mas acho que daqui a uns minutos o Carmona sempre-em-pé vai cair, às mãos da vereação do PSD. Mas não cairá em pé. Será atirado pela borda fora.

A mentira política

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

«E se a mentira política não tem nada de novo em termos de natureza humana e de natureza da política, a mudança de escala que aconteceu nos meios de comunicação e das audiências , tornando possível a passagem da mentira política para a "política da mentira política", estrutura uma realidade nova»
Joaquim Aguiar, no seu livro Fim das Ilusões/ Ilusões do Fim (citando Jean-Paul Sartre)

«A mentira política não é involuntária nem é ingénua, não é um produto do desconhecimento ou da insuficiências de informação. Quem mente, sabe que mente, por que mente e para que mente»
Idem

No caso de Carmona, quem mente, mente em massa.

A natureza humana e o motard patético

03 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

O que mais me fascina ao acompanhar a vida política é apreciar como a natuereza humana se evidencia de forma tão exponencial entre os homens políticos. As mentiras, as traições, as invejas, as vaidades, a relação de apego com o poder, tudo isso ganha contornos mais vincados que na vida das pessoas normais. De quem espera bom senso, sageza e noção de serviço público, o cidadão recebe uma boa parte das vezes insanidades, chico-espertices, egoísmos...

Carmona mentiu a Marques Mendes? "Não aceito que me atirem pela borda fora", disse o ainda presidente da Câmara hoje. Ou será que ontem o líder do PSD não percebeu bem Carmona, quando este lhe terá dito que concordava com as eleições intercalares? Santana já escrevera que Carmona diz que sim a tudo e depois faz o que lhe dá na veneta. Carmona espera que se demitam primeiro os vereadores? Espero que na sua natureza humana viva algum sentido de dignidade. Nenhum desses senhores, ainda que eleitos com os votos do povo (e isso não é pouco) deviam ter noção que os Paços do Concelho não lhe pertencem e que o bem comum está acima dos seus interesses pessoais. Mendes devia assumir que a sua casmurrice de apoiar Carmona foi um erro.

A declaração de Carmona foi um dos exercícios políticos mais patéticos a que assistimos nos últimos tempos. Não tem jeito para a política. E nem para cair de pé tem jeito.

Contactos na alta

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

A TVI, que já privilegiou os contactos com o Altíssimo, há muitos anos que deixou de assumir tão elevadíssimos desígnios. Presentemente, contenta-se com os contactos na alta. Vejamos esta notícia de há pouco, na Agência Lusa: «Lisboa, 03 Mai (Lusa) - O administrador-delegado da Media Capital admitiu hoje que os contactos "na alta finança e na alta política" do ex-ministro socialista Joaquim Pina Moura foram essenciais na decisão de o convidar para presidir o grupo de media.»

A ética de Mendes

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Marques Mendes demonstrou uma coragem política que raramente se vê em Portugal, fazendo um movimento arriscado e que pode ainda voltar-se contra ele, caso o PSD perca as eleições em Lisboa. Mas, ao avaliar o peso da sua decisão, Mendes deve ter percebido que deixar rolar os acontecimentos poderia ser ainda mais desastroso. Slam dunk! Foi forçado pelos acontecimento? Parece. Fazer cair aquela vereação do PSD que o próprio Mendes escolheu é a opção mais correcta. Porém, do ponto de vista legal nada obrigava Mendes a tomar esta posição radical. Isso só o credibiliza. Até porque os outros partidos não o fazem: PS, Bloco e PCP... Foi exemplar. Há uma frase que oiço recorrentemente da boca de eminentes políticos e me aflige: que na República a ética é a lei. Ora, é exactamente o contrário, a ética na República é agir de acordo com princípios éticos, independentemente da lei. E Marques Mendes cumpriu com isso. Faça-se essa justiça.

Porco preto, gato branco

02 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Toda a vida sonhei fazer este título: "Porco preto alentejano é branqueado e vendido como gato por lebre". Infelizmente, o Público de hoje antecipou-se.

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

No dia do trabalhador, trabalhei. Falta menos de um mês para as férias...

Slam dunk!

01 maio 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos



Já está encomendado!

Mais um rombo na credibilidade da Administração Bush. Já ouvi Condoleeza Rice a dizer, no Face the Nation, que não tinha sido bem assim e tal, que o George e tal não estava a ser muito correcto, enfim... Anseio pela entrevista do Tenet, para a semana no Meet the Press. É este livro slam dunk (uma acção dramática forçada pelos acontecimentos), a força de expressão que o director da CIA terá usado com Bush para o encorajar a invadir o Iraque? Veremos.