Livros, políticos e ideias
De facto, é uma grande coincidência abordarmos ao mesmo tempo um tema que não está na agenda. Paulo Gorjão escreveu no Bloguítica (post "Panorama Confrangedor") sobre o facto de os políticos não escreverem livros com as suas ideias, um dia depois do Elevador da Bica o ter feito.
Concordo com as excepções que apresenta: Mário Soares (sempre a produzir) e Francisco Louçã. Que me lembre, em 2001, Paulo Teixeira Pinto foi o último político que deu à estampa alguma coisa de vagamente parecido com uma ideia para o país. Publicou "Um dever chamado futuro", mas tal não era mais do que a tradução para livro da sua moção ao congresso de Viseu do PSD.
É conhecido algum pensamento estruturante que esteja na base das posições de Marques Mendes em relação a questões estratégicas como a defesa, a diplomacia, ou que justifiquem as suas posições sobre impostos, televisão pública ou grandes investimentos? Não. Tudo voga na espuma dos dias e na marcação da agenda, daquilo que está a dar.
Conhecem-se as reflexões de José Sócrates sobre o mundo, os partidos, o aquecimento global, o papel do Estado?... Não. Só aquilo que decorre da sua acção governamental, e que é justificado pelas circunstâncias.
Paulo Portas, que agora quer refrescar a direita, pensa muito, fala de mais, farta-se de escrever, mas tem mais heterónimos que o Fernando Pessoa e não se percebe quem é o homónimo. Que pensa ele? Pensa tudo, conforme a configuração do terreno. É gelatina política.
O panorama é confrangedor, de facto.
Concordo com as excepções que apresenta: Mário Soares (sempre a produzir) e Francisco Louçã. Que me lembre, em 2001, Paulo Teixeira Pinto foi o último político que deu à estampa alguma coisa de vagamente parecido com uma ideia para o país. Publicou "Um dever chamado futuro", mas tal não era mais do que a tradução para livro da sua moção ao congresso de Viseu do PSD.
É conhecido algum pensamento estruturante que esteja na base das posições de Marques Mendes em relação a questões estratégicas como a defesa, a diplomacia, ou que justifiquem as suas posições sobre impostos, televisão pública ou grandes investimentos? Não. Tudo voga na espuma dos dias e na marcação da agenda, daquilo que está a dar.
Conhecem-se as reflexões de José Sócrates sobre o mundo, os partidos, o aquecimento global, o papel do Estado?... Não. Só aquilo que decorre da sua acção governamental, e que é justificado pelas circunstâncias.
Paulo Portas, que agora quer refrescar a direita, pensa muito, fala de mais, farta-se de escrever, mas tem mais heterónimos que o Fernando Pessoa e não se percebe quem é o homónimo. Que pensa ele? Pensa tudo, conforme a configuração do terreno. É gelatina política.
O panorama é confrangedor, de facto.