O silêncio da gaveta
"O ideário contemporâneo dos socialistas portugueses é mais silencioso do que a meditação budista" - António Barreto (Público de domingo, 27)
É o normal. Quando os socialistas chegam ao poder, ou vai o socialismo para a gaveta, ou a esquerda leva um empurrão para a modernidade. Num dos seus últimos discursos de rentrée, Guterres chegou a dizer, cito de cor: "Nem direita, nem esquerda: em frente!" Só assim é que um Partido Socialista pode governar de facto. O socialismo serve depois para os tempos de oposição, contra as perigosas derivas de direita dos que não têm punhos erguidos no símbolo da lapela.
Ora isto é pragmatismo puro. As ideias de partida são nenhumas ou poucas. Sócrates comprometeu-se com quase nada durante a campanha eleitoral Isto tem algumas vantagens, é certo. Mas também conduz ao deserto, onde todos são iguais - ou seja, sem ideias - sobrando assim a fulanização generalizada das lideranças. Com a saída de António Costa do Governo, como diz Barreto na sua crónica, Sócrates está, "Enfim, Só!" E os ministros são cada vez mais como directores-gerais.
Ou como escreve Vasco Pulido Valente na mesma edição do Público: "Sócrates manda. O Governo faz tranquilamente o que a direita no lugar dele faria."
É o normal. Quando os socialistas chegam ao poder, ou vai o socialismo para a gaveta, ou a esquerda leva um empurrão para a modernidade. Num dos seus últimos discursos de rentrée, Guterres chegou a dizer, cito de cor: "Nem direita, nem esquerda: em frente!" Só assim é que um Partido Socialista pode governar de facto. O socialismo serve depois para os tempos de oposição, contra as perigosas derivas de direita dos que não têm punhos erguidos no símbolo da lapela.
Ora isto é pragmatismo puro. As ideias de partida são nenhumas ou poucas. Sócrates comprometeu-se com quase nada durante a campanha eleitoral Isto tem algumas vantagens, é certo. Mas também conduz ao deserto, onde todos são iguais - ou seja, sem ideias - sobrando assim a fulanização generalizada das lideranças. Com a saída de António Costa do Governo, como diz Barreto na sua crónica, Sócrates está, "Enfim, Só!" E os ministros são cada vez mais como directores-gerais.
Ou como escreve Vasco Pulido Valente na mesma edição do Público: "Sócrates manda. O Governo faz tranquilamente o que a direita no lugar dele faria."