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elevador da bica

Índice de citacionismo

31 julho 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

"Tenho mais medo da morte do meu marido do que da minha. Mas não me apetece nada morrer".

Maria Cavaco Silva, no i. 17 valores no índice do Amor de Perdição.

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Como desatar o nó: cenários

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Com o PSD e o PS empatados, teremos um Outono mais quente do que os calores do Verão eleitoral. Embora hoje as sondagens... enfim... a verdade é que o estudo da Eurosondagem SIC/Expresso/RR deixa antever uma grande dor de cabeça para Cavaco Silva. É preciso não esquecer que Cavaco não poderá dissolver a AR nos seis meses seguintes às Legislativas, ou seja, até Abril de 2010; e também não a poderá dissolver a partir de Agosto de 2010, seis meses antes das eleições Presidenciais. Portanto, poderemos vir a ter vários governos com base na mesma composição parlamentar. Os resultados são estes:

PS - 33%
PSD - 31%
BE- 10%
CDU - 9,4%
CDS - 8,5%

Com um resultado mais ou menos assim, podemos ter cenários estranhos, mesmo muito estranhos. Os partidos irão a Belém na segunda-feira, 28 de Setembro, comunicar as suas posições ao PR e depois o tabuleiro é de Cavaco. Convém não esquecer que, segundo a Constituição, o PR nomeia o PM com base nos resultados eleitorais, depois de ouvidos os partidos com assento parlamentar e isso dá-lhe uma grande margem de manobra.

Cenário 1 - O PS assume um Governo minoritário, fazendo acordos pontuais com o CDS, o Bloco e por vezes o PSD. O CDS e o PS adoptarão uma táctica de "tenaz" para entalar e diminuir o PSD, que terá toda a pressão do PR para manter a estabilidade e a governabilidade - sobretudo se a líder continuar a ser Manuela Ferreira Leite.

Cenário 2 - O PS assume que fará um governo minoritário, mas uma coligação pós-eleitoral PSD-CDS reclama o Governo junto do PR, por ter mais deputados ainda que não a maioria absoluta. Cavaco tem de decidir. Mas se der o Governo à direita terá toda a esquerda a precipitar uma crise rapidamente. O PR tem de usar de toda a sua influência junto do PS para lhe amansar os ímpetos.

Cenário 3 - PS coliga-se ou faz um acordo de incidência parlamentar com o BE. Terá o PSD e o CDS do outro lado da barricada e será o PCP o fiel da balança.

Cenário 4 - Bloco Central. Pode assumir duas formas: coligação governamental ou acordo parlamentar, com Cavaco a funcionar como pivot do diálogo entre as duas forças políticas. é muito improvável com as actuais lideranças.

Cenário 5 - Cavaco dá posse a um governo suportado pelo PS e pelo PSD com um primeiro-ministro à cabeça que ambos os partidos aceitem e que não é nenhum dos líderes partidários.

A fantasia daria para muito mais, mas temo que a realidade venha a ser mais fértil do que a minha modesta imaginação.

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Há promessas que não se fazem

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Ao ler o programa do PS de 2005 deparo com esta frase que explica tanta coisa, tendo por motivação uma honesta tentativa de cumprir uma promessa.

- "Reduzir para metade o insucesso escolar nos ensinos básico e secundário"

Se criar 150 mil postos de trabalho é uma tarefa que foge às mãos dos governantes mais bem intencionados porque estes só detêm uma pequena parcela do poder para resolver o problema, no caso do insucesso escolar a coisa é mais ínvia. Então a quantificação do objectivo - "reduzir para metade" - torna o cumprimento da promessa um insulto à natureza do que é uma escola.

Um Governo não devia estar preocupado com o insucesso escolar, mas sim com a exigência no meio escolar. Em circunstâncias normais, o sucesso ou insucesso é da responsabilidade de cada indivíduo e não do governo. Ter bons professores, mais exigentes, pode ajudar, mas também pode precipitar um cataclismo de insucessos sobre quem não estiver preparado para uma exigência acima da média. Portanto, o sucesso a curto prazo, como se viu, para cumprir uma promessa eleitoral que nunca devia ter sido feita deu péssimos resultados, como se viu no abaixamento da exigência de algumas provas ou aligeiramento nos critérios de avaliação. Aqui o Governo traiu-se. De facto, na Educação esteve a trabalhar para a estatística errada.

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Cavaco - 3 vs Sócrates -2

30 julho 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

O PR ganhou a guerra política do Estatuto dos Açores.

Acaba de saber-se: não passou no Tribunal Constitucional. Cavaco vetou duas vezes. Sócrates, tal como Cavaco fazia aos vetos de Soares, aprovou o diploma duas vezes no Parlamento, obrigando o PR a promulgar. O TC agora desempatou e deu a vitória a Belém. A pressão de Cavaco foi tão grande e o conteúdo da lei era tão ridículo e mal engendrado que o desfecho só podia ser este. Fica por saber o que levou Sócrates e o PS a insistirem em tamanha aberração: precipitar eleições antecipadas, comprar uma guerra com o PR para acabar com a cooperação estratégica... vamos lá percebê-los.

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"Nacional porreirismo" na estratosfera

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Quer fazer um banco? Contrate bons advogados. A avaliar pelas declarações de António de Sousa, antigo governador do Banco de Portugal, ontem, na SIC, foram os causídicos mandatados pelos accionistas do Banco Privado Português (BPP) que forçaram o orgão de supervisão a conceder ao projecto a licença que o banco central, alegadamente, tinha dúvidas em dar.

Ficou a saber-se que, em matéria de autorizações para a instalação de novas instituições financeiras, o Banco de Portugal não manda nada. Mesmo amuados - ou "contrariados", como afirmou António de Sousa - os responsáveis da instituição vão fazendo as vontades, desde que, supõe-se, pressionados pelos juristas certos e escudados numa legislação com costas largas e que não lhes dá margem de manobra.

Tudo isto se passou em 1996, ano em que a licença de actividade foi concedida ao BPP, quando o Banco de Portugal tinha a obrigação de não ignorar dúvidas como as que são levantadas por esta auditoria. O documento acusa João Rendeiro, maior accionista e antigo presidente do BPP, de ter feito negócios que prejudicaram um fundo do Grupo Totta - que geria - em benefício de uma outra instituição - que também geria - e de que não foi possível determinar quem eram os proprietários.

Quem acredita que o Banco de Portugal só começou a ressonar profundamente com a chegada de Vítor Constâncio à sua liderança, está enganado. A instituição já anda anestesiada há muitos mais anos e é um caso paradigmático sobre como, em esferas elevadas, funciona o velho conceito do "nacional porreirismo".

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Nossa senhora de Felgueiras

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

O retrato da justiça em Portugal é este: Fátima Felgueiras foi ilibada, como Avelino Ferreira Torres já tinha sido. Falta sabermos de Isaltino Morais. Os presumíveis inocentes agora são oficialmente inocentes, e culpados somos todos nós que os insultámos ao longos destes anos, coitadinhos. Já não sei se o escândalo maior são os escândalos que os levaram aos julgamentos se o resultado final.

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O programa a iludir a esquerda

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

No Programa de governo do PS, não percebemos como o Estado vai gastar menos. O Estado não tem apenas que gastar menos: tem de gastar muito, muito menos. Estaremos em crise, não será o momento, mas será quando? No entanto, o PS apresenta medidas positivas, como a adaptabilidade do horário de trabalho (que a esquerda do PS vai criticar) e a articulação do trabalho parcial com o subsídio de emprego; a compra de carros híbridos o eléctricos para o Estado; ou a continuação da política de energias renováveis. É positivo rever a lei das rendas, mas isso não deixa de ser um atestado de incompetência que o próprio PS passa a si mesmo.

O negativo: o PS mantém todos os grandes investimentos sem margem para dúvidas; quer diminuir deduções fiscais a “ricos” que não o são; afirma Estado!, Estado!, Estado!, quando o problema português é o excesso de Estado; prevê oferecer 200 euros por bebé; tenciona regionalizar. Sócrates quer parecer de esquerda, não sendo tanto quanto parece, para puxar ao eleitorado perdido e ao alegrismo fugido. Apesar de tudo, o programa é melhor do que o discurso de Sócrates ontem. Mas ninguém acredita que assim vamos salvar o País. Como se isso fosse possível.

Escutado no Elevador

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Gosto disto. Canções simples e caseiras, guitarras acústicas, melodias serenas e boas harmonias vocais. "Home" é o terceiro álbum na discografia de Peter Broderick. Foi editado no ano passado mas anda agora, novamente, a fazer-me companhia no leitor de CD do carro. A "folk" que por aqui se escuta tem semelhanças com aquilo que faz José González. Para fãs de "singer-songwriters" como Nick Drake ou Paul Simon, entre outros, Broderick tem argumentos para agradar e conquistar.

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Sócrates desiludiu na apresentação do programa

29 julho 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Estive há umas horas no CCB a ouvir José Sócrates apresentando o programa eleitoral do PS - uma desilusão.

Não que estivesse iludido - há muito que não cultivo a expectativa na política - mas com tantas críticas à ausência de ideias no PSD, pensei que viesse aí o grande fôlego do PS para os próximos anos, mas o discurso de Sócrates soube a pouco, a muito pouco, pobrezinho, muito pobrezinho, cheio de generalidades, pior que os seus discursos parlamentares.

No discurso desta tarde, numa sala cheia de tão pequena, em vez de sublinhar novas políticas do PS, atacou o PSD. Tem razão nas críticas, mas se critica falta de ideias dos outros era bom que nos desse algumas que valessem a pena. Falou em "continuar", "estender", "reforçar" e "melhorar" as políticas anteriores. Repetiu as últimas medidas que apresentou no Parlamento e nos jornais. E não deu nada de verdadeiramente novo que fosse relevante ou mobilizador para o futuro do país. Nem falou da regionalização (espero que tenha desistido dessa e que não tenha sido mera omissão táctica).

Num momento em que o País enfrenta a crise que tem, em que as eleições vão ser decididas por um voto ou dois, em que a crise política pós-eleitoral pode ser grave, surge-nos pela frente um primeiro-ministro com menos capacidade de olhar para o mundo hoje do que quando se candidatou pela primeira vez em 2005. E com menos pujança.

É um contra-senso. Agora Sócrates tem mais experiência. Mais informação. Devia ter mais condições para lançar ideias que fossem mais à frente das que teve há quatro anos. A não ser que esteja desiludido, cansado, menos ambicioso, mas isso não cola com a imagem do "estou muito satisfeito comigo mesmo".

Assim não vai lá. Mas vou dar o benefício da dúvida: vou ler o programa e depois logo digo se o acho melhor que o discurso de Sócrates ou se o discurso foi curto por o programa ser pouco. Qual então a diferença em relação ao PSD?

Como recrutar candidatas ao Parlamento

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

O cumprimento da "lei da paridade", que obriga a que as listas de candidatos ao Parlamento sejam compostas de modo a assegurar a representação mínima de 33% de cada um dos sexos, é um dos grandes motivos de interesse do actual período pré-eleitoral. Vamos ter mulheres candidatas, simplesmente porque são mulheres, sem que exista qualquer relação com o seu mérito ou, até, vontade de ocupar o cargo.

Eu sei que é politicamente incorrecto, mas aos partidos que se vejam em dificuldades para cumprir com aquilo que a lei ordena, o Elevador da Bica sugere que o recrutamento seja efectuado junto de empresas como esta ou esta. Para que não nos acusem de machismo, também há nestes "sites" modelos masculinos que acreditamos terem condições para figurar nas listas e para dar boa pinta aos cartazes de campanha.

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Confiança e desconfiança

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

“Houve uma fraude. O banco não tem condições de verificar se todos os emitentes não estão envolvidos em fraudes", disse um administrador do Banco Espírito Santo a propósito do recurso que a instituição vai apresentar de uma decisão judicial em Espanha, que condena o BES a reembolsar em meio milhão de euros um cliente que viu o seu dinheiro ser aplicado num fundo ligado ao esquema de Ponzi liderado por Bernard Maddoff.

É, pelo menos, razoável admitir que o banco não tem condições para fazer aquela verificação. Mas já é menos razoável aceitar que a instituição não tem quaisquer responsabilidades sobre os produtos que comercializa, ainda para mais quando ganha dinheiro com isso. É por estas e por outras semelhantes que as instituições financeiras saem da actual crise com o prestígio e a credibilidade de rastos. Pior: parece que os seus responsáveis aprenderam pouco com os acontecimentos dos dois últimos anos.

Acresce que a história, ao que se sabe, não se resume ao facto de o BES ter aplicado uma parte do dinheiro do cliente no tal fundo ligado a Maddoff. O tribunal espanhol deu como provado que o cliente tinha solicitado o investimento da soma entregue ao BES em produtos "conservadores" e nunca terá sido informado do perfil de maior risco das aplicações por onde o seu dinheiro se perdeu.

Posto isto, se é incontestável que o BES, ou outro banco qualquer, não é responsável pelas fraudes alheias, também parece ser indiscutível que é necessário ter uma perspectiva mais responsável sobre estas matérias para que possam existir laços de confiança entre as instituições financeiras e os respectivos clientes. Se os bancos se demitem das suas obrigações, por que motivo se poderão achar merecedores de crédito?

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A classe média que pague a crise

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

"Não se trata de falar de ricos e pobres. Mas temos consciência de que há pessoas com rendimentos elevados em comparação com a maioria, que tem rendimentos mais baixos e precisa de apoios.", Teixeira dos Santos, entrevista à SIC

Se a comparação é com a maioria, então estamos conversados: 85% das declarações de rendimentos para o cálculo do IRS em 2005 diziam respeito ao escalão abaixo de 27.500 euros brutos por ano. Olhe-se para o problema de outro ângulo: 40% dos portugueses seriam pobres se não recebessem qualquer transferência do Estado (abonos, pensões, subsídios, etc.), segundo o INE.

Nestas condições – e tendo uma política fiscal que toma a maioria como referência – não admira que a definição de "ricos" em Portugal abranja a pura classe média e média/alta. O peso sobre estas pessoas (onde me incluo) tem vindo a crescer nos últimos anos: em 2006, 70% da receita de IRS foi conseguida a partir do escalão de 40 mil euros brutos anuais, que vale cerca de 8% das declarações entregues.

O Estado Social tem implícita a ideia de transferência de riqueza, da sua redistribuição – ora, em Portugal, a economia não cresce desde o início da década, a capacidade de gerar riqueza estagnou (perto de 0% entre 2000 e 2009). Como resolver?

Promessas vãs

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Esta promessa socialista de oferecer 200 euros por cada criança que nasce, depositados numa conta que só poderá movimentar aos 18 anos (quando este dinheiro valer 250 euros), fez-me pensar: vou ter mais um filho, ai vou vou.
Ridículo, populista, medida vã, dinheiro deitado fora. O porta-voz do PS disse que isto é um incentivo à natalidade (vai tudo desatar a fazer filhos a pensar na continha) e uma educação para a poupança. Wrong! Não havia mais onde gastar aqueles, parece que são 150 milhões de euros? Mesmo que a caça ao voto seja uma actividade legítima com armas de qualquer calibre, este bodo aos pobres dará votos? - é uma dúvida que me assalta.

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A "long list" para o Man Booker Prize

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Pistas para novos livros, com o Verão à porta. A long list do Booker foi tirada daqui:

* The Children’s Book, de A.S. Byatt (Chatto and Windus)
* Summertime, de J.M. Coetzee (Harvill Secker)
* The Quickening Maze, de Adam Foulds (Jonathan Cape)
* How to paint a dead man, de Sarah Hall (Faber and Faber)
* The Wilderness, de Samantha Harvey (Jonathan Cape)
* Me Cheeta, de James Lever (Fourth Estate)
* Wolf Hall, de Hilary Manter (Fourth Estate)
* The Glass Room, de Simon Mawer (Little, Brown)
* Not Untrue & Not Unkind, de Ed O’Loughlin (Penguin)
* Heliopolis, de James Scudamore (Harvill Secker)
* Brooklyn, de Colm Tóibín (Viking)
* Love and Summer, de William Trevor (Viking)
* The Little Stranger, de Sarah Waters (Virago)

E ainda há tempo para "White Tiger", o vencedor da edição de 2008 do Booker – uma grandíssima malha literária.

O erro do costume

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

O PS reconhece no envelhecimento da população um problema que o Estado deve ajudar a combater através de incentivos à natalidade. E propõe-se dar 200 euros por cada criança nascida, que serão aplicados num depósito que terá direito a benefícios fiscais. À superfície, isto parace muito bem.

Só há dois ou três problemas. Por um lado, esta generosidade dos cofres públicos numa altura em que o défice das contas públicas vai regressar aos níveis de há cinco anos pode ser imprudente. Depois, a soma em causa é bem capaz de não ser incentivo suficiente para que os portugueses desatem a ter filhos, apesar da boa intenção subjacente à proposta.

Por fim, a medida prometida comete o tipo de erro em que sucessivos governos têm caído. Dar 200 euros e fixar, à partida, como o dinheiro deve ser aplicado é uma iniciativa paternalista. Neste caso, manter o dinheiro durante 18 anos num depósito a prazo é forçar as famílias a fazerem um investimento com grandes probabilidades de se revelar muito pouco rentável em comparação com alternativas existentes no mercado para prazos tão longos.

É só fazer as contas. Duzentos euros aplicados a 18 anos com uma rendibilidade de 2% por ano resultarão em pouco mais de 285 euros. O mesmo valor, investido durante o mesmo prazo, mas com uma rendibilidade de 6% (inferior à média histórica dos mercados de acções) , dará um bolo próximo de 571 euros. São quase trezentos euros o preço a pagar pela incompetência do Estado quando decide assumir o papel de gestor das finanças das famílias.

Quer se trate de incentivar a natalidade ou de assegurar um complemento de reforma, o Governo devia privilegiar o investimento de longo prazo, em geral, e não este ou aquele produto como acontece com estes depósitos para jovens ou com os planos poupança-reforma. Por exemplo, não se percebe por que motivo quem investe em fundos de investimento com uma perspectiva de longo prazo não pode ter acesso aos mesmos incentivos.

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Lido no Elevador

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

A propósito do mais recente "post" do Luís Miguel Afonso, aqui vai mais uma nota sobre um livro para ler no Verão ou em qualquer outra época do ano. Trata-se de "Netherland", de Joseph O'Neill, que já foi apontada como a grande obra sobre a Nova Iorque pós-11 de Setembro de 2001. Não me atreveria a tanto, mas recomendo este livro, em que um quadro de origem holandesa se vê forçado a viver sozinho na cidade, depois da desagregação da sua família.

A sua grande paixão pelo críquete será o ponto de partida para construir uma amizade improvável com um imigrante das Índias Ocidentais e deambular pelas comunidades que vivem, competem e sobrevivem nos bairros que rodeiam Manhattan. Nos intervalos desses périplos, o mítico Chelsea Hotel é o local de reunião de personagens bizarras que vivem o ambiente de entreajuda que se seguiu ao atentado às Torres Gémeas, essencial para manter a tranquilidade pública durante o "apagão" de Agosto de 2003.

O livro não tem (ainda?) edição em português.

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Política e língua portuguesa: "não baixar" e "não subir" impostos

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Ouço as notícias durante a bela viagem matinal para a battlestation laboral e levo com isto: "Ferreira Leite afasta descida de impostos a curto prazo". Ora, poderá haver espaço para alguma confusão visto que nos últimos dias tivemos estes anúncios: "José Sócrates rejeita baixar impostos", "Governo afasta subida de impostos e orçamento rectificativo", "Ferreira Leite garante que não vai aumentar impostos". Portanto: não baixar, não subir, não subir e hoje não baixar.

O Elevador põe um travão na fantástica folia e esclarece: 1) no fundo, todos estão a dizer que querem MANTER o nível de impostos; 2) isso não significa que a carga fiscal sobre alguns contribuintes não suba já em 2010; 3) a história mostra que subidas pronunciadas no défice orçamental levam sempre a maiores agravamentos da carga fiscal: ou seja, será uma sorte daquelas se impostos ou carga fiscal não subirem em 2010.

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Prova dos nove

28 julho 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Não sei se Ricardo Salgado foi um dos inquiridos portugueses que se manifestou a favor da união política ibérica, mas, tendo em conta a importância que atribui à crescente integração entre os dois países, será curioso verificar se manterá esta perspectiva no caso de algum banco espanhol se mostrar interessado em comprar uma grande instituição financeira portuguesa.

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Convicção interesseira?

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Desconfio que este entusiasmo dos portugueses pela união política com Espanha não passa de um desejo mal disfarçado de arranjar alguém que nos pague as contas. O problema é que a altura não é muito propícia para alimentar estas fantasias.

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Música de Elevador

:: Guarda-freio: Luís Miguel Afonso

The Duckworth Lewis MethodThe Duckworth Lewis Method
The Duckworth Lewis Method
July 2009 :: Divine Comedy

Ora bem, o disco deste Verão resulta da parceria de dois gandas malucos da música britânica (irlandesa, para ser mais preciso): o irónico romântico Neil Hannon (Divine Comedy) – aqui a fazer as vezes de Lewis - e o lírico jovial Thomas Walsh (Pugwash) no papel de Duckworth. E o que é que estes ilustres senhores se lembraram? De fazer um álbum à volta do mundo do Cricket, um dos desportos mais chatos à face da terra. Chato para nós, como é óbvio! Tem todos os ingredientes para não resultar, dirão vocês. Mas o mais interessante, é que resulta. E em grande!

Imaginem um disco cheio de canções pop, simples, despretensiosas, a lembrar cantigas de um musical já perdido, de um cabaret à muito encerrado, de um carrossel onde os cavalos já perderam muita da tinta que lhes emprestavam o brilho. Mas o resultado não é pobre, antes pelo contrário. The Duckworth Lewis Method é um disco de uma melancolia invejável e, simultaneamente, de uma alegria contagiante, como só estes dois senhores são capazes. Onde o devemos catalogar? Difícil. Talvez na secção de Pop/Rock dos anos 70. Remixed, é claro!

Site Oficial: http://www.dlmethod.com/

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Estado de choque tecnológico

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

"Muita da informação comunicada pelas empresas sobre os seus funcionários à Autoridade para as Condições de Trabalho está guardada num armazém, de forma totalmente desorganizada e mesmo os pedidos de informação vindos dos tribunais ficam sem resposta."

O choque tecnológico quando nasceu não foi para todos.

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A Apple entra na dança

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Detentores de leitores Mp3 e de "e-readers", a Apple parece que está a preparar-se para entrar no mercado com um produto para arrasar em ambos os tabuleiros e, também, no vídeo. Ou muito me engano, ou esta guerra comercial vai acelerar a popularização dos "e-readers" e aumentará as dificuldades da imprensa tradicional em papel.

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Salto alto

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

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Dúvidas em alta velocidade

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Nos Estados Unidos, uma das discussões do momento centra-se no plano da administração Obama que tem como objectivo construir diversas ligações ferroviárias de alta velocidade entre grandes cidades do país. Edward L. Glaeser, economista e professor na Universidade de Harvard, propõe-se analisar a relação entre custos e benefícios numa empreitada que vai absorver investimentos públicos avultados.

O primeiro texto pode ser encontrado aqui, no blogue "Economix", os seguintes estão prometidos para as próximas semanas. As análises de Glaeser podem vir a ser úteis para ajudar a reflectir sobre o mesmo género de decisões em Portugal.

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Algumas ideias sobre o Afeganistão

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Aqui estão algumas ideias que não devem ser esquecidas pelo Ocidente nos esforços para resolver os problemas no Afeganistão. Nomeadamente, que a opressão sobre mulheres e jovens não venha a ser o preço a pagar pelo fim das hostilidades.

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Yeats, pela hora do pequeno-almocinho

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

DOWN BY THE SALLEY GARDENS (1889)

Down by the salley gardens my love and I did meet;
She passed the salley gardens with little snow-white feet.
She bid me take love easy, as the leaves grow on the tree;
But I, being young and foolish, with her would not agree.

In a field by the river my love and I did stand,
And on my leaning shoulder she laid her snow-white hand.
She bid me take life easy, as the grass grows on the weirs;
But I was young and foolish, and now am full of tears.

Famílias ricas? Onde?

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

As famílias mais "ricas" podem desde já preparar-se para um aumento da carga fiscal, através da redução das deduções a que estão autorizadas no IRS. Isto é, em linguagem que toda a gente entende, vão pagar mais imposto sobre o rendimento, caso o PS seja Governo após as eleições legislativas de 27 de Setembro.

Para especificar a que contribuintes se estava a referir quando ontem anunciou a medida, o ministro das Finanças qualificou como "ricas" as famílias com rendimentos superiores a cinco mil euros e supõe-se que o valor citado seja antes de descontados o imposto e a contribuição para a Segurança Social.

O Governo, incapaz de proceder a uma consolidação sustentável das finanças públicas através da diminuição da despesa, vai apostando em arrecadar cada vez mais receitas. Para o conseguir, um dos truques é o de ir baixando o nível dos rendimentos a partir dos quais qualifica uma família como "rica", forma de sobrecarregar quem não o é, ao mesmo tempo que aparenta estar a praticar um qualquer objectivo de "justiça social".

A verdade é que um casal com dois filhos que tenha cinco mil euros brutos de rendimentos por mês, leva para casa 3.400 euros, verba que sobra depois de subtraído o imposto e a contribuição para a Segurança Social. Quem, no seu perfeito juízo, é capaz de dizer que uma família nestas condições é "rica"? Se o ridículo pagasse imposto, esta proposta do PS resolveria o problema do défice.

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Escutado no Elevador

27 julho 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Eis uma das boas surpresas dos últimos tempos nos terrenos da pop. O álbum chama-se "Tale to Tell" e é assinado pelos The Mummers. Os pontos fortes estão na voz feminina, na excelente qualidade das canções e no bom gosto das orquestrações. Aqui fica "March of the Dawn", o tema que abre o disco, para que cada um possa avaliar pelos próprios ouvidos.

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Lido no Elevador

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Violência, sordidez, crueldade, solidão, desumanidade, miséria e desespero. Tudo isto faz parte do romance de Mohamed Leftah, "As Meninas da Numídia". O cenário central é um bordel de baixa categoria, em Casablanca, onde, apenas no curto espaço de uma noite, se cruzam e jogam diversos destinos. Trata-se do primeiro e brilhante romance de Leftah, falecido há pouco mais de um ano. A edição, em português, é da Quetzal.

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Voa, voa joaninha

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Esta guerrinha, em que alguém está a mentir descaradamente, faz lembrar aqueles casos do futebol em que há trocas de acusações entre clubes por causa de abordagens a jogadores que era suposto estarem reservados.

Ao Bloco de Esquerda interessa, agora, explorar o assunto, mas a verdade é que, desde que apoiou Mário Soares nas mais recentes eleições presidenciais, Joana Amaral Dias foi colocada de castigo. Em linguagem futebolística, dir-se-ia que Francisco Louçã nem sequer a tem incluído na lista de convocados.

Não admira, por isso, que o sentido de oportunidade ou o simples oportunismo do PS tenham motivado uma tentativa de atrair para as suas bandas uma personagem com elevado valor simbólico e eventual peso eleitoral, numa altura em que os socialistas se esforçam por piscar o olho aos eleitores de esquerda.

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Promessas promessas

26 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Depois de uns tempos de saudável ausência decidi dar uma vista de olhos pela blogosfera. Confirma-se: anda por aí um ambiente de seriedade, de crispação e de falta de interesse que só visto. Razão tem esta mulher. Dentro das suas limitadíssimas possibilidades – dois ascensoristas no estaleiro e outros dois em part-time – o Elevador faz aqui a sua primeira promessa eleitoral: cortaremos na cagança. Mai nada.

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Um raide à U2lândia

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Para já fica uma foto. Para mais tarde fica a crítica ao concerto dos U2 em Croke Park, Dublin. O veredicto: claro que foi bom, mas poderia ter sido ainda melhor.

O regresso do Comprimido Portugal

22 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

O Compromisso Portugal – uma "instituição da sociedade civil" que já não mostrava a cabeça desde Setembro de 2006 – despertou da hibernação para dizer isto, entre outras coisas.

Diz-me um céptico sobre o Comprimido que o relatório até está bem escrito. Segundo percebi a teoria base é esta: nada mudou nos últimos anos na economia portuguesa; os governos são todos culpados; Sócrates não vai ficar na história.

Tudo isso é bem verdade – embora eu ache que o português médio não precise do Comprimido para se aperceber destes factos. A pergunta que se impõe é esta: quando é que esta gente se decide a apoiar (com trabalho ou a financiamento) verdadeiros institutos de pesquisa, que avaliem políticas públicas e apontem caminhos alternativos?

Visto da janela do Elevador

21 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes


Este portfolio de Paolo Pellegrin, da agência Magnum, sobre os muçulmanos que vivem na província chinesa de Qinghai, uma das mais pobres e remotas do país.

Da série "De resto tudo bem" – 3

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

A equipa do ministério das Finanças explicou hoje que se não tivesse havido medidas de combate contra a crise, se a taxa máxima de IVA não tivesse sido cortada em um ponto no ano passado, se os portugueses comprassem mais carros e se o preço do petróleo e de outras matérias-primas não tivesse caído tanto... a quebra da receita do Estado não estaria agora em 20%.

Fez-me lembrar o que um amigo meu que trabalha na indústria ouviu uma vez de um colega: "Se eu soubesse falar francês e alemão, também chegava a administrador".

De resto tudo bem.

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E no ano 2040?

20 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Vamos todos ser mais velhinhos.

Pronto, aqui fica a homenagem pouco original do Elevador

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

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Visto do Elevador

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Este portfolio muito bom, publicado pela Newsweek, sobre o Querido Líder da Coreia do Norte.

Kim Jong Il tem um cancro no pâncreas, noticiou recentemente uma cadeia de televisão da Coreia do Sul – em Pyongyang já se começa a discutir a sucessão. Nas ruas é o que se sabe.

Lido no Elevador

17 julho 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

"O problema não está nas obras [públicas], nem no seu mérito. Está no modo de vida de que elas fazem parte. Porque é insustentável e é profundamente injusto com os nossos filhos e netos. Sem poupança, há mais consumo temporário, mas não há desenvolvimento.", escreve Vítor Bento, recolocando no lugar em que deve estar a discussão sobre a razoabilidade de se fazerem os grandes projectos do TGV, novas auto-estradas e novo aeroporto de Lisboa.

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O Ministério da Saúde saiu do armário

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

O Ministério da Saúde afirmou publicamente a sua política que proíbe os homens homossexuais de serem dadores de sangue. O presidente do Instituto Português de Sangue explicou à TSF a razão – vale a pena ouvir: "são homossexuais está feita a avaliação [do risco]" – desta política, de resto comum (e polémica) noutros países, como os Estados Unidos.

Os que defendem a medida apontam o risco de prevalência do HIV em homens homossexuais: diz a Cruz Vermelha Americana que é 60 vezes maior do que na população geral e 800 vezes maior do que nos dadores de sangue pela primeira vez. A homossexualidade masculina é encarada como um comportamento de risco e, como tal, posta na lista negra (onde entre muitos outros estão heterossexuais com comportamentos de risco, por exemplo).

O argumento científico poderá ter a sua validade – confesso que não sei o suficiente para avaliar – mas o ponto, no entanto, é outro: numa altura em que os testes ao sangue e ao HIV são cada vez mais rápidos e precisos, não valeria a pena fazer a avaliação do risco do comportamento de um homossexual em vez de o excluir logo à partida?

Poupar é bom – mas esperem uns anos, ok?

16 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Não deixa de ser curioso que depois de anos de avisos sobre o super-consumismo dos portugueses – a tal frase: "andamos a viver acima das nossas possibilidades" – se ouça agora o Banco de Portugal a recear o impacto provocado na economia por uma subida muito acentuada da taxa de poupança.

Com o consumo das famílias a valer 66% de uma economia a passar pela maior recessão desde 1975 até se percebe a preocupação, mas é difícil resistir à ironia. Por estes dias, a mensagem é esta: "Poupem, sim!, mas não agora, por favor". Coisas de uma sociedade de cão-sumo.

Entretanto, no outro lado do mundo

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes


Photographers take pictures of the space shuttle Endeavour lifting off from launch pad 39A at the Kennedy Space Center in Cape Canaveral, Florida July 15, 2009. REUTERS/Scott Audette

The worst is yet to come

15 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

"A economia bateu no fundo", "recuperação a partir do próximo ano", "o pior já passou", etc. etc.

Sim, parece que o mergulho da economia mundial – e, logo, da portuguesa – chegou ao fundo.

Mas o pior ainda está para vir: o desemprego reage sempre mais tarde face à evolução da economia. O próximo ano será ainda de recessão e socialmente tramado (11% de desempregados, diz a OCDE).

Menos cagança, portanto, nos anúncios de final de crise – como diria o Diácono Remédios, "gerir expectativas sim, maz com cuidado"...

A administração do Público, esses negociadores natos

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

A administração do jornal Público ameaçou hoje os trabalhadores com despedimento colectivo caso pelo menos 90 por cento não assinem, nas próximas horas, um documento a aprovar a redução salarial proposta, disse à Lusa fonte da publicação.

De acordo com a mesma fonte, 40 trabalhadores (entre as mais de duas centenas de pessoas que seriam abrangidas pela medida) já assinaram a declaração concordando com a proposta de redução salarial, apesar desta já ter sido rejeitada por duas vezes em plenário de trabalhadores.


A última proposta de redução salarial estava escalonada entre os três e os 18 por cento nas retribuições brutas superiores a 1200 euros. [agência Lusa]

Lido no Elevador

14 julho 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Com a edição do "Actual" do passado sábado, suponho que arrancou a época dos suplementos culturais de Verão, em que são aconselhados livros, discos e filmes tidos como adequados para preencher os tempos livres das férias. Como tal, aqui vai uma primeira sugestão do Elevador da Bica: "Buracos Negros", de Lázaro Covadlo, escritor argentino que vive em Espanha desde meados dos anos 70. Pequenas histórias, com ingredientes macabros e uma notável ironia, que é difícil parar de ler. A edição em português é da Livros de Areia.

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Uma proposta bem calçada

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

António Costa disse à SIC que a calçada portuguesa devia ser substituida nos passeios de Lisboa por pavimentos mais seguros e confortáveis. Estou absolutamente de acordo. Descontados determinados locais em que a calçada portuguesa deve permanecer, como no Rossio, os cidadãos da capital e os que visitam a cidade e decidem palmilhá-la só teriam a ganhar com um pavimento livre de desnivelamentos, de buracos e da vegetação que cresce entre as pedras dando oportunidade a derrapagens artísticas que podem terminar mal quando a chuva começa a cair.

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O Monstro volta ao debate

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Cavaco Silva anda mesmo em maré de avisos. Ontem, ressuscitou o problema da despesa pública e disse – de forma indirecta, à Cavaco – que o esforço feito pelo último Governo não chegou para resolver o problema (em Março do ano passado Sócrates declarou que a situação orçamental estava "resolvida"). Cavaco disse mais: que o problema do desequilíbrio orçamental está sobretudo na despesa e não na receita, como justifica o Governo.

Sobre este tema – um clássico português, nota a turistada que passa aqui no Elevador – convém lembrar:

1. Este governo estancou a sangria nas contas públicas. O ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, conseguiu trazer o défice abaixo do limite de 3% e reduziu o peso da despesa pública na criação de riqueza em Portugal (de 47,2% para 45,9%). Estancou o descontrolo que herdou – que, por sua vez, o governo PSD/CDS tinha herdado e por aí fora... – e conseguiu devolver alguma da credibilidade perdida na Europa.

2. A crise estragou a festa. É certo que Portugal deverá terminar o ano com um défice acima de 6%, mas isso deve-se sobretudo ao impacto da crise económica – é a maior recessão em três décadas, é óbvio o seu efeito nas contas do Estado. Entre estabilizadores automáticos (despesa social, por exemplo) e medidas contra a crise estão cerca de três pontos de acréscimo ao défice. Este ano o PS contava apresentar a vitória sobre o défice como carta eleitoral – o trunfo esfumou-se.

3. Estruturalmente, está tudo na mesma. Apesar de todos os anúncios de Sócrates – que em Março de 2008, com a crise já a espreitar, teve a imprudência de dizer que a situação orçamental estava resolvida – Portugal continua a ter o problema de sempre nas contas públicas. Na consolidação o governo usou as armas clássicas: cortou no investimento público, pôs o Fisco a arrecadar receita como nunca, subiu a carga dos impostos e usou algumas receitas extraordinárias (exemplo em 2008: os 759 milhões de euros com as barragens da EDP). Na função pública transferiu o problema financeiro de um lado para o outro (para a CGA), ao abrir a porta para a reforma (a principal via de saída). Na Segurança Social fez a reforma possível, ganhando algum tempo. Resultado: estancou o problema, mas dificilmente se poderá dizer que fez grandes mudanças estruturais.

4. Uma questão de cultura Um problema destes demora muito tempo a aliviar (e nunca está resolvido) – basta olhar para o peso de 75,8% que as prestações sociais e das despesas com pessoal da Administração Pública (componentes muito rígidas) têm na despesa total. Como diz Manuela Arcanjo ao Diário Económico, é tudo uma questão de cultura de consolidação orçamental – o esforço é de longo prazo, uma expressão que colhe pouca adesão em Portugal.

Eu acrescentaria que se consideramos que é importante equilibrar as contas públicas, então podemos começar por assumir prioridades para os gastos e aumentar o rigor. O problema de muitos que decidem os gastos do Estado é o mesmo de sempre: gerem dinheiro dos outros, em favor dos outros. As contas ficam muitas vezes por prestar.

Na China, a partir do zero

12 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

"Queremos mostrar aquilo que Portugal é hoje. Por causa de Macau, os chineses têm uma visão de uma indústria portuguesa tradicional. Portugal é isso, mas não é só", considerou Basílio Horta [à agência Lusa].

Na minha epidérmica experiência profissional na China uma das coisas que aprendi foi esta: os chineses não têm qualquer visão sobre Portugal ou a indústria portuguesa. Na China, e excluíndo o fenómeno Cristiano Ronaldo, o nosso país tem uma imagem praticamente nula.

Se pensarmos que em muitos países a imagem portuguesa é ainda negativa – no sentido em que é associada a emigração, ao atraso e ao sul, motivando essas campanhas inanes da "Europe's West Coast" – a ignorância da China até é uma coisa boa. Dá para começar com uma folha quase limpa.

E começar com uma folha limpa significa entrar pelo lado da cultura e da identidade, ao mesmo tempo que se mostram as empresas do «Portugal moderno». No nosso país insiste-se em dois erros na abordagem à China: sobrevaloriza-se a ligação a Macau e subvaloriza-se a promoção da língua e da cultura do país.

Nisto, os franceses têm muito que ensinar.

Entretanto, no outro lado do mundo

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Fishermen sit atop stilts embedded into an inlet in Koggala, south of Galle, July 5, 2009.
REUTERS/Vivek Prakash


Lido no Elevador

09 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

Política sem ideologia, de João Cardoso Rosas, sobre a forma como os partidos fogem do debate de fundo e se concentram no irrelevante. Para todos os que acham inacreditável a forma como o debate sobre as obras públicas tem secado boa parte da agenda política em Portugal.

No Xinjiang, mais um aviso à navegação chinesa

08 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

A China está a perceber – uma vez mais – o preço que tem de pagar pela sua política de integração à bruta de algumas regiões.

No Tibete a dor de cabeça para Pequim é a imagem imaculada do Dalai Lama e o efeito que tem nas almas sensíveis e bem intencionadas do Ocidente. No Xinjiang não há líderes santos nem lamas, mas há oito milhões de pessoas de origem turca e religião muçulmana – e há ainda uma vizinhança perigosa com Paquistão e outros países terminados em ÃO, cujos grupos extremistas já devem estar a pensar num reforço da internacionalização para a China.

A integridade territorial chinesa é o valor mais alto da política de Pequim – nos primórdios do comunismo na China, como não havia indústria (nem proletariado) Mao jogou no nacionalismo contra o invasor estrangeiro. Com a abertura ao exterior houve ideias que o PC chinês abandonou – esta não é uma delas.

Não estando disposta a abdicar do Xinjiang ou do Tibete por razões estratégicas (basta olhar para o mapa para perceber) resta à China um caminho: seguir uma política de integração com um respeito básico pela cultura, religião e bolso das minorias. Obviamente, tal não tem acontecido – e qualquer sociedade tem um ponto de ruptura.

Obras públicas

07 julho 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Jorge Coelho considera "preocupante" a hipótese de se adiarem projectos de obras públicas. Preocupante para quem? Para a Mota-Engil?

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Quem tem culpa pelas más notas a matemática

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Os alunos não se prepararam para os exames de matemática do 12º ano porque a comunicação social se entreteve a difundir a ideia de que as provas seriam fáceis. Esta é a explicação de Maria de Lurdes Rodrigues para o facto de a percentagem de "chumbos" ter duplicado.

Perante cidadãos tão influenciáveis, o melhor seria o Ministério da Educação sugerir a censura sobre os media como medida destinada a melhorar o desempenho dos estudantes. Ou obrigar a que os orgãos de comunicação fizessem acompanhar cada notícia sobre o grau de exigência dos exames com um aviso de que o artigo em causa não constitui uma recomendação para não estudar.

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Elementar

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Manuel Alegre acha que Elisa Ferreira e Ana Gomes devem optar entre os seus lugares de eurodeputadas e as candidaturas às câmaras de Porto e Sintra, respectivamente. O deputado tem toda a razão e nem se compreende como é que Ana Gomes, que disse estar de acordo com a decisão do PS de impedir "duplas candidaturas", não retira as devidas consequências. Nesta matéria, que exige ética e não apenas a sua reivindicação, Manuel Alegre esteve bem.

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Em estágio para San Fermin

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

A drunk reveller kneels on the ground as he tries to enter a building before the first day of the running of the bulls during the San Fermin festival in Pamplona July 7, 2009.REUTERS/Susana Vera

Liga dos Campeões

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

The final showdown!: depois do baptismo do CR9 ontem em Madrid há o funeral do Michael Jackson hoje em LA. Quem vencerá o campeonato do ridículo?

Sinais de uma economia competitiva

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

"Cristiano Ronaldo é a marca portuguesa mais vendida" [RTP]

Série "De resto tudo bem" – 2

:: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

O partido que defende a suspensão e adiamento das obras públicas em Portugal apresenta um candidato à Câmara Municipal de Lisboa que entre as suas bandeiras eleitorais tem a construção de um túnel no Saldanha.

De resto tudo bem.

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5-7, 7-6, 7-6, 3-6, 16-14

05 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes

O painel lá atrás diz tudo. Os parciais. A duração do jogo. Os nomes dos heróis. O ténis é o desporto com a derrota mais cruel – neste jogos épicos o desfecho é sempre duríssimo. É também o desporto mais nobre que conheço. Porque é de precisão, força e inteligência. Porque é uma batalha contra o outro mas, sobretudo, contra o inimigo interior. Porque nessa batalha não há equipa para ajudar. Porque há transparência no resultado. Andy Roddick perdeu a terceira final de Wimbledon para Federer. A cara no final dizia tudo. Perdeu para aquele que ontem se consagrou como o melhor jogador de sempre. Roger Federer espalha classe dentro e fora do court – é o verdadeiro nº1.

Os cinzeiros são para quê?

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Gosto de ir à praia Morena, na Costa de Caparica. A zona de espreguiçadeiras é simpática e o serviço de comes e bebes é de boa qualidade. A mancha indesculpável deste espaço está na areia. Abundam as beatas, aspecto tanto mais criticável quando o serviço tem a preocupação de colocar um cinzeiro em cada mesa. Pior, só o facto de serem os próprios empregados a darem o mau exemplo ao apagarem os seus cigarros no areal. Alguém pode corrigir isto, sff?

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Quem manda na PT

03 julho 2009 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva

José Sócrates desfez a operação em que a PT ia ficar com 30 por cento da Media Capital, sob a alegação de que era necessário não haver suspeitas de o Governo estar a tentar intervir na TVI.

Mário Lino veio agora revelar que o negócio, afinal, pode ser retomado após as eleições, o que é revelador sobre as intenções do Executivo e mostra como as grandes decisões da empresa passam pelos gabinetes ministeriais.

Razão tem Henrique Granadeiro em tentar colocar o ministro das Obras Públicas na ordem. Duvida-se, ainda assim, que tenha sucesso.

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À atenção do "Le Figaro", por exemplo

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

Aqui fica uma sugestão de título para a imprensa francesa utilizar num eventual texto sobre a "gaffe" final de Manuel Pinho: "Le ministre des chiffres".

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Manuel Pinho: a morte de um toureiro

02 julho 2009 :: Guarda-freio: Bruno Faria Lopes


Aqui fica o post final sobre o ministro que fintou a saída pela porta pequena várias vezes e que morreu na faena final. Vítima dele próprio, vítima de um touro ímpar: o clima político.
Tudo foi trágico e em directo, como tinha que ser.
"Corrida - La muerte de un torero"
Pablo Picasso, 1933

Há cornos e outras cornaduras

:: Guarda-freio: Vìtor Matos



Há cornos e cornos. No Texas, é o símbolo de Bush. Aqui, cornudo é insulto do sério. Manuel Pinho quis marrar, os comunistas são vermelhos, e percebe-se que quem seja míope como os touros tenha mais facilidade em investir contra o encarnado. Acontece que marrou mal e apesar de já ter feito outras investidas pouco elevadas, com a cornadura baixa ou aos ziguezagues, como os touros falsos, foi desta que levou a estocada final.

Sócrates foi rápido. Sabe que na situação em que está não tem margem para erros políticos deste tipo. Não o podia desculpar, apesar de já lhe ter desculpado erros piores, gaffes mais desagradáveis, e questões mais polémicas. Sócrates deve ter avisado para os cuidados a ter nesta fase pré-eleitoral. Ele tramou-o. Sócrates sabe que o PM está em primeiro-lugar, assim como a imagem do Governo. A decisão foi tão rápida, que mostra como Sócrates sabe bem a desvantagem que tem neste momento. Afinal, o que é que passa pela cabeça de uma pessoa com esta responsabilidade para fazer isto?

Nota: esta decisão de Sócrates não teve correspondência no PSD, quando José Eduardo Martin mandou Afonso Candal para o caralho. Não sei o que é mais grave. Mas no PSD ninguém tomou uma decisão parecida a Sócrates, o que também prova que esta decisão tem mais a ver com as circunstâncias políticas do que com o acto em si.

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Teixeira dos Santos julga-nos tolos

01 julho 2009 :: Guarda-freio: Vìtor Matos


Teixeira dos Santos é tão sério como se a Maya só conseguisse ler nas cartas o que aí vem de bom. Quando a crise rebentou, o ministro das Finanças parecia aquele general de iraquiano que negava a derrota na guerra quando já se ouviam rolar os tanques americanos em Bagdade. Em Outubro, o Lehman Brothers já tinha falido e mesmo com as sirenes a soar em todo o mundo, o Governo apresentou um orçamento como nada se passasse.

Hoje, Teixeira dos Santos já faz previsões. E faz previsões a longa distância. Consegue prever a retoma com mais facilidade do que a bola de neve da crise. Disse assim: "Quero crer que estamos mais próximos do fim da crise do que do seu início". Toma-nos por tolos. Estamos é mais perto das eleições do que quando a crise começou...

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Simplesmente genial

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva

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apresentação

Tudo o que sobe também desce

Conheça a história do ascensor aqui.
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