O erro do costume
O PS reconhece no envelhecimento da população um problema que o Estado deve ajudar a combater através de incentivos à natalidade. E propõe-se dar 200 euros por cada criança nascida, que serão aplicados num depósito que terá direito a benefícios fiscais. À superfície, isto parace muito bem.
Só há dois ou três problemas. Por um lado, esta generosidade dos cofres públicos numa altura em que o défice das contas públicas vai regressar aos níveis de há cinco anos pode ser imprudente. Depois, a soma em causa é bem capaz de não ser incentivo suficiente para que os portugueses desatem a ter filhos, apesar da boa intenção subjacente à proposta.
Por fim, a medida prometida comete o tipo de erro em que sucessivos governos têm caído. Dar 200 euros e fixar, à partida, como o dinheiro deve ser aplicado é uma iniciativa paternalista. Neste caso, manter o dinheiro durante 18 anos num depósito a prazo é forçar as famílias a fazerem um investimento com grandes probabilidades de se revelar muito pouco rentável em comparação com alternativas existentes no mercado para prazos tão longos.
É só fazer as contas. Duzentos euros aplicados a 18 anos com uma rendibilidade de 2% por ano resultarão em pouco mais de 285 euros. O mesmo valor, investido durante o mesmo prazo, mas com uma rendibilidade de 6% (inferior à média histórica dos mercados de acções) , dará um bolo próximo de 571 euros. São quase trezentos euros o preço a pagar pela incompetência do Estado quando decide assumir o papel de gestor das finanças das famílias.
Quer se trate de incentivar a natalidade ou de assegurar um complemento de reforma, o Governo devia privilegiar o investimento de longo prazo, em geral, e não este ou aquele produto como acontece com estes depósitos para jovens ou com os planos poupança-reforma. Por exemplo, não se percebe por que motivo quem investe em fundos de investimento com uma perspectiva de longo prazo não pode ter acesso aos mesmos incentivos.
Só há dois ou três problemas. Por um lado, esta generosidade dos cofres públicos numa altura em que o défice das contas públicas vai regressar aos níveis de há cinco anos pode ser imprudente. Depois, a soma em causa é bem capaz de não ser incentivo suficiente para que os portugueses desatem a ter filhos, apesar da boa intenção subjacente à proposta.
Por fim, a medida prometida comete o tipo de erro em que sucessivos governos têm caído. Dar 200 euros e fixar, à partida, como o dinheiro deve ser aplicado é uma iniciativa paternalista. Neste caso, manter o dinheiro durante 18 anos num depósito a prazo é forçar as famílias a fazerem um investimento com grandes probabilidades de se revelar muito pouco rentável em comparação com alternativas existentes no mercado para prazos tão longos.
É só fazer as contas. Duzentos euros aplicados a 18 anos com uma rendibilidade de 2% por ano resultarão em pouco mais de 285 euros. O mesmo valor, investido durante o mesmo prazo, mas com uma rendibilidade de 6% (inferior à média histórica dos mercados de acções) , dará um bolo próximo de 571 euros. São quase trezentos euros o preço a pagar pela incompetência do Estado quando decide assumir o papel de gestor das finanças das famílias.
Quer se trate de incentivar a natalidade ou de assegurar um complemento de reforma, o Governo devia privilegiar o investimento de longo prazo, em geral, e não este ou aquele produto como acontece com estes depósitos para jovens ou com os planos poupança-reforma. Por exemplo, não se percebe por que motivo quem investe em fundos de investimento com uma perspectiva de longo prazo não pode ter acesso aos mesmos incentivos.
Etiquetas: boas intenções, investimento, paternalismo