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Há promessas que não se fazem

Ao ler o programa do PS de 2005 deparo com esta frase que explica tanta coisa, tendo por motivação uma honesta tentativa de cumprir uma promessa.

- "Reduzir para metade o insucesso escolar nos ensinos básico e secundário"

Se criar 150 mil postos de trabalho é uma tarefa que foge às mãos dos governantes mais bem intencionados porque estes só detêm uma pequena parcela do poder para resolver o problema, no caso do insucesso escolar a coisa é mais ínvia. Então a quantificação do objectivo - "reduzir para metade" - torna o cumprimento da promessa um insulto à natureza do que é uma escola.

Um Governo não devia estar preocupado com o insucesso escolar, mas sim com a exigência no meio escolar. Em circunstâncias normais, o sucesso ou insucesso é da responsabilidade de cada indivíduo e não do governo. Ter bons professores, mais exigentes, pode ajudar, mas também pode precipitar um cataclismo de insucessos sobre quem não estiver preparado para uma exigência acima da média. Portanto, o sucesso a curto prazo, como se viu, para cumprir uma promessa eleitoral que nunca devia ter sido feita deu péssimos resultados, como se viu no abaixamento da exigência de algumas provas ou aligeiramento nos critérios de avaliação. Aqui o Governo traiu-se. De facto, na Educação esteve a trabalhar para a estatística errada.

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