Teixeira dos Santos julga-nos tolos
Teixeira dos Santos é tão sério como se a Maya só conseguisse ler nas cartas o que aí vem de bom. Quando a crise rebentou, o ministro das Finanças parecia aquele general de iraquiano que negava a derrota na guerra quando já se ouviam rolar os tanques americanos em Bagdade. Em Outubro, o Lehman Brothers já tinha falido e mesmo com as sirenes a soar em todo o mundo, o Governo apresentou um orçamento como nada se passasse.
Hoje, Teixeira dos Santos já faz previsões. E faz previsões a longa distância. Consegue prever a retoma com mais facilidade do que a bola de neve da crise. Disse assim: "Quero crer que estamos mais próximos do fim da crise do que do seu início". Toma-nos por tolos. Estamos é mais perto das eleições do que quando a crise começou...
Hoje, Teixeira dos Santos já faz previsões. E faz previsões a longa distância. Consegue prever a retoma com mais facilidade do que a bola de neve da crise. Disse assim: "Quero crer que estamos mais próximos do fim da crise do que do seu início". Toma-nos por tolos. Estamos é mais perto das eleições do que quando a crise começou...
Etiquetas: pinoquice da grande
2/7/09 15:08
É a gestão política da crise – a ilusão de que, quebrada a confiança no que o ministro diz (depois do atraso com que reconheceu os problemas), as pessoas vão acreditar em anúncios de fim de crise. Falta de credibilidade à parte, a proximidade das eleições e as dificuldades na vida quotidiana (que se vão agravar antes de melhorar – o desemprego é uma variável atrasada, por exemplo) fazem com que estas palavras surjam como tanga política.
Uma ressalva apenas: de facto, o ministro estava a reagir a indicadores que (como o FT traz hoje em manchete) sugerem que o pior da crise já terá passado. A incerteza é ainda grande, claro, mas os sinais são positivos. Isto também faz parte da realidade – e é importante dizer às pessoas como é que no mundo as coisas estão a evoluir. O problema é quando já não há credibilidade para tal – ou quando as pessoas já não querem ouvir.