30 setembro 2007
:: Guarda-freio: Vìtor Matos
A história tem a sua força e, PSD, há um determinismo que se confirma com a vitória de Menezes e que eu escrevi aqui no dia 10 de Junho: todos aqueles que concorreram a líder acabaram por tornar-se líderes (a excepção é Freire Antunes, que chegou a apresentar-se contra Marcelo, mas nunca se recandidatou). "Desde o Congresso da Figueira da Foz, em 1985, todos aqueles que concorreram a líder uma vez acabaram alguma vez líderes do partido: Nogueira, Marcelo, Barroso, Santana, Mendes. Por isso, o PSD não deve menosprezar aqueles que marcam terreno"
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:: Guarda-freio: Vìtor Matos
Pensei que Menezes tinha perdido a eleição para líder do PSD logo ali, quando cometeu erros de seguida após o discurso do "pequeno tirano". Afinal ganhou com vantagem, contrariando as previsões de quase toda a classe jornalística. Três razões para o resultado ser tão inesperado: a) a ausência de sondagens cega os analsitas; b) o facto de os jornalistas terem as elites como fontes, faz com que percam a noção do que pensa a maioria dos militantes de base; c) um eleitorado de nicho partidário comporta-se de modo diferente de um eleitorado universal.
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27 setembro 2007
:: Guarda-freio: Vìtor Matos
"Nunca interrompas um inimigo enquanto ele persiste no erro". Não sei se a frase é de Napoleão, de Clausewitz ou de Sun-Tzu. Mas, até ver, Mendes actua como se conhecesse esta máxima, o que compensa o facto de parecer que nunca leu Maquiavel.
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:: Guarda-freio: Vìtor Matos
Afinal a toponímia tem destas coisas. Em Portugal temos Montemor-o-Novo, Montemor-o-Velho, há Carvalhal de norte a sul, Vendas Novas e Torres Novas. No Brasil, parece haver duas Maringas. A dos índios da Amazónia e a dos portugueses abastados, no Paraná. Menezes, pistoleiro, escolheu a Maringa que encaixava na sua teoria da conspiração. Pistoleiro, foi mais rápido a puxar da pistola e falhou o tiro. Sabe-se que, nessa situação, pistoleiro seguinte está em vantagem para desferir o tiro mortal.
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:: Guarda-freio: Vìtor Matos
- Agora digam todos comigo... - Gaaaanda nóiaaaa!!!
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:: Guarda-freio: Vìtor Matos
Duvido que isto pudesse acontecer noutro País civilizado: uma televisão convida um ex-líder partidário, ex-primeiro ministro, para uma entrevista e interrompe a emissão a meio para um directo onde um treinador de futebol sai do aeroporto para entrar num carro. Aliás, não creio que se interrompesse uma entrevista de Guterres ou Barroso, a não ser em caso de verdadeiro cataclismo. Como era o Lopes... Santana, ao seu estilo, foi-se embora da SIC-N e fez bem. Duvido que para a próxima se imponha o frenesim do directo de uma não notícia.
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:: Guarda-freio: Vìtor Matos
É claro que, apesar dos títulos sensacionalistas destes posts, o PSD não vai acabar. Depois de se conhecer o vencedor das directas, meia dúzia de senadores do partido hão-de começar a conspirar para criar uma plataforma de salvação partidária e ressuscitar o morto. Enquanto isso, Sócrates coça a barriga e ri.
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26 setembro 2007
:: Guarda-freio: Vìtor Matos
Menezes - a sua personalidade emotiva traíu-o. Perdeu a compostura e podia ter feito as mesmas críticas com elevação, sem dar armas ao adversário. Aquele discurso de ontem, a chamar "pequeno tirano" a Mendes deve ter-lhe tirado muitos votos (se houver eleições). Foi uma demonstração pública de como tem pouco nervo para aguentar uma liderança. Tudo isto, mesmo que ganhe, se voltará contra ele. Está condenado. Mendes - a frieza da sua personalidade traíu-o. Quem não se sente não é filho de boa gente e Mendes teve uma resposta fraca. Não se consegue livrar da suspeita de que quis controlar o acto eleitoral a partir da secretaria-geral. Se tivesse de boa-fé logo de início, tinha deixado cair o argumento estatutário de que as eleições são organizadas pela secretaria-geral, e aceitava que fossem organizadas por uma comissão independente. O CDS teve uma COD (Comissão Organizadora das Directas). Quem organizou as eleições do PSD foi a própria equipa de Marques Mendes. Tudo isto, mesmo que ganhe, se voltará contra ele. Está condenado.
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:: Guarda-freio: Vìtor Matos
Dizer que o PSD é o partido mais português de Portugal é hoje uma boa imagem para se perceber por que é o País assim. Contorna-se a lei e o espírito da lei e diz-se com descaramento que não se desrespeitou a lei. Vive-se de esquemas. Espera-se que o porreirismo vigente feche os olhos às falcatruas, aos prazos, ao não pagamento das contas a tempo e horas. Enfim, pregam-se os bons costumes mas não se praticam. A cultura das democracias liberais não está, de facto, entranhada nem nos partidos, nem o PSD, nem no País.
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:: Guarda-freio: Vìtor Matos
Se a luta pelo poder interno num partido tem estes contornos, podemos imaginar o que as pessoas são capazes de fazer quando estão num Governo, numa câmara, no poder? No PSD, todos fazem batota e todos acusam os outros de batoteiros. Como é que um partido pode encher a boca com a Democracia e depois funcionar assim? Admiram-se que cada vez menos gente queira sujar as mãos na política. Cada vez menos gente séria e com espírito de missão o quererá fazer.
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:: Guarda-freio: Vìtor Matos
No PSD, quando se fala em certas pessoas para candidatas à liderança, que vivem as suas vidas profissionais longe dos militantes e da carne assada, os aparelhistas riem-se. Dizem: “Só vale o vale o voto dele! Mais ninguém!” É verdade. Agora percebe-se o que querem dizer com isto. Quem vale muitos votos, quem tem o aparelho e domina as secções de forma tentacular, quem paga quotas à fartazana no multibanco, quem paga quotas em barda por vale postal vale, pois, muitos votos. Como se vê, aqueles que valem tantos votos, estão a enterrar o PSD.
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20 setembro 2007
:: Guarda-freio: Vìtor Matos
Depois de ouvir José Sócrates falar em perfeito inglês técnico, George W. Bush não cabia em si de contente, por ter encontrado, finalmente, alguém que falava inglês pior ainda do que ele. Já agora, o "middle-west" fica onde? A meio do Atlântico, talvez. Ora seria isso que o nosso PM queria dizer? Resolver os problemas transatlânticos, claro. Ou será que ele pediu ajuda a Bush para resolver o problema ali numa ilha do médio-ocidente, e remover o Alberto João da Madeira, em nome da democracia e por dar "safe haven" a terroristas da Flama? As gaffes permitem concluir que: Sócrates não tem inglês que chegue para representar o Estado português sem um tradutor para evitar incidentes diplomaticos; arrogante como é, não tem humildade para o reconhecer; pior ainda, fica nervoso ao pé dos que são mais poderosos do que ele. Imagino as pérolas, quando se reúne com os parceiros europeus. O ridículo não mata, mas em política mói. No topo da administração norte-americana ninguém se lembrará do nome de filósofo do PM português: "Who? The middle-west guy is comming here again?" Recomendam-se os posts do Corta-Fitas sobre o assunto. São deliciosos.
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17 setembro 2007
:: Guarda-freio: Vìtor Matos
Um tipo chega de férias, e dá com isto. Primeiro, pensa: "Estou maluco!" Depois percebe que malucos, doidos varridos, são os outros. Enfim, hoje de manhã, eram uma oito e meia, fui confrontado com esta estranha visão, juro, o Batman e o Robin, sim, aquela dupla suspeita, ambos numa paragem de autocarro junto ao Técnico. Teriam o Batmobile na batoficina? Esfreguei os olhos, belisquei-me, não estava a sonhar. Sim, juro que os vi, ao Batman, de preto, com as orelhas negras, a máscara na cara, a capa, um Batman completo e ao vivo. E ao lado dele um Robin, com uma fatiota colorida, um tanto mais idiota que o outro, uma mascarilha, o próprio. Só destoava um saquito de plástico na mão do Batman, isso sim, fez-me desconfiar da verdadeira identidade dos alegados super-heróis à solta numa manhã de Lisboa. Depois, percebi tudo. Com a entrada em vigor do novo Código do Processo Penal, devem ter passado a noite a caçar os 100 que a justiça pôs cá fora. Então, pensei em quem são os verdadeiros doidos à solta, se aqueles foliões mascarados fora de época, se os "irreponsáveis" ou "inconscientes" (palavras de Marcelo) que nos governam e nos representam.
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04 setembro 2007
:: Guarda-freio: João Cândido da Silva
Tenho andado a ouvir este disco. É um felicíssimo cocktail de blues, entre as tradições africanas e europeias. O terceiro tema ilustra bem aquilo que pretendo dizer. Os arranjos incluem uns violoncelos melancólicos que são a cereja no topo do bolo.
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Tudo o que sobe também desce
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