Batman, Robin e o CPP
Um tipo chega de férias, e dá com isto. Primeiro, pensa: "Estou maluco!" Depois percebe que malucos, doidos varridos, são os outros. Enfim, hoje de manhã, eram uma oito e meia, fui confrontado com esta estranha visão, juro, o Batman e o Robin, sim, aquela dupla suspeita, ambos numa paragem de autocarro junto ao Técnico. Teriam o Batmobile na batoficina? Esfreguei os olhos, belisquei-me, não estava a sonhar. Sim, juro que os vi, ao Batman, de preto, com as orelhas negras, a máscara na cara, a capa, um Batman completo e ao vivo. E ao lado dele um Robin, com uma fatiota colorida, um tanto mais idiota que o outro, uma mascarilha, o próprio. Só destoava um saquito de plástico na mão do Batman, isso sim, fez-me desconfiar da verdadeira identidade dos alegados super-heróis à solta numa manhã de Lisboa. Depois, percebi tudo. Com a entrada em vigor do novo Código do Processo Penal, devem ter passado a noite a caçar os 100 que a justiça pôs cá fora. Então, pensei em quem são os verdadeiros doidos à solta, se aqueles foliões mascarados fora de época, se os "irreponsáveis" ou "inconscientes" (palavras de Marcelo) que nos governam e nos representam.