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elevador da bica

Mais um imposto: sobre a pesca da sereia

30 março 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Que se saiba, o contrato nunca foi revogado, e é mais uma possibilidade para Teixeira dos Santos embolsar uns trocos. Não se deve fechar a porta à receita, nem quando se ouve o canto de uma sereia. Conta Damião de Góis na Descrição da Cidade de Lisboa, que, em tempos longínquos, abundavam sereias e tritões nas águas que banhavam a cidade. Muitos anos antes daquele em que Damião de Góis escreveu o texto (1554) D. Afonso III tributava a pesca da sereia:

"Nos arquivos antigos do Reino, a cuja cabeça me encontro, existe um manuscrito antiquíssimo, que é um contrato entre o rei Dom Afonso III e o mestre dos cavaleiros de São Tiago, Paio Peres; nesse documento se determina que o tributo das sereias e dos outros animais pescados nas praias da mesma Ordem, se devia pagar, não ao mestre da Ordem, mas aos reis. Donde se colige que as sereia eram frequentes nas nossas águas, visto que sobre elas já se promulgou uma lei".

Ora se a espécie não estivesse já extinta - o tipo comum de sereias, metade mulher e metade peixe -, extinguir-se-iam agora, pela voracidade com que o Governo do PS procura receita sem parar o aumento da despesa.

Retrato do lazer em Portugal

28 março 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Algo me diz que o Portugal não ficou lá muito favorecido pelo retrato feito no programa Grandes Portugueses. É só lazer, dizem eles.

Memória curta, diz a TV5

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Ficará registado como mais um tesourinho deprimente da televisão, a Maria Elisa a anunciar o maior português de sempre, sem dizer, e o maior português de sempre é..... E também, a Maria Elisa a sossegar os espíritos ao encanar a perninha da rã depois de revelar o resultado, e a desvalorizar todo o trabalho de toda a gente que fez e levou até si aquele programa: isto é apenas um concurso, não esquecer que se trata de um passatempo, blá,blá, blá... E melhor ainda, subtileza das subtilezas, a RTP, que promoveu a empreitada, e a meio do último episódio, anunciou o resultado de uma sondagem (encomendada, se bem me lembro, à Eurosondagem), onde a TV do Estado aliviava a consciência, fazendo saber que, segundo os métodos mais avançados da técnica dos inquéritos à opinião pública, afinal o maior português de sempre - para os portugueses inquiridos - era o D. Afonso Henriques. Não era Salazar.

É óbvio que só há uma leitura a fazer: os três primeiros classificados, Salazar, Cunhal e Aristides, tiveram sindicatos de voto organizados.

Mas agora o mal está feito - o serviço público que nós pagamos já o fez, ao começar por vetar inicialmente o nome de Salazar - e, na segunda feira, vi no canal francês, TV5 Monde, uma peça alusiva ao programa, onde passaram imagens do ditador, da guerra, da miséria de país desse tempo, do 25 de Abil. Dizia a voz off que os portugueses tinham a memória curta. Vá lá a gente, agora, tentar explicar-lhes que sendo-o, este país não é bem assim...

Retratos do lazer em Varsóvia

25 março 2007 :: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Varsóvia

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Varsóvia

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Varsóvia

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Varsóvia

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Wroclaw

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Cracóvia

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Cracóvia

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Budapeste

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Budapeste

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Budapeste

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Budapeste

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Bratislava

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Salzburgo

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Salzburgo

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


Retratos do lazer em Viena

:: Guarda-freio: João Cândido da Silva


O bombista suicida

20 março 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Pedro Santana Lopes diz hoje esta coisa extraordinária ao Público: "No PSD há fracturas antigas, muito diferentes, acumuladas e prestes a explodir. Prevejo para o PSD a mesma situação explosiva que se está a verificar no CDS, embora por razões diferentes".

Há quem por muito que olhe não consegue ver. PSL ainda não percebeu que ele é como o coiote a perseguir o Bip-Bip: as bombas que ele manda rebentam-lhe sempre nas mãos.

Acabou a luta de classes. As ideias sobre como devemos gerir a forma de vivermos em sociedade é, cada vez mais, um anacronismo para os académicos esgrimirem argumentos. A luta hoje é de imagens. No presente, as lutas políticas à direita, em Portugal, resumem-se a duelos de personalidades que nada têm a ver com a finalidade da política. A manter-se este quadro, só posso pensar que o caminho é perigoso...

Celebridades

15 março 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

A Victoria e o Beckham estavam apenas a dois metros de mim. Foi a minha estreia em Old Trafford, Estádio do Manchester, para o jogo amigável entre o clube e a selecção do resto da Europa. Um espectáculo do público. E do Cristinano Ronaldo...

Ali, na bancada, havia um espectáculo diferente. Toda a gente virada para a Posh e para o Beckham, a tirar fotografias. Centenas de pessoas. Esta coisa das celebridades é de tal maneira, que vi Geoff Hoon, ministro britânico dos Assuntos Europeus aproximar-se da Posh e falar-lhe ao ouvido: quando Posh acenou, o ministro chamou sua a filha e tirou, ele mesmo, uma foto da adolescente com a celebridade - que nada mais faz na vida, a não ser exercer a sua profissão de famosa. Bem, eu tirei umas com o telemóvel, mas não dá para ver nada. Mas posso dizer que a Victoria já deve ter tido melhores dias e que está com o rabo descaído. O David devia-lhe oferecer uma operaçaozinha no Natal.

PS: esta vida terrível não me tem deixado postar, mas agora o Elevador volta a subir e a descer.

Portugal atrasado na política espectáculo

02 março 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

Paulo Portas quer parecer sério. E assim, apresentou a sua (re)candidatura à liderança do CDS na mesma sala onde Cavaco Silva anunciou a sua caminhada presidencial (Surpresa! Surpresa! Aquela sala do CCB, com o nome de "Fernando Pessoa", foi onde eles escolheram comunicar a toda a gente o que ninguém adivinhava que um dia eles iam fazer).
Estavam sérios, ambos num esfoço enorme para parecerem sérios. Eu estive lá das duas vezes. Cavaco estava mais nervoso que Portas, muito tenso e desabituado às lides comunicacionais. Tremiam-lhe as mãos. Todo ele transpirava insegurança, desde os passinhos curtos e pouco firmes aos olhos postos no chão. Portas parecia calmo, fazia por parecer calmo, relaxado, a voz suavizada, a antítese da pose do ministro de Estado, à vontade perante uma turba desorganizada de fotógrafos que o cercavam. Deve ter tomado um Xanax umas horas antes. Mas sério, afável e institucional (e muito cínico, sim em relação a Ribeiro e Castro).

Os Estados Unidos já estão noutra onda. Aqui os políticos que procuram credibilidade ou a clemência dos eleitores, fazem-se sérios. Por lá, os políticos tidos mais sérios e credíveis parece que fazem as coisas a brincar. Com uma leveza quase insustentável(para um português). John McCain, um dos mais respeitados senadores norte-americanos, anunciou a sua candidatura às primárias entre republicanos no Late Show de David Letterman. É espectáculo! É entretenimento! É a grande política! É de quem sabe que não perde a seriedade por se apresentar ao eleitorado da maior potência mundial assim, num talk-show. Paulo Portas não o podia fazer, porque precisa muito de parecer. Cavaco, tão sério, sério até demais, podia ter quebrado o tabu, sei lá, no programa do Herman. Mas em Portugal, país de gente séria, não há respeitinho a quem não se dê ao respeitinho, não é?

Pelo menos para já, Portugal vai continuar atrasado em relação à vanguarda da política espectáculo.

(Agora, não será por isso que não nos vamos deixar de divertir com as refregas. É como no circo romano, mas melhor: é que aqui na Lusitânia, os gladiadores políticos morrem mas ressuscitam sempre e o espectáculo nunca acaba)

Só se for lume brando

01 março 2007 :: Guarda-freio: Vìtor Matos

"Ele tem obra na Madeira, é pessoalmente um homem sério. Não poria as mãos no lume por todos os políticos da Madeira, por ele [Alberto João Jaridm], ponh0", disse Almeida Santos ontem, convidado especial de uma Quadratura do Círculo. Almeida Santos lá sabe, mas todas as pessoas que eu conheço que puseram as mãos no lume queimaram-se. Só com luvinhas de amianto, para esconder a pele, e as outras coisas que à pele se agarram.

Bye, Jack!

:: Guarda-freio: Vìtor Matos

Acabados os DVD da quinta série do "24", a vida volta ao normal...