Memória curta, diz a TV5
Ficará registado como mais um tesourinho deprimente da televisão, a Maria Elisa a anunciar o maior português de sempre, sem dizer, e o maior português de sempre é..... E também, a Maria Elisa a sossegar os espíritos ao encanar a perninha da rã depois de revelar o resultado, e a desvalorizar todo o trabalho de toda a gente que fez e levou até si aquele programa: isto é apenas um concurso, não esquecer que se trata de um passatempo, blá,blá, blá... E melhor ainda, subtileza das subtilezas, a RTP, que promoveu a empreitada, e a meio do último episódio, anunciou o resultado de uma sondagem (encomendada, se bem me lembro, à Eurosondagem), onde a TV do Estado aliviava a consciência, fazendo saber que, segundo os métodos mais avançados da técnica dos inquéritos à opinião pública, afinal o maior português de sempre - para os portugueses inquiridos - era o D. Afonso Henriques. Não era Salazar.
É óbvio que só há uma leitura a fazer: os três primeiros classificados, Salazar, Cunhal e Aristides, tiveram sindicatos de voto organizados.
Mas agora o mal está feito - o serviço público que nós pagamos já o fez, ao começar por vetar inicialmente o nome de Salazar - e, na segunda feira, vi no canal francês, TV5 Monde, uma peça alusiva ao programa, onde passaram imagens do ditador, da guerra, da miséria de país desse tempo, do 25 de Abil. Dizia a voz off que os portugueses tinham a memória curta. Vá lá a gente, agora, tentar explicar-lhes que sendo-o, este país não é bem assim...
É óbvio que só há uma leitura a fazer: os três primeiros classificados, Salazar, Cunhal e Aristides, tiveram sindicatos de voto organizados.
Mas agora o mal está feito - o serviço público que nós pagamos já o fez, ao começar por vetar inicialmente o nome de Salazar - e, na segunda feira, vi no canal francês, TV5 Monde, uma peça alusiva ao programa, onde passaram imagens do ditador, da guerra, da miséria de país desse tempo, do 25 de Abil. Dizia a voz off que os portugueses tinham a memória curta. Vá lá a gente, agora, tentar explicar-lhes que sendo-o, este país não é bem assim...