OE e submarinos: falta de sentido de Estado
A argumentação de Sócrates seria válida se acusasse Portas de incompetência na gestão do processo, mas não foi isso que fez. Poderia fazê-lo, por exemplo, com propriedade, no dossiê dos blindados de rodas Pandur que é um caso escandaloso, mal explicado e grave sob muitos pontos de vista e da total responsabilidade de Portas. Ao questionar a opção de base, José Sócrates diz pela primeira vez que é contra a manutenção da capacidade submarina de Portugal, o que é legítimo, mas tem a ver com opções estratégicas relacionadas com a soberania do País sobre as quais nunca se manifestou.
Mais: há dezenas militares a operar os submarinos, que estão às ordens do Governo para arriscar a vida em operações se o poder político assim o entender. José Sócrates não pode dizer o que disse dos submarinos ontem,e amanhã ser confrontado com a necessidade de mandar um submarino disparar um míssil sobre um alvo no estrangeiro, para libertar reféns ou outra coisa qualquer. Pela sua natureza, por estarem ao serviço das opções políticas mais sérias e graves, as Forças Armadas devem ser tratadas, já não digo com respeito, mas com sentido de Estado e de responsabilidade. E ontem, Sócrates, embalado pelo verbo fácil, não esteve à altura.
Etiquetas: Orçamento do Estado 2011, submarinos