O desnorte, o medo e o plano falhado
Nada como os ares de Bruxelas. José Sócrates hoje tomou umas decisões: reduzir a meta do défice para 2010 em 1% (para 7,3%) e adiar o novo aeroporto de Lisboa.
- Não deve ser o mesmo José que há uma semana disse no Parlamento: "Eu sigo o meu plano e não me impressiono. O pior que pode acontecer a um político quando tem um plano é mudá-lo quando encontra dificuldades". Bom, o pior que pode acontecer a um País é ter um político com um plano que não muda quando encontra dificuldades.
- Também não é o mesmo Sócrates que sentenciou: "O Governo não entra em desnorte nem muda de orientação política". A verdade é que o Governo passou a semana em desnorte, com ministros a desmentirem-se na praça pública, até Teixeira dos Santos dizer que cada um olha de maneira diferente para as preocupações das suas pastas. É a deriva total.
- E também dever ter sido Sócrates a dizer isto, enquanto inaugurava um túnel no Marão: "Quando a acção política se deixa aconselhar pelo medo ela fica paralisada". Então se não foi cagufa, meduncho, miaúfa da crise, dos alemães e dos franceses, porque é que o Governo desmentiu tudo o que disse nos últimos dias? O PM devia ir a Bruxelas mais vezes.
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