Mentiu... não mentiu... mentiu... não mentiu...
Este mal-me-quer-bem-me-quer da comissão de inquérito parlamentar a saber se o primeiro-ministro mentiu ao Parlamento tem sentido. Se José Sócrates mentiu sobre o negócio PT-TVI é grave. Se não mentiu é apenas incompetente.
Mas há mentiras mais graves. Como esta, que o Público denunciou. O Governo ocultou o défice ao longo de 2009 por razões eleitorais à revelia das previsões da DGCI. O primeiro défice previsto para 2009 foi de 2,2%, lembram-se? Passou para 3,9%. Depois para 5,9% antes das eleições. E para 8% logo a seguir à vitória eleitoral. Grande coincidência. No fim: 9,3%. E agora estamos como estamos. Isto não faz parte daquela margem aceitável que os Governos têm para mentir. O mínimo que nos podem dar é contas em condições, e aí somos obrigados a pedir contas e transparência.
Não há comissão de inquérito? O PS ganhou as eleições com o lixo escondido debaixo do tapete. E se estamos onde chegámos foi porque as sirenes de emergência disparam tarde. É grave por ser uma mentira deliberada, estratégica, táctica. Mas é mais grave porque porque estávamos cegos. Vendiam-nos o oásis no meio da crise e não víamos como estávamos próximos do abismo.
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