Passos começa bem
Com uma vitória esmagadora no bolso, no seu primeiro discurso como líder eleito do PSD, Pedro Passos Coelho começou bem o mandato ao convidar os seus adversários a pertencerem à direcção do partido. Seja qual for a resposta de Paulo Rangel e de Aguiar-Branco (eu apostava que vão recusar), trata-se da manifestação de um líder forte sem medo da sombra.
Quando Passos discursou para as televisões, Miguel Relvas, o homem mais importante na sua ascensão ao poder, ficou atrás das câmaras a ver. Por detrás do novo líder apareceram três caras do menezismo: Marco António Costa, Miguel Santos e Luís Montenegro. Devia ter havido algum cuidado em diversificar.
Não deixa de ser sintomática a forma como Manuela Ferreira Leite deixa a chefia do partido: sem fazer um simples telefonema ao candidato que lhe vai suceder.
O PS agora deve moderar-se nas ameaças de bater com a porta: ou tem mais cuidado com as dramatizações do género agarrem-me senão eu vou-me embora ou Passos vai mesmo romper e levar o Governo a eleições antecipadas até Setembro, porque aliás sabe que o prazo de validade dos líderes do PSD é muito curto. É uma questão de esperar pelas sondagens dos próximos dois meses.
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