A politização inevitável
Tal como escrevi uns posts abaixo (aqui e aqui), a questão de saber que conversas eram aquelas entre Sócrates e Vara são um problema político - independentemente da questão judicial. Manuela Ferreira Leite percebeu isso mesmo e arriscou-se na politização do caso, colocando a alavanca no ponto certo para levantar a pedra. Esta estratégia só tem um perigo, que é de poder um dia voltar-se contra o PSD, mas a ausência desse calculismo é de louvar porque senão dava a ideia que os políticos se protegem uns aos outros.
"Mas a verdade é que a actuação da Justiça e o silêncio do primeiro-ministro transformaram uma questão que podia ser apenas jurídica numa questão política", disse Ferreira Leite.
Parece-me que é do interesse público que o conteúdo das escutas que motivaram a extracção das certidões seja revelado, para acabar com as suspeitas de vez ou para que elas se convertam em certezas. Não podemos é continuar a desconfiar eternamente de um primeiro-ministro. Se isso for legalmente possível, o Parlamento deve chamar a si este problema, formando uma comissão de inquérito para apurar se há ou não motivo para investigar o teor das conversas entre Sócrates e Vara, caso a Justiça não funcione emaranhada na sua própria teia.
"Mas a verdade é que a actuação da Justiça e o silêncio do primeiro-ministro transformaram uma questão que podia ser apenas jurídica numa questão política", disse Ferreira Leite.
Parece-me que é do interesse público que o conteúdo das escutas que motivaram a extracção das certidões seja revelado, para acabar com as suspeitas de vez ou para que elas se convertam em certezas. Não podemos é continuar a desconfiar eternamente de um primeiro-ministro. Se isso for legalmente possível, o Parlamento deve chamar a si este problema, formando uma comissão de inquérito para apurar se há ou não motivo para investigar o teor das conversas entre Sócrates e Vara, caso a Justiça não funcione emaranhada na sua própria teia.
Etiquetas: é a política, justiça