O fim da campanha negra
A divulgação do vídeo na TVI, sexta-feira, onde Charles Smith diz que Sócrates é corrupto mata toda a tese da cabala, da maquinação e da campanha negra, da insídia e da ofensa.
Um escocês a falar com um inglês - onde o escocês não sabe que está a ser filmado pelo inglês - sobre um português que terá recebido umas massas, não é uma conspiração política. É um escocês a falar com um inglês. E não parece que o escocês esteja a tentar safar-se de uma manigância que fez para tratar dos interesses do inglês. O escocês assume a trambicância. Explica como trambicou. Tudo muito grave. E sem qualquer conotação política, porque aquela conversa não é suposto ter fins políticos. Se há conspiração, é da parte dos conspiradores que querem pôr isto cá fora, claro, para destruir Sócrates, claro, quem ficaria indiferente a uma coisa destas? As dúvidas agora são só estas: Smith deu o dinheiro a alguém? A quem? Onde é que o dinheiro chegou? Ou ficou com ele?
Se a investigação ainda não tratou de ir às contas de todos os que podem estar implicados, não podemos confiar na investigação nem na justiça portuguesa.
O caso, como escreve Mário Crespo, tem muitos pontos de contacto com o Watergate: as gravações, o envolvimento do líder do Executivo, as obstruções à investigação e à justiça. Se não for até ao fim, se o caso morrer na praia, se não ficar provado que Sócrates é inocente, que os seus mais próximos colaboradores são inocentes, que tios e primos são inocentes, é melhor fazer as malas e ir embora desta piolheira.
Etiquetas: justiça, pinoquices, piolheira
20/4/09 23:51
Eu gosto de te ler porque tu ainda acreditas que o caso vai chegar onde quer que seja.
A seguir virá o ursinho e comeu (lembras-te do anúncio com um avô e duas crianças a comer chocolates?).
Seja como for, vale um almoço: eu aposto que o caso Freeport não vai dar em nada.
Abraços.