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elevador da bica

Freakpolitics: o que diz o lado improvável dos políticos (25)

Em defesa das campanhas negativas



"A honra venceu a infâmia", proclamou Cavaco Silva, este domingo, no seu discurso da "vitória da verdade sobre a calúnia". Acusou os adversários: "Nunca se tinha visto os candidatos a descer a tão vil baixeza". Insinuou urdiduras: "Eles [os jornalistas] sabem quem meteu a campanha de calúnias insinuações". Fez pedagogia: "Numa democracia debatem-se ideias e linhas de rumo". E concluiu: "Uma vez mais o povo não se deixa enganar"

Cavaco é como todos os outros políticos: não aceita que uma campanha negativa sobre si possa ser positiva para a democracia. Afinal o mau é bom? O mau não é bom, mas é positivo que os eleitores conheçam o lado negativo dos políticos que se dizem melhor que bons. Não foi Cavaco Silva a declarar que alguns tinham de nascer duas vezes para serem tão honestos quanto ele?

Falhou a Cavaco Silva um artigo de um professor de Harvard que José Sócrates também nunca leu, pois ambos partilham o discurso quando são alvo de notícias negativas em campanhas eleitorais.

William G. Meyer escreveu em 1996 um artigo na Political Science Quarterly com o título "In Defense of Negative Campaigning", onde defende que "as campanhas negativas são uma forma necessária e legítima de qualquer eleição". O artigo foi recentemente divulgado no twittter por Pedro Magalhães, investigador do ICS.

Segundo Meyer, a campanha negativa foca-se nas "fraquezas e defeitos" dos adversários, nos "erros que fizeram, nas falhas no seu carácter ou desempenho, nas más políticas que iam promover". Uma campanha negativa fornece aos eleitores "uma quantidade de informação que eles definitivamente precisam de conhecer quando decidem em que votar". Assim, escreve Meyer, "precisamos de saber os pontos fortes dos candidatos mas também precisamos de conhecer as suas fraquezas: as capacidades e as virtudes que não têm; os erros que cometeram, os problemas com que não lidaram; os assuntos de que preferem não falar."

Se um candidato "é desonesto, os eleitores precisam de ser informados", escreve o politólogo. No caso português, se um candidato diz que é duplamente mais honesto, deve ser duplamente escrutinado. O problema é que Cavaco não aceita o escrutínio público e só isso diz muito sobre ele. Até hoje, nunca respondeu com clareza a nenhuma questão sobre as acções da SLN nem sobre a permuta das casas no Algarve. Não se trata de insinuações: são factos publicados na imprensa e que levantam questões sérias e legítimas.

Ninguém na campanha de Cavaco leu Michael Pfau e Henry Kenski para decidir usar a tempo a técnica da "inoculação", e não deixar escorrer o fio viscoso da suspeita para o mandato presidencial. Estes dois investigadores fizeram experiências de campo e estudaram o efeito da "inoculação" para neutralizar campanhas negativas. É quando os candidatos tentam antecipar os ataques que provavelmente o seu adversário vão fazer, respondendo aos ataques antes de serem levantados pela oposição.

A campanha negativa foi muito positiva: deu-nos a conhecer melhor Cavaco. Se dúvidas persistem, a responsabilidade é inteiramente dele porque nunca as esclareceu.

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