Cavaco: 2.230.104
Há cinco anos, no CCB, houve gravidade, encenação e cerimonial, com Cavaco a falar no pequeno auditório, onde entrou rígido, mão dada com a mulher, ao mesmo tempo que imensa gente corria para Belém. O Presidente eleito encaixava no seu próprio guião e tinha um discurso mobilizador.
Agora, na reeleição, houve pouco entusiasmo e ausência de cerimonial, uma banalidade em linha com os resultados, menos 500 mil votos e uma triste campanha. Cavaco fez um discurso oficial sem rasgo nem novidade, quando era necessário do PR uma retórica de mobilização nacional para aguentar as dificuldades graves que o País vai viver durante o seu mandato. Parece que o País do discurso do PR não é o País em que vivemos. Quando a seguir falou aos poucos que se dignaram ir ao CCB festejar, fez um péssimo discurso, populista e que lhe vai sair caro. Convidou os jornalistas a revelarem as fontes das notícias sobre si, em vez de se oferecer para as explicar melhor. "A honra venceu a infâmia", foi a frase da noite. Resumindo, Cavaco sentiu-se ungido pelo povo, ou seja, não tem mais nada a dizer quando lhe falta dizer tudo.
Lavados os cestos da vindima, tanto faz, Cavaco ganhou e agora vai ter a prova de fogo. Tem menos credibilidade que há cinco anos, menor base de apoio, mais distância do Governo, um País muito pior e não tem uma reeleição pela frente. Vamos ver...
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