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Freakpolitics - o que diz o lado improvável dos políticos (20)

Sócrates resiste porque é maratonista

A mente política do primeiro-ministro funciona como modo maratona ligado
José Sócrates é maratonista. Para correr uma maratona inteira é preciso treinar o cérebro e o corpo a resistir: à dor, a maus pensamentos, ao cansaço, a contrariedades e a mais dor. José Sócrates é resistente. Na política também. Goste-se ou não do sujeito, aquela “determinação” é a principal característica dele. Pensam que Sócrates vai desistir? Não. José Sócrates pensa como um maratonista obsessivo. Tanto lhe faz o estado em que acaba a corrida, desde que chegue à meta, de preferência à frente. Não é um Fernando Mamede da política, como António Guterres.
psicólogo Jeff Brown, que escreveu o livro The Winners Brain, estudou o perfil dos corredores de maratonas e concluiu: “Os maratonistas pensam rápido, são resilientes e parecem suportar desafios mais do que uma pessoa média. Mesmo que sorriam e o neguem, asseguro que 8 em cada 10 maratonistas são um pouco obsessivos, ainda mais competitivos, absorvem toda a informação a que podem deitar mãos e são ocasionalmente irracionais em relação ao seu desporto”. Ao longo de 10 anos como psicólogo do clube Maratona de Boston, Jeff Brown ouviu histórias e estratégias de atletas que “levam os seus corpos e cérebros ao limite”.
Podemos facilmente considerar Sócrates obsessivo, resiliente, ultra-competitivo, por vezes irracional e postular que ele muitas vezes age no limite. 
Se não concorda, recorde aquilo a que Sócrates resistiu ao longo dos últimos cinco anos e pense se você aguentava, independentemente de acreditar na sua inocência: boatos de que era gay; exposição pública de uma licenciatura facilitada; autoria de projectos de péssimo gosto ou assinados por favor;  suspeitas de corrupção no caso Freeport; suspeitas de corrupção no caso Cova da Beira; dúvidas sobre manipulação empresarial em interesse próprio no caso PT-TVI;  derrota nas Presidenciais; derrota nas Autárquicas; derrota nas Europeias; perda de maioria absoluta nas Legislativas; mentiras sobre as contas públicas na campanha de 2009; engavetamento do programa do Governo em 2010; falta à palavra dada nos impostos; catástrofe nas contas públicas; queda abrupta nas sondagens; Portugal à beira da bancarrota; possibilidade de entrada do FMI no País. Estes obstáculos chegam para se perceber como não é fácil ser José Sócrates e levantar-se todas as manhãs a fingir-se optimista para mais uma etapa na maratona política da sua vida.
As estratégias mentais para um maratonista, da autoria de Jeff Brown, também se aplicam ao primeiro-ministro português, que talvez as aplique quando corre:
1- Para aumentar a confiança, confiar no treino – Sócrates treinou muito os discursos, as entrevistas, as intervenções. Fartou-se de treinar. Há quem se lembre de o ver a falar alto a treinar intervenções nos bastidores;
2- Ser muito optimista – Durante a maratona, tentar manter  afirmações e pensamentos positivos “a passar pela cabeça enquanto os pés continuam a correr”, escreve Brown. “Digo sempre que os pensamentos positivos tornam as sapatilhas pesadas”. Aqui temos o optimismo excessivo e irrealista de Sócrates para continuar na corrida.
3 – Pôr os problemas para trás das costas – só um caso de vida ou morte pode distrair um maratonista. No caso da política, Sócrates só consegue ir governando se puser para trás das costas todos os casos em que se viu envolvido.
4 – Falar consigo mesmo – dizer “eu sou capaz”, ou “vamos, vamos” ao subir uma encosta difícil. É como Sócrates quando embandeira em arco um pequeno número positivo ou desvaloriza um negativo. Ou então quando diz que o dever de um político é puxar pelas energias positivas do País.
 5 – Não acreditar em superstições – Sócrates não é crente.
6 – Lembrar-se das razões por que corre – “Use todos os seus sentidos e visualize a razão específica de estar a correr a maratona”, aconselha o psicólogo. Sócrates é ambicioso e teimoso até aos ossos, quer provar que o que não o mata o torna mais forte, não quer ficar na história como um desistente, por isso persiste na corrida.
 7- Desistir depois de cruzar a meta? – No fim da corrida, diz Brown, “não minta a si mesmo dizendo ‘nunca mais me meto noutra destas’. A dor e a agonia de correr uma maratona é o tipo de dor que você esquece”. Mesmo no fim da linha, se for derrotado no PS e no País você acha mesmo que José Sócrates vai desaparecer de cena?

Outra psicóloga que trabalha com maratonistas, Kate Hays, uma vez deparou-se com um atleta antes da maratona de Nova Iorque, que lhe disse que tinha feito um teste cardíaco equívoco nessa semana. Os psicólogos perguntaram-lhe: “O que é mais importante: a sua vida ou esta corrida?” Mas ele não hesitou: “Vou correr!” Não morreu.
Tudo isto para concluir que as probabilidades de Sócrates não se recandidatar no próximo congresso do PS são reduzidas. Mesmo que seja corrido do Governo com uma moção de censura ou demitido pelo Presidente, dificilmente ele desistirá. A cabeça política de Sócrates funciona com o modo de maratonista ligado. Um maratonista dos duros.
Crónica publicada no site da SÁBADO.

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