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Freakpolitics - o que diz o lado improvável dos políticos (17)

O jogo da confiança

Jogue e descubra aqui se confia mais em Sócrates ou em Passos Coelho
Vamos simular um jogo: você confia mais em José Sócrates ou em Pedro Passos Coelho? Então imagine que você é um Investidor e está sentado numa sala. Em duas salas diferentes, contíguas à sua, estão José Sócrates e Passos Coelho, que terão o papel de Administradores. Nunca podem falar uns com os outros.
O jogo funciona assim: como Investidor, você tem €10 e pode aumentar o património com a ajuda dos Administradores.  Você tem a possibilidade de enviar parte ou a totalidade do seu dinheiro para as outras salas. Todo o valor que você enviar, triplicará antes de chegar às mãos dos Administradores. Mas você está nas mãos de Sócrates e de Passos Coelho. Cada um deles tem liberdade para lhe devolver uma parte ou a totalidade do dinheiro. Por exemplo: se o Investidor enviar €1, o Administrador pode devolver €1, €2, €3, ou não devolver nada. 
- Que parte dos seus €10 dará você a cada um? E quantos euros espera que cada um deles devolva? Escreva os resultados num papel e compare. (Se quiser, responda na caixa de comentários)
Este jogo mede a confiança que tem em cada um deles. Se desejar, ponha outros políticos na equação. Você vai pensar quais as probabilidades deles o enganarem, tendo em conta a reputação de ambos e os preconceitos foi criando ao longo do tempo em relação aos dois.
O resultado final também serve para apurar quem você acha que mentiu durante as negociações doOrçamento do Estado.
A confiança influencia a economia
Este tipo de jogos é comum nas escolas superiores de gestão e as suas variações estão descritas no livro Secrets of the Moneylab, do economista Kay-Yut Chen e da jornalista Marina Krakovsky.
Agora que já fez o jogo, fique a saber que uma das conclusões deste tipo de estudos nas universidades a seguinte: há uma grande probabilidade de o Administrador trair o Investidor em qualquer fase do processo.
A confiança é um factor essencial na economia e na política. A subida das taxas de juro da dívida públicaassim que se soube do falhanço das negociações entre PS e PSD mostram falta de confiança dos mercados nos políticos portugueses. Esse é outro dos défices de Portugal. Os economistas Paul Zak e Stephen Knac concluíram que a confiança é um dos mais fortes indicadores da riqueza de um Pais.
Quando se pergunta no Brasil ou no Uganda se podemos confiar na maioria das pessoas, a resposta não chega a 10%. Na Dinamarca e na Suécia é de 60%. E você, acha que se pode confiar na maioria das pessoas em Portugal?

Crónica publicada no site da SÁBADO.

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