Portugal dos pequeninos (versão restaurante)
Eu sei que há um Portugal cosmopolita, moderno, de vistas largas, que investe na qualidade. E sei que uma boa parte desse Portugal se encontra no sector da restauração. Mas o Portugal pequenino, atávico, que não é capaz de ver mais longe do que o fecho de caixa de cada dia continua na porta ao lado. No outro dia entrei lá.
Um amigo, júri do concurso Lisboa à Prova, convidou-me para almoçar num dos restaurantes concorrentes aos Garfos de Ouro (breve explicação: esta malta que avalia restaurantes gosta de levar companhia, entre outras razões, porque assim pode experimentar mais pratos e avaliar com mais propriedade). As provas estão na primeira ronda, o que significa que a um júri, nesta fase, tanto calha um restaurante de luxo como a tasca da esquina. Calhou-me ser convidado para acompanhar o meu amigo a um restaurantezinho do Bairro Alto, um daqueles cochichos com poucos lugares, a patroa na cozinha e o patrão a servir.
Pedimos a única entrada cozinhada que constava da ementa (camarões na grelha), dois pratos do dia - um bacalhau e umas lulas recheadas - e um Bucelas de 7 euros. Simpatia q.b., comida honesta, nem boa nem má, mas em qualquer caso como daquilo, em muito melhor, em minha casa. Mais um doce, uma fruta, um café e a conta, nem 40 euros no total. Eis senão quando o meu amigo puxa o voucher da carteira e se apresenta como juri do Concurso Lisboa À Prova.
- Outro? Já é o terceiro! Isto assim não pode ser! Com esta já são seis refeições! - o homem espumava, por uma fracção de segundo deve ter-lhe passado pela cabeça bater em alguém.
O meu amigo tentou explicar que foi ele, o dono do restaurante, quem se inscreveu no concurso, e que as regras são claras: na primeira fase poderia ser visitado até três vezes e, se o restaurante passasse às fases seguintes, poderia ter um total de seis visitas, até receber o Garfo de Ouro, que corresponde à nota máxima (risco que este restaurante manifestamente não corria). O homem queria lá saber de explicações.
- Não me disseram nada disso! Pensei que viessem cá comer uma vez e chegava. Mas três vezes!... Com esta crise!?... Agora não recebo por esta refeição!? Diga lá que não sirvo mais nenhuma. Se vier cá mais algum do concurso, eu obrigo a pagar!
Um amigo, júri do concurso Lisboa à Prova, convidou-me para almoçar num dos restaurantes concorrentes aos Garfos de Ouro (breve explicação: esta malta que avalia restaurantes gosta de levar companhia, entre outras razões, porque assim pode experimentar mais pratos e avaliar com mais propriedade). As provas estão na primeira ronda, o que significa que a um júri, nesta fase, tanto calha um restaurante de luxo como a tasca da esquina. Calhou-me ser convidado para acompanhar o meu amigo a um restaurantezinho do Bairro Alto, um daqueles cochichos com poucos lugares, a patroa na cozinha e o patrão a servir.
Pedimos a única entrada cozinhada que constava da ementa (camarões na grelha), dois pratos do dia - um bacalhau e umas lulas recheadas - e um Bucelas de 7 euros. Simpatia q.b., comida honesta, nem boa nem má, mas em qualquer caso como daquilo, em muito melhor, em minha casa. Mais um doce, uma fruta, um café e a conta, nem 40 euros no total. Eis senão quando o meu amigo puxa o voucher da carteira e se apresenta como juri do Concurso Lisboa À Prova.
- Outro? Já é o terceiro! Isto assim não pode ser! Com esta já são seis refeições! - o homem espumava, por uma fracção de segundo deve ter-lhe passado pela cabeça bater em alguém.
O meu amigo tentou explicar que foi ele, o dono do restaurante, quem se inscreveu no concurso, e que as regras são claras: na primeira fase poderia ser visitado até três vezes e, se o restaurante passasse às fases seguintes, poderia ter um total de seis visitas, até receber o Garfo de Ouro, que corresponde à nota máxima (risco que este restaurante manifestamente não corria). O homem queria lá saber de explicações.
- Não me disseram nada disso! Pensei que viessem cá comer uma vez e chegava. Mas três vezes!... Com esta crise!?... Agora não recebo por esta refeição!? Diga lá que não sirvo mais nenhuma. Se vier cá mais algum do concurso, eu obrigo a pagar!
Etiquetas: Bairro Alto, Lisboa à Prova, Portugal no seu melhor, restaurantes