Escutado no anfiteatro da Gulbenkian
Um dos aspectos agradáveis no "Jazz em Agosto", organizado pela Gulbenkian, está no facto de os concertos serem ao ar livre, no anfiteatro da Fundação, em Lisboa. Uma noite de vento e a localização do espaço quase por debaixo da rota dos aviões que se fazem à pista da Portela podem ser elementos de distracção, mas não chegam para perturbar a atmosfera quando a música é muito boa.
Ontem, ao serão, não havia vento. E as aeronaves não incomodaram porque a actuação de John Surman (clarinete baixo, saxofones soprano e barítono e electónica) e de Jack DeJohnette (bateria, piano e electrónica) foi bastante mais forte. Em meia dúzia de longos temas, e com direito a um "encore", os dois músicos estiveram à altura dos seus largos currículos.
Numa síntese da história do jazz, navegaram pelos terrenos vanguardistas, revisitaram os blues, entraram no bop, partiram do caos sonoro para a interpretação de um "standard" e fizeram uma passagem pelas sonoridades que evocam a India. O entendimento entre os dois foi notável, fruto de décadas de colaboração. Em palco, sabem gerir em cada momento a questão de saber quem puxa por quem e cada um concede espaço ao outro para improvisar e brilhar. Para uma abertura do ciclo de concertos de 2010, foi em grande.
Falta uma nota final. Na era do gamanço de música na Internet, para o qual os adeptos da prática inventam as mais variadas desculpas, é quase penoso escutar um músico com a categoria de Jack DeJonhette a apelar à audiência para comprar os discos em vez de os piratear. Mas, enfim, há quem considere isto perfeitamente normal, embora, curiosamente, não ande por aí a assaltar supermercados.
Ontem, ao serão, não havia vento. E as aeronaves não incomodaram porque a actuação de John Surman (clarinete baixo, saxofones soprano e barítono e electónica) e de Jack DeJohnette (bateria, piano e electrónica) foi bastante mais forte. Em meia dúzia de longos temas, e com direito a um "encore", os dois músicos estiveram à altura dos seus largos currículos.
Numa síntese da história do jazz, navegaram pelos terrenos vanguardistas, revisitaram os blues, entraram no bop, partiram do caos sonoro para a interpretação de um "standard" e fizeram uma passagem pelas sonoridades que evocam a India. O entendimento entre os dois foi notável, fruto de décadas de colaboração. Em palco, sabem gerir em cada momento a questão de saber quem puxa por quem e cada um concede espaço ao outro para improvisar e brilhar. Para uma abertura do ciclo de concertos de 2010, foi em grande.
Falta uma nota final. Na era do gamanço de música na Internet, para o qual os adeptos da prática inventam as mais variadas desculpas, é quase penoso escutar um músico com a categoria de Jack DeJonhette a apelar à audiência para comprar os discos em vez de os piratear. Mas, enfim, há quem considere isto perfeitamente normal, embora, curiosamente, não ande por aí a assaltar supermercados.
Etiquetas: Jack DeJonhette, John Surman, música