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Freakpolitics - o que diz o lado improvável dos políticos (10)

A biologia rejeita a Constituição do PSD
Se Pedro Passos Coelho soubesse como funciona o cérebro humano não andava a fazer propostas como estas.

Com o desemprego no auge, Pedro Passos Coelho quer facilitar os despedimentos. Com as famílias de classe média esmagadas, defende o fim da universalidade do ensino e da saúde gratuitos. Por mais que o líder do PSD explique os benefícios futuros das medidas, não será fácil cativar apoiantes no mercado eleitoral, porque o cérebro humano não funciona assim. Mais depressa a ínsula anterior cerebral de um eleitor sentirá conforto no regaço socialista.

O PS oferece maior utilidade: mais protecção social e segurança. Passos Coelho pede para a gente assumir riscos: opções dolorosas para obter benefícios cujos resultados não são garantidos. Acontece que, tal como a "utilidade" é estudada na Economia, o cérebro humano faz as opções usando o mesmo conceito, defende o neurocientista norte-americano Paul J. Zak, director do Center for Neuroeconomics Studies, professor de Economia e de Neurologia e investigador na UCLA. Zak diz que até imagens cerebrais de macacos provam que os neurónios pensam em função da utilidade e contra o risco.

Os indivíduos escolhem sempre as situações mais vantajosas, mesmo que elas venham a tornar-se prejudiciais, escreveu Paul Zak, em 2009, no McGraw-Hill Yearbook of Science & Technology. Por exemplo, se ao longo da evolução da espécie humana a opção por comida calórica era uma óptima decisão, hoje as pessoas conhecem os problemas da obesidade e sabem que a comida gorda é prejudicial à saúde. Só que o cérebro continua a funcionar como funcionava, apesar de a decisão racional ser hoje a de prevenir os ataques de coração e os AVC. Resumindo: as despesas sociais engordam os encargos do Estado e dos contribuintes, os eleitores sabem-no, mas por natureza continuam a apreciar essas gorduras nocivas para as contas públicas e para a carga fiscal.

O mesmo se passa com o risco. Uma série de experiências com imagens cerebrais comprovam que os cérebros não gostam de arriscar. “Preferem tipicamente uma coisa certa a uma escolha arriscada, mesmo que a escolha mais arriscada represente um retorno médio superior”, escreve Zak.

É claro que nem toda a gente tem o mesmo tipo de aversão ao risco e muitos portugueses podem acreditar na utilidade das medidas de Passos. Mas um cérebro português que não tenha um sentido de voto pré-definido terá muita dificuldade em deixar-se convencer pela posição biologicamente anti-natural do PSD. O PS tem agora caminho aberto para assustar os neurónios dos eleitores com o papão liberal e aquilo a que chamarão ataque para desmantelar o Estado Social.

Crónica publicada no site da SÁBADO.

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