O congresso do partido dos congressos
Um congresso do PSD vale sempre a pena. Marcelo fez um discurso à líder. Marques Mendes também. Demonstraram ser mestres no ofício em que os três candidatos à liderança são aprendizes. Santana Lopes fez um bom discurso à Santana, mas hoje um discurso à Santana conjuga atitudes opostas sem coerência: não se pode ser bebé chorão e senador ao mesmo tempo.
Depois, a "lei da rolha" proposta por Santana Lopes demonstra que o PSD e o próprio Santana não aprendem com os erros. É uma medida anti-Marcelo comentador; anti-Cavaco da má-moeda; anti-santanista tendo em conta o que ele fez ao longo da vida. Não quis acreditar quando vi os delegados a votarem aquilo. Se queriam baixar a conflitualidade no partido, estava-se mesmo a ver que o PSD estava a precisar de uma medida disciplinar contra críticos. Se ninguém revogar a norma, agora um crítico da direcção é sujeito a uma sanção "grave" (e atenção que é "especialmente" a 60 dias das eleições, portanto, é válida antes desse prazo). Vai ser lindo...
Quanto à luta pela liderança, o congresso foi útil. Não resolveu, mas foi bom palco. Aguiar-Branco ficou fora da corrida. Paulo Rangel herdou o pouco que Aguiar-Branco tinha e manteve margem para crescer. Apesar de um ou outro erro, Passos Coelho consolidou-se na pole-position e acabou o congresso projectado no País como challenger de Sócrates, quando pediu o adiamento do PEC. Daqui a um mês há outro.
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