Venham daí esses impostos, pá!
Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal, tem as malas meio aviadas a pensar num emprego além-Pirinéus, mas, ainda assim, hoje prepara terreno para a consciências se habituarem a uma eventual subida do IVA para combater o défice.
É uma medida que o Governo não poderá tomar sob pena de, ao descrédito total, se somar o total descrédito, ou mais uma fraude aberrante nas promessas eleitorais.
Quando o jornal i publicou este texto sobre um estudo do economista Ricardo Reis, ouviu-se uma vozearia muito interessante à luz do que se sabe hoje. Basicamente, Ricardo Reis constatava que em Portugal a uma subida do défice correspondia sempre uma subida de impostos e não havia como fugir às evidências.
A 28 de Julho de 2009, numa reacção política ao estudo de Ricardo Reis no Largo do Rato, o politicamente desaparecido porta-voz do PS, João Tiago Silveira, dizia isto: "Não podemos aumentar impostos. O que temos de fazer para corrigir o défice é aumentar a eficiência da máquina fiscal". Nada disso aconteceu. Também não se comprometeu a baixar a despesa.
Silveira também acusava Manuela Ferreira Leite do maior aumento do défice nas contas públicas. "Os portugueses agora sabem a quem entregar as suas poupanças", dizia ele.
A verdade é que cada vez os portugueses sabem menos a quem entregar o que quer que seja.
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