Parlamento muito quente
Manuela Ferreira Leite e José Sócrates protagonizaram há minutos um dos, chamemos-lhes assim, debates parlamentares mais agressivos de que há memória entre PS e PSD.
O PSD queria saber se Sócrates subscrevia as teses da "espionagem política" de Vieira da Silva. O PM não respondeu a isto mas devia. Fugiu, mas fez um ataque de animal feroz e ferido, acusando o PSD de irresponsabilidade democrática por querer saltar por cima das decisões das mais altas instituições judiciais - por querer divulgar escutas que o Supremo mandou destruir. Esta é uma maneira suave de pôr a coisa tendo em conta o tom em que a discussão se passou.
Ferreira Leite falou duas vezes. Não é uma tribuna, já sabíamos. Mas na terceira intervenção do PSD teve de ser Aguiar-Branco a ir à dobra. É o reconhecimento de que a líder do partido não tem capacidade para enfrentar o PM. Não esteve mal.
Louçã: hábil, prosaico e sem rodriguinhos. "O sr. PM fez queixa crime contra a espionagem política denunciada pelo seu ministro?"
ADENDA: O comentário de Ricardo Costa no telejornal do almoço é lapidar. Ninguém esteve bem na questão das escutas, nem PS nem PSD. E o debate foi mau demais. Mas era inevitável, digo eu.
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