O problema é o graveto
Hoje, no P2, com a edição do "Público", vale a pena ler a peça sobre o Ministério da Cultura e o actual ministro. O balanço que é feito sobre os titulares do cargo que sucederam a Manuel Maria Carrilho é subjectivo. Corresponde, simplesmente, ao olhar de quem assina o texto.
O mais interessante de "A maldição do Ministério da Cultura" está em três citações de subscritores de um manifesto que está por aí a ser cozinhado. A primeira é de Raquel Henriques da Silva.
A antiga directora do Instituto Português de Museus diz: "não somos a corte de Carrilho, nem temos um ministro na manga". Lendo, na mesma edição, a crónica de Rui Tavares sobre os perigos e as consequências de se tentar afirmar alguma coisa escolhendo a via da negação, parece poder concluir-se que a corte existe mas não quer ser percepcionada como tal ou que, pelo menos, ao negar a sua existência coloca toda a gente a pensar que ela existe porque, caso contrário, não necessitaria de ser negada.
O mesmo se pode dizer sobre Carrilho. Não há ministro na manga ou há mas convém evitar a colagem? Como os subscritores do manifesto querem fazer política, no sentido de influenciar decisões, talvez haja ministro na manga. Se não, porquê avisar logo à partida que não é a isso que vêm?
A respeito da substância dos problemas de que os "agentes" culturais se queixam, aperecem as citações mais certeiras. Uma, de Rui Vieira Nery, que resume, muito bem, o problema da relevância ou irrelevância do Ministério da Cultura e de quem quer que seja o seu titular: "O Ministério não tem dinheiro e essa é a questão central". Primeiro tiro no alvo.
Outra, é de Pedro Abrunhosa e complementa a de Rui Nery. O músico sublinha o facto de o actual Governo ter dotado o Ministério da Cultura com o "mais baixo orçamento de sempre" e pergunta se a solução não passará "pela mudança pura e simples, do primeiro-ministro". É uma apreciação consequente. Se quem define as prioridades e o dinheiro que lhes é atribuído é o primeiro-ministro, o problema essencial pode não estar no Minitério da Cultura mas um pouco mais acima.
Vamos ver se o manifesto, além de reclamar uma fatia mais abundante do Orçamento do Estado, se fica pelo queixume calculista ou se vais mais além.
O mais interessante de "A maldição do Ministério da Cultura" está em três citações de subscritores de um manifesto que está por aí a ser cozinhado. A primeira é de Raquel Henriques da Silva.
A antiga directora do Instituto Português de Museus diz: "não somos a corte de Carrilho, nem temos um ministro na manga". Lendo, na mesma edição, a crónica de Rui Tavares sobre os perigos e as consequências de se tentar afirmar alguma coisa escolhendo a via da negação, parece poder concluir-se que a corte existe mas não quer ser percepcionada como tal ou que, pelo menos, ao negar a sua existência coloca toda a gente a pensar que ela existe porque, caso contrário, não necessitaria de ser negada.
O mesmo se pode dizer sobre Carrilho. Não há ministro na manga ou há mas convém evitar a colagem? Como os subscritores do manifesto querem fazer política, no sentido de influenciar decisões, talvez haja ministro na manga. Se não, porquê avisar logo à partida que não é a isso que vêm?
A respeito da substância dos problemas de que os "agentes" culturais se queixam, aperecem as citações mais certeiras. Uma, de Rui Vieira Nery, que resume, muito bem, o problema da relevância ou irrelevância do Ministério da Cultura e de quem quer que seja o seu titular: "O Ministério não tem dinheiro e essa é a questão central". Primeiro tiro no alvo.
Outra, é de Pedro Abrunhosa e complementa a de Rui Nery. O músico sublinha o facto de o actual Governo ter dotado o Ministério da Cultura com o "mais baixo orçamento de sempre" e pergunta se a solução não passará "pela mudança pura e simples, do primeiro-ministro". É uma apreciação consequente. Se quem define as prioridades e o dinheiro que lhes é atribuído é o primeiro-ministro, o problema essencial pode não estar no Minitério da Cultura mas um pouco mais acima.
Vamos ver se o manifesto, além de reclamar uma fatia mais abundante do Orçamento do Estado, se fica pelo queixume calculista ou se vais mais além.