Na cabeça de Portas
Parece estranha a estratégia de Paulo Portas, repetindo que não fará coligações nem acordos parlamentares com ninguém. Nem PS nem PSD. Chama-lhes República do Bloco Central e finge, de modo extraordinário, que nunca esteve coligado com o PSD. Portas diz agora mais ou menos isto: Ninguém sabe o que é o PSD nem no que o PSD vai dar. Mas vamos por partes. O que Portas anda a pensar não deve andar longe disto:
1- Não pode dizer que está disponível para governar com o PSD, porque o PSD será muito provavelmente derrotado nas legislativas e de nada serve associar-se um morto político. Se o partido e a liderança do PSD têm fim anunciado, então mais vale estar sozinho e não ser arrastado pela derrota dos outros.
2 -O que ganharia Portas ao dizer que estava ao lado deste PSD ou de um PSD qualquer? Pouco. Se uma coligação à direita fosse uma quase certeza, tanto fazia votar no CDS ou no PSD. E com o enfraqueciemento do PSD, Portas quer atrair mercado eleitoral para um CDS responsável, previsível, e com trabalho parlamentar que se veja. Ora, neste contexto de esfrangalhamento dos sociais-democratas, o CDS só ganha criando distância.
3 - Uma coligação entre o PS o CDS seria muito difícil explicar ao eleitorado do CDS (mas talvez fosse impossível a Sócrates justificá-lo aos militantes do PS). Portanto, se quer que o seu partido conte para alguma coisa, Portas terá de se colocar como o fiel da balança no Parlamento para viabilizar as medidas de um Governo minoritário do PS, ora votando a favor, ora abstendo-se mediante a negociação de contrapartidas caso a caso. Portas não fará acordos de incidência parlamentar com Sócrates, pelo menos que sejam públicos. Aprovará e rejeitará as medidas do Governo do PS à la carte. Justificará ao seu eleitorado que assim evita uma deriva de esquerda no País, evitando que o PS seja obrigado a negociar com o BE ou o PCP. Ao mesmo tempo, tornará o PSD irrelevante. E ele será o fiel da balança e o seguro de vida de Sócrates, sempre a rezar à Nª Srª de Fátima para que o PSD e o PS nunca se entendam.
1- Não pode dizer que está disponível para governar com o PSD, porque o PSD será muito provavelmente derrotado nas legislativas e de nada serve associar-se um morto político. Se o partido e a liderança do PSD têm fim anunciado, então mais vale estar sozinho e não ser arrastado pela derrota dos outros.
2 -O que ganharia Portas ao dizer que estava ao lado deste PSD ou de um PSD qualquer? Pouco. Se uma coligação à direita fosse uma quase certeza, tanto fazia votar no CDS ou no PSD. E com o enfraqueciemento do PSD, Portas quer atrair mercado eleitoral para um CDS responsável, previsível, e com trabalho parlamentar que se veja. Ora, neste contexto de esfrangalhamento dos sociais-democratas, o CDS só ganha criando distância.
3 - Uma coligação entre o PS o CDS seria muito difícil explicar ao eleitorado do CDS (mas talvez fosse impossível a Sócrates justificá-lo aos militantes do PS). Portanto, se quer que o seu partido conte para alguma coisa, Portas terá de se colocar como o fiel da balança no Parlamento para viabilizar as medidas de um Governo minoritário do PS, ora votando a favor, ora abstendo-se mediante a negociação de contrapartidas caso a caso. Portas não fará acordos de incidência parlamentar com Sócrates, pelo menos que sejam públicos. Aprovará e rejeitará as medidas do Governo do PS à la carte. Justificará ao seu eleitorado que assim evita uma deriva de esquerda no País, evitando que o PS seja obrigado a negociar com o BE ou o PCP. Ao mesmo tempo, tornará o PSD irrelevante. E ele será o fiel da balança e o seguro de vida de Sócrates, sempre a rezar à Nª Srª de Fátima para que o PSD e o PS nunca se entendam.
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