Optimismo à prova de bala
Quando os juros da dívida pública portuguesa sobem no mercado secundário a responsabilidade não é das políticas do governo, mas dos especuladores, da falta de solidariedade alemã, da indecisão da Europa. Mas quando o Estado consegue colocar o montante pretendido de dívida portuguesa num leilão - mesmo que à custa de um juro exorbitante a seis meses, 80% acima do suportado em Setembro - o resultado já "reflecte a confiança dos investidores, nacionais mas sobretudo dos investidores estrangeiros (…) nas medidas do Governo de consolidação orçamental”. Para quem estará a falar o secretário de Estado do Tesouro? Imaginamos que para o vazio.