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Odisseia 2011 - o presente visto do passado é um lugar estranho

Vamos fazer um exercício de história alternativa ao contrário: estamos em 1991 e eu escrevia este texto no jornal do liceu a imaginar que Portugal em 2011, 20 anos depois, era o que é hoje. Chamavam-me maluco? Ganhava um prémio para o melhor ficcionista? Ou punham-me um colete de forças?

"No início de 2011, a lua ainda não foi colonizada por humanos, mas os Estado Unidos têm um presidente negro. Portugal está de cócoras. Escrevo esta crónica ao computador e publico-a numa rede mundial a que toda a gente tem acesso através de um terminal de computadores, parece o War Games. Todos os portugueses têm imensos telefones portáteis, muito pequenos, do tamanho de maços de tabaco, mas já não mandam tantas mensagens de Natal pelos telefones porque preferem falar uns com os outros através dos computadores em rede. Os telefones dão para mandar telegramas, tirar fotografias, ouvir música e até ler o jornal. Os computadores começam a estar fora de moda. Agora há uns écrãs sem teclado onde se toca com os dedos e tudo aparece: jornais, fotos, jogos, filmes, e pode comunicar-se com todos os que também estão em rede. As televisões têm quatro centímetros de espessura e penduram-se na parede (por falar em televisão, Carlos Cruz esteve preso, acusado de pedofilia).

A entrada de Portugal no ECU, juntamente com os grandes países, revelou-se um desastre para a economia portuguesa. Entretanto, os países comunistas democratizaram-se, entraram na Comunidade Europeia e na NATO e começaram a ultrapassar Portugal nos indicadores económicos. Está cada vez mais iminente (mais uma vez) a entrada do FMI em Portugal.

Este Janeiro, Cavaco Silva recandidata-se à Presidência da República. Tem o apoio do CDS, que é liderado há 12 anos por Paulo Portas, antigo director do Independente, que chegou a ministro da Defesa num Governo de coligação com o PSD. O líder do PSD é o antigo jotinha Pedro Passos Coelho.

O escândalo do momento - que não sai no Independente porque já fechou - tem a ver com um banco criado e alimentado por antigos dirigentes cavaquistas que teve de ser nacionalizado e que já contabiliza um buraco de 400 mil milhões de contos. O presidente do banco é Oliveira e Costa, o homem que fez a reforma fiscal de Cavaco para introduzir o IVA e o IRS em Portugal. Está preso. Manuel Dias Loureiro está a ser investigado. Cavaco teve acções da empresa, capitalizou 70 mil contos, mas não diz a quem comprou nem a quem vendeu. Só afirma que alguns para serem mais honestos que ele tinham de nascer duas vezes.

O primeiro-ministro em 2011 vai no segundo mandato e é o ex-deputado socialista José Sócrates, apparatchick que controlou durante anos a federação de Castelo Branco, e engenheiro técnico que era fiscal de obras na câmara da Covilhã. Sócrates iludiu o défice, perdeu o controlo das contas públicas e foi obrigado a tomar medidas de austeridade piores que as do Bloco Central em 1985. Tem sido muito pressionado pela Alemanha unificada, cujos destinos são comandados por uma mulher que lidera o partido conservador alemão (mas que vivia na Alemanha de Leste).

José Sócrates só chegou ao poder com maioria absoluta, porque sucedeu em São Bento ao ex-secretário de Estado da Cultura Pedro Santana Lopes, que se tornou primeiro-ministro ao substituir (sem eleições) o seu amigo de faculdade José Manuel Durão Barroso, que entretanto foi para presidente da Comissão Europeia. Incrível, nunca um português esteve num num cargo internacional tão importante.

Nem nunca o desemprego esteve tão alto. Nem nunca houve tantos licenciados. Nem tantos licenciados no desemprego. Há boas notícias em 2011? Sim, temos o melhor treinador de futebol do mundo e pouco mais".

ADENDA: o post foi corrigido, mas no essencial é o mesmo.

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