Foi você que pediu um 25 de Abril?
Carlos Beato, presidente da câmara de Grândola (independente eleito em listas do PS), que apoiou pela segunda vez a candidatura de Cavaco Silva à Presidência da República, escreve hoje um artigo intrigante no Público (sem link). Basicamente, argumenta que os 53% que o povo deu a Cavaco deviam fazer esquecer os casos SLN e casa da Coelha.
Citando: "Os políticos portugueses continuam a enveredar pela via mais fácil, que é a de partirem do princípio - absolutamente ridículo e cabotino, diga-se - de que as suas certezas são as únicas respostas às mais legítimas e sentidas dúvidas do povo. Ora, como uma vez mais se constatou, o povo tem algumas dúvidas, mas tem também muitas certezas".
No fim do texto, citou-se a si próprio, como não poderia deixar de ser, e meteu Salgueiro Maia ao barulho, e estranho seria que não o fizesse. No dia 25 de Abril de 1974, Carlos Beato era alferes do capitão Maia. Quando contou espingardas e avaliou as forças do Quartel do Carmo, disse a Salgueiro Maia: "E temos o povo meu capitão!"
Ora a minha questão é só esta: se Carlos Beato arriscou o pescoço no 25 de Abril para os políticos continuarem "unnacountable" ou tão "inscrutináveis" como eram no dia 24? Foi para isso? O povo dá o mandato. Mas porque o mandato é em nome do povo, o eleito tem obrigações éticas perante o povo de justificar politicamente determinados comportamentos e condutas, coisa que Cavaco se recusou a fazer. José Sócrates noutras ocasiões também se recusou a fazê-lo. Aliás, a maioria dos políticos recusa-se a fazê-lo, mas é pena que tenha o apoio moral dos alferes de Abril...
Citando: "Os políticos portugueses continuam a enveredar pela via mais fácil, que é a de partirem do princípio - absolutamente ridículo e cabotino, diga-se - de que as suas certezas são as únicas respostas às mais legítimas e sentidas dúvidas do povo. Ora, como uma vez mais se constatou, o povo tem algumas dúvidas, mas tem também muitas certezas".
No fim do texto, citou-se a si próprio, como não poderia deixar de ser, e meteu Salgueiro Maia ao barulho, e estranho seria que não o fizesse. No dia 25 de Abril de 1974, Carlos Beato era alferes do capitão Maia. Quando contou espingardas e avaliou as forças do Quartel do Carmo, disse a Salgueiro Maia: "E temos o povo meu capitão!"
Ora a minha questão é só esta: se Carlos Beato arriscou o pescoço no 25 de Abril para os políticos continuarem "unnacountable" ou tão "inscrutináveis" como eram no dia 24? Foi para isso? O povo dá o mandato. Mas porque o mandato é em nome do povo, o eleito tem obrigações éticas perante o povo de justificar politicamente determinados comportamentos e condutas, coisa que Cavaco se recusou a fazer. José Sócrates noutras ocasiões também se recusou a fazê-lo. Aliás, a maioria dos políticos recusa-se a fazê-lo, mas é pena que tenha o apoio moral dos alferes de Abril...
29/1/11 15:51
Hum!
Será que Carlos Beato, bem feitas as contas,arriscou o seu pescoço para ser um "inscrutinável"?
30/1/11 23:52
Não sei. Mas ele escreveu o que escreveu e suponho que releu antes de mandar para o Público. O significado daquele texto é esse: o povo votou, o povo julgou.
25/6/12 14:37
Com populismo e demagogia,
muita mentira,verdade parece,
mas em liberdade e democracia,
o Povo tem o Governo que merece.
25/6/12 14:38
Com populismo e demagogia,
muita mentira,verdade parece,
mas em liberdade e democracia,
o Povo tem o Governo que merece.