O senhor Trichet ajuda, mas não salva
Há meses que o debate em Portugal está concentrado no medo de uma humilhante ajuda financeira externa - uma ironia, visto que Portugal já está a receber ajuda externa. O dinheiro não entra pela porta da frente, nem cheira a declaração oficial de falência, como seria o caso se a sua origem fosse a União Europeia e o FMI. Não. A ajuda vem antes da porta dos fundos de uma instituição europeia e entra pela porta dos fundos em Portugal. É o Banco Central Europeu (BCE) que tem comprado tempo a Portugal - e que permite ao primeiro-ministro continuar a dizer que "somos capazes de resolver os nossos problemas". O objectivo do BCE não é, contudo, salvar a face do país ou proteger a incompetência política portuguesa: Portugal é a próxima peça a cair num dominó que ameaça o euro. Conseguirá então o banco central comprar tempo para Portugal poder mostrar uma boa execução orçamental no próximo ano e sair da linha de fogo? O cenário não é encorajador - o risco de um resgate está ainda bem vivo.
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