No Rio, o fogo é de vista
Toda a intervenção militar no Rio de Janeiro é fogo de vista que não resolverá grande coisa. Pelo que tenho ouvido, os media brasileiros não andam a contar a história toda, um nevoeiro de negociatas entre poder político e traficantes. Mas o problema maior não é esse. O problema é que enquanto houver consumo haverá sempre traficantes: seja na favela do Alemão ou do Cristo Rei, no Casal Ventoso ou no Intendente. Podemos empurrá-los de um lado para o outro, mas não acabaremos com o negócio. O que leva às perguntas: como acabar com o negócio ou reduzir a violência associada? Legalizando-o. Não é bonito, mas pode funcionar melhor do que a habitual negação da realidade, que serve para encher os bolsos de traficantes, de políticos e polícias corruptos e de vendedores de armamento.