O fim desta linha III
Tal como na Irlanda - onde já se fala de eleições em 2011 - a ajuda externa a Portugal deverá precipitar novas eleições legislativas.
A retirada de Portugal dos mercados de obrigações acaba com o último obstáculo para uma ida às urnas. Como já se escreveu aqui no Elevador, essas eleições são incontornáveis. O actual governo, eleito com base num programa de promessas irrealistas (volatilizado em meses pela realidade) e na ocultação do buraco orçamental em 2009, não tem um mandato legítimo para aplicar a política orçamental mais dura da democracia portuguesa. Isto para não falar de outro problema - a falta de uma moldura parlamentar que garanta o cumprimento das políticas que se avizinham (ainda não vimos tudo em matéria de austeridade, muito menos de tensão social).
Falar de remodelação no governo é, por isso, matéria para ficção científica.
27/11/10 21:24
Falta uma classe política capaz e consciente do peso que tem às costas. Falta coerência de discursos e acima de tudo governantes que representem o melhor do que há no nosso país, deveria ser por isso que eram eleitos, não por serem o menos mau de um lote que nos é imposto pelos partidos do costume. Falta fazermos todos por uma democracia participada, em vez de andarmos apenas alguns a gritar ou já afónicos a espalhar por todos as evidências que ninguém vê...