O fim desta linha II
A ajuda à Irlanda não funcionou como esperado - a pressão sobre os juros de Portugal continua alta e Espanha enfrentou hoje problemas num leilão de dívida pública. Como se nota bem aqui, a única coisa que fez acalmar os juros nos últimos dias foi o recuo parcial na proposta franco-alemã de partilhar o risco de um incumprimento soberano com os investidores.
Até o mecanismo final para a resolução de falências soberanas estar definido - o que existe hoje nada resolve quanto à esperada reestruturação da dívida no euro - o contágio a outros países vai continuar. Portugal é o próximo. E com o calendário de amortização de dívida no primeiro semestre do próximo ano (20 mil milhões de euros, a que se soma o financiamento do défice) não vai haver tempo para evitar uma ajuda externa: seja porque o juro será tão alto que não compense ou seja porque pura e simplesmente não haverá financiadores.