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Freakpolitics - o que diz o lado improvável dos políticos (16)

Estado de negação

Sócrates e Passos Coelho não aceitam a realidade. Segundo Freud, têm mentes imaturas que os impedem de governar


Um doente que não acredita estar doente não se trata e um viciado que não assume a adição consome-se no vício. Como eles, José Sócrates e Passos Coelho vivem em estado de negação sobre as doenças do País e os seus próprios vícios, portanto isso impede-os de governar.

O
 caso de José Sócrates é grave por ser crónico e permanente. A última manifestação do estado de negação agudo em que vive o primeiro-ministro deu-se esta semana, quando declarou que este Orçamento do Estado, que aumenta impostos e corta abonos de família, “protege a economia, o emprego e o modelo social em que queremos viver”. É novilíngua pura, prova de que o duplipensar não é exclusivo dos totalitarismos. Só George Orwell inventaria uma fala melhor se criasse um personagem que fosse speachwriter em São Bento.

Por sua vez, Pedro Passos Coelho culpa o PS: o estado de negação da realidade por parte do Governo e o optimismo utópico do primeiro-ministro deixaram o País como está. 
Passos Coelho começa a desenvolver, porém, um estado de negação que pode degenerar na doença política de Sócrates: esteve semanas em estado de negação sobre a gravidade das consequências de um chumbo do OE, quando isso poderá arrastar-nos a todos para a catástrofe, em vez de ser apenas uma desgraça.

A negação é um mecanismo de defesa postulado por Sigmund Freud – segundo explica a 
Wikipédia – através do qual uma pessoa confrontada com um facto demasiado desconfortável acaba por o rejeitar, insistindo que não é verdade apesar da clareza das evidências. Há vários graus de negação: 

a) a negação simples – trata-se da negação da realidade e do facto desagradável: é o que faz José Sócrates há anos;

b) a minimização – o sujeito admite o facto mas nega a seriedade do mesmo: é o que tem feito Passos Coelho em relação ao chumbo do OE;

c) a projecção
 – admite o facto e a seriedade mas nega a responsabilidade: caso de Sócrates quando admite a necessidade de medidas dramáticas mas culpa os mercados; situação de Passos ao projectar todas as responsabilidades no Governo em vez de se preocupar com as consequências de um chumbo orçamental;

Anna Freud aprofundou o conceito de negação e classificou-o como um 
mecanismo da mente imatura, porque entra em conflito com a capacidade de aprender e lidar com a realidade. À luz desta análise, os dois políticos parecem padecer de mentes imaturas, com agravantes: evitar a negação é um dos primeiros passos para um doente se tratar ou um viciado começar uma desintoxicação. Mas Sócrates está tão viciado no poder que não admite que os malefícios da sua governação levaram o doente a precisar de tratamento de choque; e Passos não percebe que o paciente precisa de se tratar já, tempo para não entrar em coma.

Se Passos ainda vive apenas num estado de negação sobre o impacto dos seus actos, 
Sócrates chegou ao grau da negação da negação, estado último que só um tratamento compulsivo consegue resolver.

Crónica publicada no site da SÁBADO.

“Freakpolitics - o que diz o lado improvável dos políticos (16)”