Cidade Proibida
Da leitura do romance Cidade Proibida, de Eduardo Pitta, agradeço a viagem a um mundo que não conheço, o das relações gay e respectivas transgressões. Mas fico-me por aqui. Não fiquei deslumbrado com a "limpeza da escrita", nem com a "fluidez da narrativa" - elogios da crítica (rendida à obra) que só consigo explicar com a escassa qualidade da prosa em Portugal. Irritou-me o uso abusivo dos estrangeirismos. Não gostei do desfile apressado da maioria das personagens, tratadas como caricaturas (inevitável: mais de 40 pessoas em menos de 100 páginas). É certo que o tom da escrita se adapta à realidade que o escritor descreve mas, mesmo assim, o nível atómico de pedantismo é desconcertante. Enfim, serviu para abrir o apetite para ler o Alan Hollinghurst. Depois falamos.