O cerco aperta-se
Imagino – ou melhor, espero – que nas Finanças e em São Bento haja pessoas a perder o sono com isto. Perante a secura financeira dos bancos portugueses, o governo alimenta a esperança que o BCE continuará a emprestar dinheiro e a salvar a situação. Entretanto, no mesmo governo há quem ainda fale em grandes projectos.
Chamar a atenção para a gravidade da situação no sistema financeiro português é uma questão muito delicada – abuse-se nos alertas e arrisca-se uma corrida aos bancos. Não é fácil. Mas a insistência na "confiança" (a palavra mais putificada no discurso oficial sobre a economia) e no galope ao lombo dos "sinais de retoma" é uma táctica errada. Com Portugal a arriscar um recurso ao Fundo de Emergência Europeu e os bancos presos pelo fio do BCE, a situação continua mais difícil do que nunca. Em Portugal há muitas pessoas que ainda não perceberam isto.