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elevador da bica

Uma noção muito própria de calendário

Mas por que carga de água é que o governo tem agora que adiar a votação do PEC no Parlamento? Por que raio o PSD, que teve meses para resolver o seu problema de liderança, está agora com estas exigências de-mais-dia-menos-dia?

“Uma noção muito própria de calendário”

  1. Anonymous Anónimo disse:

    Exmo. Senhor Bruno Faria Lopes,
    Suponho que seja o jornalista que escreve no suplemento económico do "i" e, uma vez que não consegui encontrar nenhum email para o qual pudesse enviar um feedback do que escreveu, decidi deixar um comment num post que não tem nada a ver com o assunto que está em questão.
    Ora, o que me moveu a contactá-lo tem a ver precisamente com o artigo "Há 12 mil empregos que ninguém quer. Regras do subsídio vão apertar" publicado hoje no "i" e que evidencia nada mais do que (1) pura ignorância sobre a realidade do mundo laboral ou então (2) expressão do sensacionalismo que tem por escopo a venda de jornais.
    Tudo isto porque o que escreveu nesse artigo parece-me, de alguma forma, querer demonstrar de que o português é preguiçoso ao invés de reflectir sobre as razões pelas quais aqueles postos de trabalho não são preenchidos. Sendo óbvio que alguma coisa lhe passou ao lado, porque nem sequer faz menção das condições inerentes à oferta desses 12 mil postos de trabalho, nomeadamente, se estão em causa contratos de trabalho ou recibos verdes e até mesmo o nível de ordenados.
    Agora questiono-me: o português prefere ser desempregado a trabalhar? Será que é assim tão preguiçoso? Será que não pode usufruir de um direito para o qual andou a descontar? Será que as condições precárias que nos são propostas compensam o esforço e a vontade de ultrapassar uma crise que por acaso já vem mostrando sinais já há uma vintena de anos e sobre os quais ninguém quis saber?
    E acredite, em termos de efeitos perversos, o subsídio de desemprego não é nada comparando com os recibos verdes e com os ordenados e reformas multimilionários auferidos pelos governantes e ex-governantes deste país.
    Querem que o português vulgar ceda em prol dos interesses do país, mas isso já não acontece com os que deveriam ser mais desinteressados: a vergonhosa classe política que faz disso profissão a tempo inteiro!
    O sacrifício deverá ser comum, não devendo incidir somente sobre um grupo de pessoas que nem sequer chegou a usufruir do que a classe política se tem abonado.
    Falta-nos humildade sim, mas também nos falta exemplo. Se querem que o português se sujeite a condições precárias de trabalho e de vida, também vão ter de nos mostrar até que ponto estão a falar a sério sobre a resolução desta "crise".

    Com os melhores cumprimentos,
    Carminda Antunes
    Email: Carminda.antunes@gmail.com