O horror... a tensão...
Se o Apocalypse Now não era um filme sobre a guerra, era a própria guerra, o vencedor dos Óscares The Hurt Locker também não é sobre a guerra: são as entranhas dos homens na guerra.
Se em Apocalypse Now o coronel Kurtz balbuciava o horror... o horror... em Estado de Guerra (péssima tradução) não era preciso verbalizar esse horror que vem de dentro. O filme é tensão do princípio ao fim, uns nervos permanentes uma ansiedade angustiante, uma história contada por dentro: por dentro dos personagens mas sobretudo por dentro do espectador. O filme é sobre explosões (mesmo assim é um exercício de contenção à tentação do fogo de artifício), mas por mais que rebentem coisas, a explosão de que estamos sempre à espera é a do peito dos personagens (e do nosso próprio peito como espectadores).
Estado de Guerra não é sobre a guerra nem é a guerra. É sobre o vício de homens que não conseguem vivem sem a guerra e sem estarem permanentemente à beira de rebentarem por dentro na guerra.