O desenrascanço de uma nação
O influente jornalista da Economist que escreve a coluna Charlemagne e é correspondente da revista em Bruxelas, escreve um texto no seu blogue (via Correio Preto) que me fez sentir uma coisa que não sentia há muito: Portugal no terceiro mundo. Ou melhor, Portugal saiu do terceiro mundo mas o terceiro mundo não saiu de Portugal. A ideia subjacente é que Portugal se juntou às nações desenvolvidas na CEE por razões políticas para não voltar a ser uma ditadura e em prejuízo da sua economia (no fim do texto há uma história deliciosa a este propósito sobre Mário Soares); Portugal não estava economica nem financeiramente preparado para entrar no euro e as consequências sentem-se hoje; e se o País tinha robustez para estar no euro devia ter deixado o fundo de coesão (história com um ministro holandês). A verdade é que a percepção sobre o País ainda mantém a imagem dos pigs, hoje o pior dos pigs à excepção da Grécia, o que não serve de consolo. É o que dá o País andar apenas a desenrascar-se há tantos anos para se manter pobre no clube dos ricos.