O silêncio e o ensurdecedor
O momento não podia ser pior, mas as pessoas revelam-se nos piores momentos. Apesar de neste caso a surpresa ser pouca, não deixa de ser surpreendente. Alberto João Jardim estava ao lado de José Sócrates, quando apelou para que houvesse cuidado com as notícias sobre a Madeira (via Cibertúlia). O democrata sr. Alberto disse isto:
«Cuidado com as dramatizações, não se pode esquecer que a nossa economia depende muito do exterior, vamos resolver os problemas internamente, não dramatizar muito lá para fora e deixar as instituições funcionar e fazer esquecer nos mercados externos os problemas que houve aqui».
Preferia o silêncio, como fez o salazarismo, quando a censura ordenou às redacções nas cheias de 1969 que a partir daquele momento não tinha morrido mais ninguém. AJJ queria ensurdecer-nos, perante uma tragédia daquelas. Ele sim, é o ensurdecedor. Pior do que isso, não percebe nem conhece o mundo em que vive. É mais uma tristeza a juntar a tudo aquilo que é triste.