Pequeno apontamento social
Chiado, dia livre para compras de Natal. Na rua Garrett uma manifestação da CGTP faz barulho ("natal solidário só com mais salário") e entrega os folhetos do costume: os lucros da banca, a "precariedade", os aumentos reais em 2010, etc. Num dos lados do folheto domina a imagem de um Zé Povinho a aguentar o tecto da República, enquanto Constâncio ("os bancos") e Francisco Van Zeller ("os patrões") observam o esforço sob esse mesmo tecto, de perna cruzada, e pedem mais lucros e sacrifícios. Um mimo de propaganda.
Uns metros mais abaixo, na mesma rua Garrett, quem haveria de estar: Francisco Van Zeller. Saquinho da FNAC na mão, a olhar ora para o topo da rua, ora para o relógio, com ar apressado. Fiquei com a impressão – a vantagem de ter um blogue é esta, um gajo pode ventilar impressões sem ter de confirmar – que o líder da CIP (que anda em guerra acesa com os sindicatos por causa do salário mínimo) estava à espera que a manif se evaporasse para poder levantar tranquilamente o carro no parque Camões. É a conflitualidade social à portuguesa, suponho.
Uns metros mais abaixo, na mesma rua Garrett, quem haveria de estar: Francisco Van Zeller. Saquinho da FNAC na mão, a olhar ora para o topo da rua, ora para o relógio, com ar apressado. Fiquei com a impressão – a vantagem de ter um blogue é esta, um gajo pode ventilar impressões sem ter de confirmar – que o líder da CIP (que anda em guerra acesa com os sindicatos por causa do salário mínimo) estava à espera que a manif se evaporasse para poder levantar tranquilamente o carro no parque Camões. É a conflitualidade social à portuguesa, suponho.