A Casa Branca não é sítio para este Nobel
A questão essencial não está tanto em saber se Obama já fez o suficiente para receber o prémio. A questão é que o líder da maior potência militar do mundo jamais será um bom candidato a esta distinção. Não discuto aqui se a decisão de mandar mais 30 mil soldados para o Afeganistão é uma boa decisão do ponto de vista estratégico ou político, mas para mim é razoável o argumento invocado por Obama de que há guerras que têm de ser travadas - e, quando assim é, os Estados Unidos costumam ser quem se chega à frente primeiro. Mas do que se sabe (e do que já ouvi de quem lá esteve) uma guerra envolve tiros e brutalidade, carne e sangue, mortos e pesadelo. É fodida. E, se não quisermos cair no doublespeak de Orwell, está longe de ser paz. Em Oslo, alguém devia perceber isto antes de ceder ao optimismo vazio e ao marketing político.