<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d37878389\x26blogName\x3dElevador+da+Bica\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://elevadordabica.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://elevadordabica.blogspot.com/\x26vt\x3d248628773197250724', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>
elevador da bica

A nostalgia pelo passado comunista



Nos meses que passei na Polónia como estudante, em 2000, conheci alguns saudosistas dos tempos do Jaruzelski, nostálgicos do comunismo. Para estas pessoas – que não souberam ou não conseguiram apanhar o comboio da mudança económica para o capitalismo – a conquista de maior liberdade não compensou a perda da segurança social, o fim da vida igualitária embora modesta. E a memória – esse grande filtro de infelicidades passadas – insiste em recuperar o melhor que se perdeu.

Esta reportagem da Reuters dá escala a estas pessoas que fui observando e explica que no antigo bloco soviético e nos balcãs esta nostalgia já deixou de ser um fenómeno de minorias. Para estas pessoas, de todas as gerações, a repressão do comunismo e as filas de racionamento de alimentos foram substituídos por corrupção, gangues mafiosos, riqueza ostensiva das elites e falta de oportunidades. Depois de décadas de reformas e sacrifícios estas pessoas não sentem qualquer recompensa, antes pelo contrário – sem liberdade económica não se sentem realmente livres.

Ao contrário do que a brigada do Avante e afins gostam de gritar é óbvio que isto não significa que o Muro ainda lá devesse estar ou que estes países permanecessem encerrados nesse mítico paraíso dos trabalhadores. O que isto mostra é que o capitalismo selvagem de bolso que é servido a esta gente rouba os benefícios da abertura à democracia e ao exterior. Porque é capitalismo sem sistema de justiça, sem igualdade de acesso e, sobretudo, esvaziado da sua principal vantagem: o incentivo. Os riscos deste descontentamento – comuns a outros países, como Portugal, embora em menor grau e em contextos históricos diferentes – são enormes.

A man is reflected in a marble plate of a monument with the names of some 20,000 victims of the communist rule during an open air mass in central Sofia in this September 9, 2005 file photo. Twenty years after the fall of communism, nostalgia for the past is growing in the small Balkan country and across the former Soviet bloc. [Reuters]

“A nostalgia pelo passado comunista”